Páscoa (Pêssach)
Shalom!
Pêssach, marca um ponto fundamental, senão mesmo o mais importante, do plano de redenção de YHWH para a humanidade, pois foi instituída como uma sombra do sacrifício de Yeshua, o Verdadeiro Cordeiro de YHWH, que tira o pecado do mundo.
Pêssach, que literalmente significa passagem, é traduzido para o português como "Páscoa", enquanto no inglês, a palavra usada é "Passover", que a nível etimológico é uma palavra bem mais apropriada que a "nossa" "páscoa", como referência a esse dia específico. Isto porque a palavra "Passover" traduzida literalmente significa "passar por cima" à semelhança do "Pêssach" em hebraico, que significa "passagem", isto é, o Anjo da Morte passou por cima da terra do Egipto, tirando a vida a todos os primogénitos que não estavam protegidos pelo sangue do cordeiro. Páscoa, mais do que uma solenidade, representa um sacrifício, e não um dia, pois aponta para um sacrifício a ser feito num período específico de um dia, a tarde do dia catorze de Abib.
O estudo que se segue, é baseado em excertos de um estudo da autoria do irmão Vítor Quinta, responsável pelo site "Kol-Shofar- A Voz da Trombeta", e pelo seu conteúdo claríssimo e que toca nos pontos fundamentais, resolvemos usá-lo como base para disponibilizar neste site. Agradecemos o facto do irmão Vítor Quinta se ter disponibilizado amavelmente a que usássemos ideias do seu estudo para divulgação neste site.
A Páscoa (Pêssach - significado: “passagem”).
“Passagem” para que o Anjo da Morte “passasse” e não ferisse os primogénitos da casa sobre cujas ombreiras tinha sido colocado o sangue do cordeiro sacrificado na celebração da primeira Páscoa, no Egipto, na noite da libertação do povo de Israel. Este e outros cordeiros que se sacrificaram através dos tempos apontavam para O Verdadeiro Cordeiro de Deus: Yeshua (Jo. 1:29; 1Pe. 1:18-20). Esta mesma protecção de Deus em relação aos Seus filhos, no tempo do fim, será manifesta durante o tempo da grande tribulação que se aproxima. Também neste tempo os filhos serão protegidos das “pragas do Egipto” que serão derramadas no tempo do fim”.
Está determinado que esta celebração anual se deve realizar aos 14 do mês de aviv (i.e. no primeiro mês do calendário de YHWH), à tarde:
Lev. 23:4 “No mês primeiro, aos catorze do mês, pela tarde, é a Páscoa de YHWH” (confirmado em Núm. 28:16).
Há vários sentidos que a Páscoa de YHWH pode assumir, tanto no seu significado histórico (libertação do povo de Israel da escravidão do Egipto) como da nossa libertação do pecado (o Egipto que é este mundo em que vivemos), através da morte do Filho, O Senhor Yeshua, e seu significado espiritual.
A Páscoa de YHWH (tempos de reavivamento espiritual)
A Palavra de Deus faz-nos saber que O Senhor Yeshua é a Verdadeira Páscoa, pois:
• foi através Dele e pela mão forte do Deus de Israel que este povo saiu do Egipto;
• é através Dele que passamos da morte para a vida;
• é através Dele e do Seu sacrifício que os nossos pecados são perdoados e
• é Nele que devemos iniciar um novo caminho, de santificação, sem o que, se não o percorrermos, não poderemos ver a Deus (Heb. 12:14).
Por isso mesmo, também para nós significa "passagem". "Passagem" de uma condição de pecado para uma vida santificada em Cristo. “Libertação” do velho homem e transformação em "nova criatura" em Cristo.
Vamos agora ver alguns dos grandes acontecimentos do passado do povo de Israel, dos castigos que sobre ele sobreveio devido à desobediência às Leis de Deus (a Torá) e, também, das bênçãos que receberam quando o povo ouvia a voz do Senhor e era obediente à Sua voz. Períodos em que se verificaram verdadeiros reavivamentos espirituais (tal como também hoje é necessário que se opere em cada um de nós, pela presença do Espírito de YHWH).
Ao falar através de Moisés, O Senhor YHWH mostrou dois caminhos ao povo: a vida e a bênção ou a morte e a maldição (O capitulo por excelência das Bênçãos e maldições, Levítico 26). Mas, a porta ficou sempre aberta, para que, sempre que o povo se arrependia, Deus o consolava e recolhia. Deus nunca esqueceu as promessas que fez aos patriarcas, a de criar para Si um povo numeroso e santo. Lembremos esta grande promessa:
Deut.30:1-6: “E será que, sobrevindo-te todas estas coisas, a bênção ou a maldição, que tenho posto diante de ti, e te recordares delas entre todas as nações, para onde te lançar YHWH teu Deus, e te converteres a YHWH teu Deus, e deres ouvidos à sua voz, conforme a tudo o que eu te ordeno hoje, tu e teus filhos, com todo o teu coração, e com toda a tua alma, então YHWH teu Deus te fará voltar do teu cativeiro, e se compadecerá de ti, e tornará a ajuntar-te dentre todas as nações entre as quais te espalhou YHWH teu Deus. Ainda que os teus desterrados estejam na extremidade do céu, desde ali te ajuntará YHWH teu Deus, e te tomará dali; e YHWH teu Deus te trará à terra que teus pais possuíram, e a possuirás; e te fará bem, e te multiplicará mais do que a teus pais. E YHWH teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, para amares a YHWH teu Deus com todo o coração, e com toda a tua alma, para que vivas”.
Veja-se a dimensão desta promessa e o seu cumprimento no tempo do fim, quando ela for plenamente realizada após a segunda vinda do Rei Eterno, Nosso Senhor Yeshua, no Seu reino milenar.
Sempre que o povo de Israel revelava obediência, Deus multiplicava as bênçãos sobre este povo. Lembremos que YHWH, o Santo de Israel, não muda (Malaquias 3:6). Ele É O mesmo ontem, hoje e eternamente. A palavra que sai da Sua boca não volta para trás vazia, diz Ele. Ela cumpre-se sempre! Daqui podemos concluir que as bênçãos e a vida eterna por Yeshua estão reservadas para os filhos obedientes e a maldição e a morte eternas estão reservadas para os filhos da desobediência.
A data de 14 de aviv, à tarde, é aquela em que YHWH nos manda que celebremos a Páscoa ao Senhor. Esta data tem ainda vários grandes significados para nós hoje, a Israel de Deus:
a) Comemora a libertação do povo de Israel de um cativeiro de 430 anos no Egipto (este é o seu significado histórico), de onde foram resgatados pela mão forte de Deus. Numa fase inicial este povo prosperou ao entrar no Egipto, mas depois acabou sendo escravizado, tendo, a pouco e pouco perdido grande parte da sua identidade como povo de YHWH e tendo, também, sido aculturado pela idolatria dos egípcios, pelo que, com o passar dos anos, as promessas dadas por YHWH aos patriarcas foram perdendo significado, instalando-se a descrença. Havia portanto que reabilitar este povo e cumprir as promessas de YHWH dadas aos pais.
b) Comemora a nossa própria libertação através do sacrifício de Yeshua, O Messias, O Verdadeiro Cordeiro (a nossa Páscoa), pela nossa adesão a um Concerto Renovado no Seu sangue, o pacto de uma nova aliança. Aqueles que O aceitam como seu Salvador pessoal também se libertam do Egipto espiritual de pecado em que o mundo se transformou. Este sacrifício é assim lembrado nos nossos corações. Celebramos a Sua morte e a aceitação do Seu sangue purificador como a única forma de nos podermos apresentar perante YHWH com uma consciência limpa pelo sangue do Messias. A morte de Seu Filho Yeshua significa vida para nós (Ele morreu no nosso lugar. Ele foi pisado pelas nossas transgressões, como nos diz Isaías).
c) Celebramos ainda a nossa capacidade de reconciliação com YHWH e com o nosso irmão. O nosso coração tem que estar verdadeiramente em paz com todos os que são da fé, pois só assim nos podemos chegar à mesa do Senhor.
d) Celebramos assim a esperança da ressurreição e da vida eterna pelo Mashiach, ressurreição de que Yeshua foi o primeiro entre muitos irmãos – as Primícias santas, da igreja dos primogénitos.
Este é o verdadeiro significado e o espírito da Páscoa em Cristo.
Esta é também uma data de reflexão acerca do estado do nosso coração e da nossa condição espiritual perante Deus. Por isso mesmo, não nos devemos chegar à mesa do Senhor com a nossa consciência perturbada ou em desobediência à Sua vontade ou em conflito com algum irmão da fé (ou com ofensas não perdoadas). Não devemos partilhar o pão e tomar o vinho se não estivermos de consciência lavada:
1Cor. 11:27-30 – “Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem”.
Este aspecto é de primordial importância para todo aquele que é crente e diz seguir a Cristo.
A instrução de YHWH vai ao ponto de dizer que o homem que esteja limpo e não esteja de viagem, se não celebrar a Páscoa do Senhor, então esse homem levará sobre si o seu pecado: Núm. 9:13 – “Porém, quando um homem for limpo, e não estiver em viagem, e deixar de celebrar a Páscoa, essa alma do seu povo será extirpada; porquanto não ofereceu a oferta de YHWH a seu tempo determinado; esse homem levará o seu pecado”.
Nestas palavras vemos a importância que Deus atribui a esta Sua santa convocação e ao tempo da sua celebração, o tempo por Ele determinado: 14 de aviv, à tarde. Esta solenidade é tão importante que O próprio Senhor YHWH instituiu uma segunda Páscoa, 30 dias depois da data da primeira, para aqueles que estivessem impedidos (impuros ou em viagem) de celebrar a primeira, a pudessem então celebrar.
Diz-nos a Palavra que cada vez que comermos aquele pão e bebermos aquele vinho anunciamos e celebramos a morte de Cristo, até que Ele venha: 1Cor. 11:26 – “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha”. Yeshua disse aos Seus discípulos que só voltaria a beber do fruto da vide, com eles (e connosco), já no Reino de YHWH.
Todos os profetas e todas as Escrituras falavam do Santo que havia de vir para resgatar o Seu povo. Não como Rei ainda, mas como servo que Se entregou por cada um que se arrepende da sua vida passada e a Ele se entrega através do baptismo das águas. Ele expiou os nossos pecados e saldou a nossa dívida. Esta celebração tem pois um particular significado e esperança para cada um dos que se arrependeram e se tornaram novas criaturas em Yeshua.
Ao comer uma última ceia com os discípulos na noite que precedeu a Sua morte (portanto, ao início da noite de 14 de aviv, o que nunca poderia ser uma Páscoa judaica), Yeshua introduziu nela um acto que lhes (nos) veio revelar a humildade que cada um de nós deve manter em tudo o faz, tornando-nos servos uns dos outros, pois, como Ele disse em João 13:14 – “Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros”.
Para além do novo entendimento que nos deu acerca do pão significar o Seu corpo que iria ser sacrificado por muitos (nós incluídos) e do vinho significar o sangue inocente que O Filho do Altíssimo iria derramar no nosso lugar, para apagar as nossas culpas, Ele também, nessa noite, instituiu um acto a que deu o maior significado: o lavar os pés dos discípulos, apesar de Ele ser O Senhor dos senhores e O Rei dos reis.
E por mais um pouco de tempo haveremos de continuar a celebrar este dia e acto e a anunciar a morte do Senhor até que Ele venha. Esse mesmo Cordeiro virá em breve com o poder e a glória do Deus Eterno; Ele é chamado O Deus de toda a terra, como nos diz em Isaías 54:5, e governará todas as nações da terra com a Sua justiça, com a Sua Lei, pois de Sião sairá a Lei como nos diz também em Isaías 2:3. Esses são os dias de alegria que hão-de vir e que já hoje “vemos de longe”, tal como sucedeu com Abraão e outros servos de Deus do passado.
Por tudo isto Lhe rendemos graças e louvores, em todos os dias da nossa vida, por nos haver chamado para O caminho da esperança e de vida eterna, através do Seu sacrifício redentor.
Pêssach, marca um ponto fundamental, senão mesmo o mais importante, do plano de redenção de YHWH para a humanidade, pois foi instituída como uma sombra do sacrifício de Yeshua, o Verdadeiro Cordeiro de YHWH, que tira o pecado do mundo.
Pêssach, que literalmente significa passagem, é traduzido para o português como "Páscoa", enquanto no inglês, a palavra usada é "Passover", que a nível etimológico é uma palavra bem mais apropriada que a "nossa" "páscoa", como referência a esse dia específico. Isto porque a palavra "Passover" traduzida literalmente significa "passar por cima" à semelhança do "Pêssach" em hebraico, que significa "passagem", isto é, o Anjo da Morte passou por cima da terra do Egipto, tirando a vida a todos os primogénitos que não estavam protegidos pelo sangue do cordeiro. Páscoa, mais do que uma solenidade, representa um sacrifício, e não um dia, pois aponta para um sacrifício a ser feito num período específico de um dia, a tarde do dia catorze de Abib.
O estudo que se segue, é baseado em excertos de um estudo da autoria do irmão Vítor Quinta, responsável pelo site "Kol-Shofar- A Voz da Trombeta", e pelo seu conteúdo claríssimo e que toca nos pontos fundamentais, resolvemos usá-lo como base para disponibilizar neste site. Agradecemos o facto do irmão Vítor Quinta se ter disponibilizado amavelmente a que usássemos ideias do seu estudo para divulgação neste site.
A Páscoa (Pêssach - significado: “passagem”).
“Passagem” para que o Anjo da Morte “passasse” e não ferisse os primogénitos da casa sobre cujas ombreiras tinha sido colocado o sangue do cordeiro sacrificado na celebração da primeira Páscoa, no Egipto, na noite da libertação do povo de Israel. Este e outros cordeiros que se sacrificaram através dos tempos apontavam para O Verdadeiro Cordeiro de Deus: Yeshua (Jo. 1:29; 1Pe. 1:18-20). Esta mesma protecção de Deus em relação aos Seus filhos, no tempo do fim, será manifesta durante o tempo da grande tribulação que se aproxima. Também neste tempo os filhos serão protegidos das “pragas do Egipto” que serão derramadas no tempo do fim”.
Está determinado que esta celebração anual se deve realizar aos 14 do mês de aviv (i.e. no primeiro mês do calendário de YHWH), à tarde:
Lev. 23:4 “No mês primeiro, aos catorze do mês, pela tarde, é a Páscoa de YHWH” (confirmado em Núm. 28:16).
Há vários sentidos que a Páscoa de YHWH pode assumir, tanto no seu significado histórico (libertação do povo de Israel da escravidão do Egipto) como da nossa libertação do pecado (o Egipto que é este mundo em que vivemos), através da morte do Filho, O Senhor Yeshua, e seu significado espiritual.
A Páscoa de YHWH (tempos de reavivamento espiritual)
A Palavra de Deus faz-nos saber que O Senhor Yeshua é a Verdadeira Páscoa, pois:
• foi através Dele e pela mão forte do Deus de Israel que este povo saiu do Egipto;
• é através Dele que passamos da morte para a vida;
• é através Dele e do Seu sacrifício que os nossos pecados são perdoados e
• é Nele que devemos iniciar um novo caminho, de santificação, sem o que, se não o percorrermos, não poderemos ver a Deus (Heb. 12:14).
Por isso mesmo, também para nós significa "passagem". "Passagem" de uma condição de pecado para uma vida santificada em Cristo. “Libertação” do velho homem e transformação em "nova criatura" em Cristo.
Vamos agora ver alguns dos grandes acontecimentos do passado do povo de Israel, dos castigos que sobre ele sobreveio devido à desobediência às Leis de Deus (a Torá) e, também, das bênçãos que receberam quando o povo ouvia a voz do Senhor e era obediente à Sua voz. Períodos em que se verificaram verdadeiros reavivamentos espirituais (tal como também hoje é necessário que se opere em cada um de nós, pela presença do Espírito de YHWH).
Ao falar através de Moisés, O Senhor YHWH mostrou dois caminhos ao povo: a vida e a bênção ou a morte e a maldição (O capitulo por excelência das Bênçãos e maldições, Levítico 26). Mas, a porta ficou sempre aberta, para que, sempre que o povo se arrependia, Deus o consolava e recolhia. Deus nunca esqueceu as promessas que fez aos patriarcas, a de criar para Si um povo numeroso e santo. Lembremos esta grande promessa:
Deut.30:1-6: “E será que, sobrevindo-te todas estas coisas, a bênção ou a maldição, que tenho posto diante de ti, e te recordares delas entre todas as nações, para onde te lançar YHWH teu Deus, e te converteres a YHWH teu Deus, e deres ouvidos à sua voz, conforme a tudo o que eu te ordeno hoje, tu e teus filhos, com todo o teu coração, e com toda a tua alma, então YHWH teu Deus te fará voltar do teu cativeiro, e se compadecerá de ti, e tornará a ajuntar-te dentre todas as nações entre as quais te espalhou YHWH teu Deus. Ainda que os teus desterrados estejam na extremidade do céu, desde ali te ajuntará YHWH teu Deus, e te tomará dali; e YHWH teu Deus te trará à terra que teus pais possuíram, e a possuirás; e te fará bem, e te multiplicará mais do que a teus pais. E YHWH teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, para amares a YHWH teu Deus com todo o coração, e com toda a tua alma, para que vivas”.
Veja-se a dimensão desta promessa e o seu cumprimento no tempo do fim, quando ela for plenamente realizada após a segunda vinda do Rei Eterno, Nosso Senhor Yeshua, no Seu reino milenar.
Sempre que o povo de Israel revelava obediência, Deus multiplicava as bênçãos sobre este povo. Lembremos que YHWH, o Santo de Israel, não muda (Malaquias 3:6). Ele É O mesmo ontem, hoje e eternamente. A palavra que sai da Sua boca não volta para trás vazia, diz Ele. Ela cumpre-se sempre! Daqui podemos concluir que as bênçãos e a vida eterna por Yeshua estão reservadas para os filhos obedientes e a maldição e a morte eternas estão reservadas para os filhos da desobediência.
A data de 14 de aviv, à tarde, é aquela em que YHWH nos manda que celebremos a Páscoa ao Senhor. Esta data tem ainda vários grandes significados para nós hoje, a Israel de Deus:
a) Comemora a libertação do povo de Israel de um cativeiro de 430 anos no Egipto (este é o seu significado histórico), de onde foram resgatados pela mão forte de Deus. Numa fase inicial este povo prosperou ao entrar no Egipto, mas depois acabou sendo escravizado, tendo, a pouco e pouco perdido grande parte da sua identidade como povo de YHWH e tendo, também, sido aculturado pela idolatria dos egípcios, pelo que, com o passar dos anos, as promessas dadas por YHWH aos patriarcas foram perdendo significado, instalando-se a descrença. Havia portanto que reabilitar este povo e cumprir as promessas de YHWH dadas aos pais.
b) Comemora a nossa própria libertação através do sacrifício de Yeshua, O Messias, O Verdadeiro Cordeiro (a nossa Páscoa), pela nossa adesão a um Concerto Renovado no Seu sangue, o pacto de uma nova aliança. Aqueles que O aceitam como seu Salvador pessoal também se libertam do Egipto espiritual de pecado em que o mundo se transformou. Este sacrifício é assim lembrado nos nossos corações. Celebramos a Sua morte e a aceitação do Seu sangue purificador como a única forma de nos podermos apresentar perante YHWH com uma consciência limpa pelo sangue do Messias. A morte de Seu Filho Yeshua significa vida para nós (Ele morreu no nosso lugar. Ele foi pisado pelas nossas transgressões, como nos diz Isaías).
c) Celebramos ainda a nossa capacidade de reconciliação com YHWH e com o nosso irmão. O nosso coração tem que estar verdadeiramente em paz com todos os que são da fé, pois só assim nos podemos chegar à mesa do Senhor.
d) Celebramos assim a esperança da ressurreição e da vida eterna pelo Mashiach, ressurreição de que Yeshua foi o primeiro entre muitos irmãos – as Primícias santas, da igreja dos primogénitos.
Este é o verdadeiro significado e o espírito da Páscoa em Cristo.
Esta é também uma data de reflexão acerca do estado do nosso coração e da nossa condição espiritual perante Deus. Por isso mesmo, não nos devemos chegar à mesa do Senhor com a nossa consciência perturbada ou em desobediência à Sua vontade ou em conflito com algum irmão da fé (ou com ofensas não perdoadas). Não devemos partilhar o pão e tomar o vinho se não estivermos de consciência lavada:
1Cor. 11:27-30 – “Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem”.
Este aspecto é de primordial importância para todo aquele que é crente e diz seguir a Cristo.
A instrução de YHWH vai ao ponto de dizer que o homem que esteja limpo e não esteja de viagem, se não celebrar a Páscoa do Senhor, então esse homem levará sobre si o seu pecado: Núm. 9:13 – “Porém, quando um homem for limpo, e não estiver em viagem, e deixar de celebrar a Páscoa, essa alma do seu povo será extirpada; porquanto não ofereceu a oferta de YHWH a seu tempo determinado; esse homem levará o seu pecado”.
Nestas palavras vemos a importância que Deus atribui a esta Sua santa convocação e ao tempo da sua celebração, o tempo por Ele determinado: 14 de aviv, à tarde. Esta solenidade é tão importante que O próprio Senhor YHWH instituiu uma segunda Páscoa, 30 dias depois da data da primeira, para aqueles que estivessem impedidos (impuros ou em viagem) de celebrar a primeira, a pudessem então celebrar.
Diz-nos a Palavra que cada vez que comermos aquele pão e bebermos aquele vinho anunciamos e celebramos a morte de Cristo, até que Ele venha: 1Cor. 11:26 – “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha”. Yeshua disse aos Seus discípulos que só voltaria a beber do fruto da vide, com eles (e connosco), já no Reino de YHWH.
Todos os profetas e todas as Escrituras falavam do Santo que havia de vir para resgatar o Seu povo. Não como Rei ainda, mas como servo que Se entregou por cada um que se arrepende da sua vida passada e a Ele se entrega através do baptismo das águas. Ele expiou os nossos pecados e saldou a nossa dívida. Esta celebração tem pois um particular significado e esperança para cada um dos que se arrependeram e se tornaram novas criaturas em Yeshua.
Ao comer uma última ceia com os discípulos na noite que precedeu a Sua morte (portanto, ao início da noite de 14 de aviv, o que nunca poderia ser uma Páscoa judaica), Yeshua introduziu nela um acto que lhes (nos) veio revelar a humildade que cada um de nós deve manter em tudo o faz, tornando-nos servos uns dos outros, pois, como Ele disse em João 13:14 – “Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros”.
Para além do novo entendimento que nos deu acerca do pão significar o Seu corpo que iria ser sacrificado por muitos (nós incluídos) e do vinho significar o sangue inocente que O Filho do Altíssimo iria derramar no nosso lugar, para apagar as nossas culpas, Ele também, nessa noite, instituiu um acto a que deu o maior significado: o lavar os pés dos discípulos, apesar de Ele ser O Senhor dos senhores e O Rei dos reis.
E por mais um pouco de tempo haveremos de continuar a celebrar este dia e acto e a anunciar a morte do Senhor até que Ele venha. Esse mesmo Cordeiro virá em breve com o poder e a glória do Deus Eterno; Ele é chamado O Deus de toda a terra, como nos diz em Isaías 54:5, e governará todas as nações da terra com a Sua justiça, com a Sua Lei, pois de Sião sairá a Lei como nos diz também em Isaías 2:3. Esses são os dias de alegria que hão-de vir e que já hoje “vemos de longe”, tal como sucedeu com Abraão e outros servos de Deus do passado.
Por tudo isto Lhe rendemos graças e louvores, em todos os dias da nossa vida, por nos haver chamado para O caminho da esperança e de vida eterna, através do Seu sacrifício redentor.