A Festa dos pães asmos/ázimos
Chag hamatzah (tradução literal: Festa pão sem fermento)
Ao abordarmos o significado desta solenidade temos que distinguir também o significado do Dia das Primícias, quando o Sumo-Sacerdote movia o primeiro molho de cevada colhida já em estado de aviv, (grau de maturação que permite já fazer farinha com ela e com ela cozer pão), o qual calha dentro desta semana, após o Sábado semanal.
SIGNIFICADO HISTÓRICO
Do ponto de vista histórico, a Festa dos Pães Asmos (ou dos pães sem fermento) assume, no conjunto das solenidades ordenadas pelo Senhor YHWH um significado importante na vida da congregação, a Israel de YHWH. Ao longo dos tempos podem ser encontrados registos de acontecimentos na vida do povo de YHWH que, pela sua importância e significado ainda hoje devemos recordar, particularmente porque eles foram determinados por YHWH. Eis alguns:
a) A primeira Páscoa celebrada ainda no Egipto implicava, desde logo, que o povo que haveria de ser libertado com mão forte pelo Senhor, comeria o cordeiro assado com ervas amargas, os sapatos nos seus pés, os seus cajados nas suas mãos e o comeriam com pães ázimos (pães não levedados). Comeriam a Páscoa apressadamente, como quem se apressa para iniciar uma longa jornada, o que na realidade aconteceu. Este preceito divino foi estabelecido por estatuto perpétuo para toda a nação de Israel – Êx. 12:11, 14. A nação de Israel (e muitos outros povos com ela) saíram do Egipto na manhã do dia seguinte ao sacrifício da 1ª Páscoa, conforme nos diz em Núm. 33:3:
“Partiram, pois, de Ramessés no primeiro mês, no dia quinze do primeiro mês; no dia seguinte da páscoa saíram os filhos de Israel por alta mão, aos olhos de todos os egípcios”.
b) Esta saída repentina, obrigou a que Israel não tivesse tempo nem condições de levedar e cozer o pão, pelo que Deus lhes ordenou que comessem pão não levedado durante SETE dias, sendo que esse sinal foi dado por Deus para ser um memorial até ao dia em que Yeshua voltará como Rei eterno. Essa ordenança implicou mesmo que todo o Israel deveria retirar e queimar todo o fermento velho que pudessem ter nas suas casas antes do início dessa celebração. É evidente que, para além do acto em si mesmo, tal acto tem um profundo significado espiritual, pois YHWH queria que Israel fosse um povo santo (o fermento sempre foi um sinónimo de pecado - Mat. 16:6-12; Marc. 8:15; Luc. 12:1) que caminhasse em obediência, justiça e confiança em todos os mandamentos do Senhor YHWH.
c) Assinala-se ainda que a passagem do Mar Vermelho a pé enxuto tenha ocorrido no último dia da semana dos asmos. Após a exterminação dos exércitos do faraó nas águas, YHWH completou a libertação deste povo, cumprindo a Sua promessa de libertação do jugo da servidão (no nosso caso, o jugo da servidão ao pecado do qual fomos libertados pelo sangue do Cristo).
d) Após peregrinar durante 40 anos no deserto, a nação de Israel (a congregação do deserto) entrou na terra que o Senhor YHWH lhe havia prometido, onde, no período dos asmos se produziu a miraculosa conquista da cidade de Jericó – o “Anjo de YHWH”, entregou esta cidade nas mãos de Israel. No dia 10 do mês primeiro Israel atravessou o Rio Jordão a pé enxuto também – Jos. 4:19. O mesmo livro de Jos. 5:10-12 revela-nos que o povo celebrou a Páscoa aos 14 à tarde, conforme ao preceito de YHWH, frente a Jericó, tendo também comido pães asmos e espigas tostadas, apanhadas no campo. Aqui terminou o período em que foram alimentados com o maná dos céus. Nos primeiros seis dias dos asmos cercaram a cidade tocando 7 buzinas e ao sétimo dia, YHWH derrubou os muros da cidade, como lemos em Jos. 6:3-4:
“Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, cercando-a uma vez; assim fareis por seis dias. E sete sacerdotes levarão sete buzinas de chifres de carneiros adiante da arca, e no sétimo dia rodeareis a cidade sete vezes, e os sacerdotes tocarão as buzinas”.
e) No 7º dia dos asmos Jericó foi entregue na mão de Israel) Ao tempo determinado por YHWH, o povo de Israel cumpriu o preceito que lhe foi dado, conforme a Êx. 13:6-10:
“Sete dias comerás pães ázimos, e ao sétimo dia haverá festa a YHWH. Sete dias se comerá pães ázimos, e o levedado não se verá contigo, nem ainda fermento será visto em todos os teus termos. E naquele mesmo dia farás saber a teu filho, dizendo: Isto é pelo que YHWH me tem feito, quando eu saí do Egipto. E te será por sinal sobre tua mão e por lembrança entre teus olhos, para que a lei de YHWH esteja em tua boca; porquanto com mão forte YHWH te tirou do Egipto. Portanto tu guardarás este estatuto a seu tempo, de ano em ano”.
f) Quando YHWH indica aos filhos de Israel que três vezes no ano deveriam celebrar festa, Ele repete:
“A festa dos pães ázimos guardarás; sete dias comerás pães ázimos, como te tenho ordenado, ao tempo apontado no mês de Abibe; porque nele saíste do Egipto; e ninguém apareça vazio perante mim” – Êx. 23:15; Deut.o 16:16; 2.Cró. 8:13; 35:17.
g) De resto, muitas das ofertas ao Senhor sobre o altar eram feitas com pães ou bolos ázimos, i.e. sem fermento: Êx. 29;2, 23; Lev. 2:4, 7:12, Juíz. 6:19-21, etc..
h) Outro grande acontecimento histórico ligado à semana dos pães asmos ocorreu com a reedificação do povo de Israel ao Senhor YHWH no tempo dos reis Ezequias (2.Cró. cap. 29 a 31) e Josias (2.Cró. cap. 34 e 35).
i) No entanto, o maior acontecimento histórico que se repercute até hoje e também no futuro na vida de todos os que abraçam o concerto com YHWH, através do Seu Ungido, O Messias Yeshua, é a Sua ressurreição, ocorrida precisamente durante a semana dos asmos. A Sua ressurreição ocorreu no final do dia do Sábado semanal (antes da alvorada do 1º dia da semana), após ter cumprido o sinal dado através do profeta Jonas: 3 dias e 3 noites no seio da terra. Jesus é-nos também apresentado como o “pão do céu”, o “pão da vida” sem fermento.
j) Os Seus discípulos cumpriram igualmente o estatuto dado a Israel, como nos revela At. 12:3 e 20:6.
k) Não nos podemos ainda esquecer que o Senhor YHWH instituiu estas solenidades como “um memorial” entre Ele e o Seu povo de Israel. Memorial de tudo o que este povo passou no Egipto e memorial da sua libertação. Todos hoje aspiramos também a entrar na “terra prometida” se formos fiéis até ao fim, i.e. a fazermos parte da Jerusalém celestial. É pois um memorial das promessas do Senhor YHWH. Estas promessas partem de Abraão e cumprir-se-ão quando O Rei Eterno for entronizado em Jerusalém e, no final do Milénio, quando Ele entregar o reino ao Pai.
l) Por último, e também do ponto de vista histórico, lembremos que antes da primeira Páscoa ter sido ordenada por YHWH ao Seu povo na noite em que foi libertado com mão forte do Egipto, da escravidão, já a prática dos pães/bolos ázimos existia.
Leiamos o que se passou com Lot quando recebeu em sua casa, em Sodoma, os dois anjos enviados por YHWH: Gén.19:3
“E porfiou com eles muito, e vieram com ele, e entraram em sua casa; e fez-lhes banquete, e cozeu bolos sem levedura, e comeram”.
Ora, sendo Lot um homem abastado e tendo preparado banquete para os seus hóspedes (anjos), que razão poderia haver para oferecer bolos sem levedura?
Deixamos esta questão em aberto pois a Bíblia não especifica a razão de tal acontecimento. Só nos diz que aqueles bolos eram ázimos.
m) Se dúvidas houvesse da continuidade da observância deste preceito nos tempos apostólicos, leiamos as palavras de Paulo à Igreja em Corinto, em 1.Cor. 5:8: “Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade”. Paulo sem dúvida que espiritualiza esta ordenança, tal como Deus quer que a celebremos. Mas não deixa de dizer: “façamos a festa”. Este é um encorajamento a que cada um viva uma vida sem pecado, pois só assim podemos agradar a Deus.
O ESTATUTO DE YHWH ACERCA DO FERMENTO NA SEMANA DOS ASMOS E O SEU SIGNIFICADO ESPIRITUAL NAS NOSSAS VIDAS
Como já antes vimos, o estatuto de YHWH estabelece que a celebração da semana dos pães asmos tem carácter perpétuo. A duração dessa celebração é de uma semana, começando na própria noite em que se come a páscoa do Senhor, sendo já esse dia o correspondente ao 1º dia da semana dos asmos, por a ceia ocorrer após o pôr do sol de 14 de Abib, i.e. no dia a seguir àquele em que o cordeiro é sacrificado.
Diz-nos então em Êx. 12:15: “Sete dias comereis pães ázimos; ao primeiro dia tirareis o fermento [SH’OR] das vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado [CHAMETZ], desde o primeiro até ao sétimo dia, aquela alma será cortada de Israel”. Ora, o mandamento de YHWH não aponta para que não devemos comer pão ázimo somente no primeiro dia desta semana mas em todos os sete dias desta semana especial. Tal preceito é-nos transmitido também com toda a clareza em Êx. 12:18:
“No primeiro mês, aos catorze dias do mês, à tarde, comereis pães ázimos até vinte e um do mês à tarde”.
De resto, devemos perguntar com toda a legitimidade escritural: porque razão haveríamos de comer pão ázimo no primeiro dia desta solenidade instituída pelo nosso Deus YHWH a qual celebra a nossa libertação do Egipto espiritual em que vivemos hoje e não o comer nos restantes dias desta semana? Em todo o período pascal no qual esta semana se insere, lembramos também o sacrifício de Yeshua e o sangue inocente por Ele derramado em nosso favor. Somos instruídos a comer pão sem fermento (sem pecado), símbolo do Verdadeiro Pão do Céu, O Cristo. Até o local do Seu nascimento adquire particular importância: tal como estava profetizado, Ele nasceu em Belém que significa “Casa do Pão” (Beit-Lechem).
Embora digamos que queremos viver pelos ázimos da sinceridade (e nenhum homem tem condições para colocar em causa a sinceridade que pode estar no coração de cada um), negamos o mandamento de Deus, que é tão explícito, se pretendermos comer esse pão especial somente no primeiro dia, acabando assim por invalidar o que YHWH instituiu.
Êx. 34:18 confirma-nos o entendimento de que se devem comer pães ázimos durante os sete dias da festa:
“A festa dos pães ázimos guardarás; sete dias comerás pães ázimos, como te tenho ordenado, ao tempo apontado do mês de Abibe; porque no mês de Abibe saíste do Egipto”.
Igual ensino nos é dado em Deut. 16:1-8; 2Cró. 30:21. Este mesmo entendimento perpassa pelas palavras dos profetas também. Vejamos o que nos ensina Ez. 45:21:
“No primeiro mês, no dia catorze do mês, tereis a páscoa, uma festa de sete dias; pão ázimo se comerá”.
Ora, como vemos, o pão ázimo era comido durante toda a festa dos sete dias.
Vamos agora analisar melhor o conceito da palavra fermento segundo o seu significado em hebraico: SH’OR deriva de SHAW’AR que significa “deixar de fora, sobras, restos”.
Esta expressão descreve a porção de massa com fermento activo que era deixada de fora para utilização no próximo fabrico de pão. A expressão referida na passagem de Êx. 12:15 acima transcrita é tashbitu sh’or. TASHBITU vem de SHABBAT e significa “parar, deixar de”. Daí o significado: “Parar de, deixar de fora”, ou seja deixar de pôr de lado a dose de fermento activo para o fabrico de pão do dia seguinte. Sem esta dose de fermento a massa para o fabrico de pão levaria muito mais tempo a fermentar – Êx. 12:34, 39:
“E o povo tomou a sua massa, antes que levedasse [CHAMETZ], e as suas amassadeiras atadas em suas roupas sobre seus ombros... E cozeram bolos ázimos da massa que levaram do Egipto, porque não se tinha levedado [CHAMETZ], porquanto foram lançados do Egipto; e não se puderam deter, nem prepararam comida”.
SH’OR é muitas vezes confundido com CHAMETZ, mas CHAMETZ não é o fermento em si, mas sim qualquer massa já levedada – neste caso o pão ou a massa do mesmo. A palavra CHAMETZ, como é normal nas palavras hebraicas é uma palavra que assume vários significados. Um deles é “ser azedo”. É esse o sentido que se aplica quando falamos de massa CHAMETZ. Esta massa diz-se azeda porque sofreu a acção da fermentação. Aliás, SH’OR também não é fermento, não no sentido em que nós hoje o entendemos, mas sim o pedaço de massa “azeda” que era posto de parte para iniciar a fermentação da massa correspondente ao fabrico de pão seguinte. Hoje sabemos que aquilo que se entende por fermento é um conjunto de bactérias que existem no ar. Este conceito não existia nos tempos antigos. A própria Palavra de Deus nos dá a entender que o SH’OR era algo que era visível. Tinha de o ser para que pudesse ser posto fora de casa.
“Sete dias se comerá pães ázimos, e o levedado [CHAMETZ] não se verá contigo, nem ainda fermento [SH’OR] será visto em todos os teus termos.” (Êx. 13:7)
Como é evidente por esta passagem o próprio SH’OR era algo visível o que nos leva a concluir que a sua tradução por fermento é um tanto ou quanto infeliz na medida em que o fermento não se vê. Não vamos agora pensar que os israelitas tinham uma latinha de fermento Royal nas despensas e que era a isso que a passagem se refere. Aliás, o “fermento” Royal não é fermento activo.
Note-se que não é apenas o SH’OR que temos de pôr fora de casa mas também o CHAMETZ. Esta é a única passagem que o refere, pois todas as outras falam apenas em pôr o SH’OR. No entanto, o princípio por detrás de pôr quer o CHAMETZ quer o SH’OR fora de casa conforme os judeus fazem é compreensível e é quase universalmente entendido como uma questão de precaução para evitar que, por distracção ou tentação comamos CHAMETZ*
*Vemos isto claramente em Êx. 12:15 que diz: “ao primeiro dia tirareis o fermento [SH’OR] das vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado [CHAMETZ]..” Claramente o objectivo por detrás da remoção do SH’OR, era evitar que se viesse a comer CHAMETZ.
Afinal, se não tivermos CHAMETZ em casa não o podemos comer, da mesma maneira que sem SH’OR não se pode fazer CHAMETZ. O mandamento consiste em que se coma MATZAH (pão feito de massa não levedada). Diga-se de passagem que a palavra MATZAH, contrariamente à palavra CHAMETZ que significa “ser azedo”, significa “ser doce”. Esta designação apenas é válida quando aplicado à massa, porque se trata de uma massa que não levedou. Lembremos que este MATZAH é uma imagem do próprio corpo do Mashiach, o pão da vida, sem fermento, i.e. sem pecado – Jo. 6:35, 48-51; Luc. 22:19.
Lembremos ainda que o significado das palavras hebraicas MATZAH (pão ázimo) e MITZVOT (mandamentos) estão intimamente ligados, sendo mesmo sinónimos, pois significam o ensino puro, não adulterado da Torá que nos é dada por YHWH (O Messias é a Palavra, a Torá encarnada) pelo que podemos dizer que Yeshua é o Pão não levedado da Torá.
Uma vez cozida, qualquer massa de pão que tivesse contido fermento deixa de o ter na sua forma activa, pois o fermento morre com a cozedura. Porém, os “restos mortais” desse fermento permanecem na massa e são indissociáveis dela; daí que YHWH nos diga para comermos pão sem fermento para não ingerirmos esses “restos mortais”.
Segundo o ensino rabínico, a preparação da massa sem fermento deve ser feita até ao máximo de 18 minutos, momento em que deve ser cozida pois, se não for logo cozida, começam a produzir-se certos processos químicos que conduzem à fermentação da mesma - o calor elevado pára o processo de fermentação. O tempo é o ingrediente principal que leva a massa a fermentar e este tempo é escasso.
Um outro ensino que podemos retirar da semana dos pães asmos é que nós somos a farinha (o pó da terra) e a água com que este pão é preparado é sinónimo do Espírito de Deus. A mistura dos dois produz um pão sem fermento, sem pecado.
O ASPECTO ESPIRITUAL
Espiritualmente, muitas são as formas de fermento que o homem pode abrigar no seu coração. Entre outras, podemos identificar as seguintes:
• O fermento dos fariseus que é a hipocrisia, a descrença, a resistência à Palavra de Deus, os ritualismos mortos (entendamos que a observação da semana dos asmos não é um ritualismo morto), etc.
• O fermento da sensualidade carnal que busca, em primeiro lugar, os prazeres desta vida, tal como foi revelado na igreja de Corinto
• O fermento do orgulho e da desobediência
Muitas mais poderiam ser enumerados ainda. Repudiando estes e outros fermentos velhos, ou do velho homem que ainda não nasceu de novo, somos ensinados a viver com os asmos da sinceridade e da verdade, os quais envolvem um coração humilde e sincero perante Deus, um coração que já se entregou à Sua vontade.
Como nos diz em Jos. 24:14 – “Agora, pois, temei a YHWH, e servi-O com sinceridade e com verdade”, isto é, “fazei o que eu vos digo”, como nos diz também em 1Cor. 5:7-8. Estas duas passagens centram a nossa atenção no temor à vontade de YHWH, reverenciando-O, e servindo-O em sinceridade e verdade, i.e. “com os ázimos da sinceridade e da verdade”.
Nós somos o Templo de Deus e, por isso mesmo, temos que colocar diligência em nos limparmos de tudo o que pode desagradar ao nosso Deus. Através da fé nas Suas promessas e do amor que já Lhe retribuímos (por tudo o que Ele fez por nós), devemos revelar a nossa obediência à Sua vontade (para isso Ele nos legou um cânone escrito), a qual se encontra expressa nos Seus mandamentos e Estatutos, como nos instrui também Jos. 1:8: “Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido”. A expressão física de não comermos nada levedado durante essa semana não deve representar mais do que a nossa resposta espiritual (a que parte do nosso coração agradecido), a qual é reveladora também da nossa entrega, desejando, assim, limparmo-nos do fermento velho (toda a sombra de pecado e desobediência que ainda possam existir nas nossas vidas). Podemos ainda encontrar importantes analogias espirituais na observação desta solenidade do Senhor. De entre elas, destacamos:
O apóstolo Paulo disse-nos a respeito das Solenidades que elas são sombras das coisas futuras (Col. 2:16-17*) e que ninguém nos deve julgar pelo seu cumprimento. Isto é uma clara defesa do cumprimento formal das mesmas pois só podemos entender a realidade futura que elas representam se cumprirmos os aspectos formais (a que ele chama sombras).
* Curiosamente esta passagem é usada por muitos, para defender exactamente o contrário, que estas festas foram abolidas mas isso é o exacto oposto do que ela diz. Mesmo a parte final deve ser traduzida “sombras das coisas futuras para o corpo do Cristo” e não: “sombras das coisas futuras mas o corpo é do Cristo”
COMO DEVEMOS CELEBRAR A FESTA NOS DIAS DE HOJE
Retirando das nossas casas quaisquer tipos de massa com fermento (levedura) quer activo (SH’OR) quer inactivo (CHAMETZ) e não comendo quaisquer massas levedadas. Digo particularmente ‘massas’ porque este preceito não se deve aplicar ao vinho (podemos estudar este assunto separadamente) nem a quaisquer outros alimentos que sofram a acção de leveduras como sejam, iogurtes, queijos, cerveja, etc.
Ao examinarmos passagens relativas às Leis sacrificais vemos que Chametz era proibido (Êx.23:18,34:25, Lv.2:11,6:17, Lv.7:13,23:17) ao mesmo tempo que vinho e cervejas eram permitidos (Núm. 28)
As palavras SH’OR e CHAMETZ são bem específicas na sua aplicação a massas, logo os alimentos abrangidos por estas palavras são apenas o pão, bolos e bolachas que, de uma maneira geral são CHAMETZ, ou seja fabricados a partir de massa levedada. O povo de Israel ainda hoje come a sua Páscoa (a refeição tradicional, o “seder”, tal como Jesus e os apóstolos o fizeram) com base no cordeiro com ervas amargas, no MATZAH (pão sem fermento) e no vinho. Um outro aspecto prático acerca do cumprimento deste mandamento é o que fazer a coisas como as já referidas latinhas de “fermento” Royal ou bicarbonato de soda uma vez que claramente não estão literalmente abrangidas pelo mandamento. Porém, como qualquer destas coisas pode ser usada para fazer levedar uma massa, não faria muito sentido ter a preocupação de colocar o SH’OR fora de casa (algo que aliás poucos terão em casa hoje em dia uma vez que o pão se compra já feito) e deixar estes produtos que podem ser usados para o mesmo efeito. No caso particular das populações urbanas podemos dizer que estes produtos modernos são o SH’OR dos nossos dias. Logo, tal como o SH’OR, devem ser igualmente excluídos.
No entanto, convém reforçar aquilo que já dissemos anteriormente. O mandamento central por detrás desta solenidade é que não se coma CHAMETZ. Colocar o SH’OR e o CHAMETZ fora de casa eram meios para evitar que se viesse a comer CHAMETZ. Por essa razão, é normal assistirmos a duas posturas distintas quanto ao cumprimento deste mandamento. A primeira é a daquelas pessoas que retiram e deitam fora quaisquer vestígios de SH’OR e CHAMETZ de suas casas durante o período da Festa. A segunda é a daquelas pessoas que simplesmente guardam esses artigos numa arrecadação ou garagem de forma a garantir que não os comem durante o período da festa voltando a repô-los no final.
É evidente que a primeira postura é a mais literal e a que cumpre mais fielmente o mandamento, mas a segunda também é justificável uma vez que cumpre o propósito de evitar que se coma CHAMETZ durante o período dos Asmos. Ainda assim, é nossa opinião que a primeira opção é a mais fiel às Escrituras e como tal preferível à segunda. Nos casos em que um crente se veja impossibilitado de cumprir o mandamento na íntegra (por estar casado com um cônjuge descrente, por exemplo), nada o deve impedir de o cumprir na sua essência, não comendo CHAMETZ durante esse período (ainda que mantendo-o em casa), porque assim está a colocar no seu coração o preceito que YHWH estabeleceu, e a não ingerir alimentos levedados.
Reparemos agora que a semana dos asmos é iniciada com um Sábado anual e encerrada com outro. Para além da nossa preocupação de obediência em todos os dias da nossa vida, nesta semana com dois Sábados anuais e em que recaiu a ressurreição de Yeshua e se celebra a Festa das Primícias da qual queremos ser parte integrante para a vida eterna, YHWH chama-nos para um exercício especial de purificação. Em 1Ped. 1:16, o Senhor recomenda-nos: “Sede santos, porque Eu Sou santo”. Ora sermos santificados é o verdadeiro propósito das nossas vidas em Yeshua para que morramos para o pecado e passemos a viver para a justiça (Leis) de Deus, como nos diz Paulo.
O Senhor YHWH atribuiu uma importância tão grande a esta Sua solenidade (assinale-se que todas as solenidades instituídas por YHWH são igualmente importantes para o crente), que determinou que o 1º e o 7º dias deste período fossem celebrados como Sábados santos, anuais, como santas convocações.
Êx. 12:15-18: “Sete dias comereis pães ázimos; ao primeiro dia tirareis o fermento das vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, desde o primeiro até ao sétimo dia, aquela alma será cortada de Israel. E ao primeiro dia haverá santa convocação; também ao sétimo dia tereis santa convocação; nenhuma obra se fará neles, senão o que cada alma houver de comer; isso somente aprontareis para vós. Guardai pois a festa dos pães ázimos, porque naquele mesmo dia tirei vossos exércitos da terra do Egipto; pelo que guardareis a este dia nas vossas gerações por estatuto perpétuo. No primeiro mês, aos catorze dias do mês, à tarde, comereis pães ázimos até vinte e um do mês à tarde”.
Apegando-nos à verdade e ao ensino da Palavra de Deus podemos concluir que o não cumprimento desta vontade de YHWH pode ter sérias consequências na vida de cada um. Cada um deve pois meditar no seu coração acerca do peso destas palavras na sua vida presente.
YHWH vai mesmo mais além, instruindo-nos para que durante este período de 7 dias não só não devemos comer pão levedado como não devemos comer quaisquer outras massas levedadas, conforme nos diz nos versos 19 e 20:
“Por sete dias não se ache nenhum fermento [SH’OR] nas vossas casas; porque qualquer que comer pão* levedado [CHAMETZ], aquela alma será cortada da congregação de Israel, assim o estrangeiro como o natural da terra. Nenhuma coisa levedada [CHAMETZ] comereis; em todas as vossas habitações comereis pães ázimos”.
*A palavra “pão” não se encontra no texto original sendo uma liberdade do tradutor. O que lá está é somente CHAMETZ que, conforme já vimos, significa apenas massa azeda, ou seja, levedada. Essa massa tanto se pode aplicar a pão como a bolos, bolachas ou quaisquer outros produtos feitos de massa levedada.
O preceito de comermos pães asmos durante os 7 dias é também reiterado em Lev. 23:6:
“E aos quinze dias deste mês é a festa dos pães ázimos de YHWH; sete dias comereis pães ázimos”, tal como em Núm. 28:17. E em Deut. 16:3-4 diz também:
“Nela não comerás levedado [CHAMETZ]; sete dias nela comerás pães ázimos, pão de aflição (porquanto apressadamente saíste da terra do Egipto), para que te lembres do dia da tua saída da terra do Egipto, todos os dias da tua vida. Levedado [CHAMETZ] não aparecerá contigo por sete dias em todos os teus termos”, e no verso 16:8 diz-nos “seis dias comerás pães ázimos e no sétimo dia é solenidade a YHWH teu Deus; nenhum trabalho farás”.
Se pois nos consideramos parte da Israel de YHWH, então este preceito divino ainda hoje tem validade nas nossas vidas, pois o seu significado irá permitir criar raízes mais fortes entre nós e o nosso Deus, revelando o amor e respeito que temos pela Sua Palavra e pelo Seu ensino.
Estudo do irmão Vítor Quinta, responsável do site Kol-Shofar- A Voz da Trombeta.
Ao abordarmos o significado desta solenidade temos que distinguir também o significado do Dia das Primícias, quando o Sumo-Sacerdote movia o primeiro molho de cevada colhida já em estado de aviv, (grau de maturação que permite já fazer farinha com ela e com ela cozer pão), o qual calha dentro desta semana, após o Sábado semanal.
SIGNIFICADO HISTÓRICO
Do ponto de vista histórico, a Festa dos Pães Asmos (ou dos pães sem fermento) assume, no conjunto das solenidades ordenadas pelo Senhor YHWH um significado importante na vida da congregação, a Israel de YHWH. Ao longo dos tempos podem ser encontrados registos de acontecimentos na vida do povo de YHWH que, pela sua importância e significado ainda hoje devemos recordar, particularmente porque eles foram determinados por YHWH. Eis alguns:
a) A primeira Páscoa celebrada ainda no Egipto implicava, desde logo, que o povo que haveria de ser libertado com mão forte pelo Senhor, comeria o cordeiro assado com ervas amargas, os sapatos nos seus pés, os seus cajados nas suas mãos e o comeriam com pães ázimos (pães não levedados). Comeriam a Páscoa apressadamente, como quem se apressa para iniciar uma longa jornada, o que na realidade aconteceu. Este preceito divino foi estabelecido por estatuto perpétuo para toda a nação de Israel – Êx. 12:11, 14. A nação de Israel (e muitos outros povos com ela) saíram do Egipto na manhã do dia seguinte ao sacrifício da 1ª Páscoa, conforme nos diz em Núm. 33:3:
“Partiram, pois, de Ramessés no primeiro mês, no dia quinze do primeiro mês; no dia seguinte da páscoa saíram os filhos de Israel por alta mão, aos olhos de todos os egípcios”.
b) Esta saída repentina, obrigou a que Israel não tivesse tempo nem condições de levedar e cozer o pão, pelo que Deus lhes ordenou que comessem pão não levedado durante SETE dias, sendo que esse sinal foi dado por Deus para ser um memorial até ao dia em que Yeshua voltará como Rei eterno. Essa ordenança implicou mesmo que todo o Israel deveria retirar e queimar todo o fermento velho que pudessem ter nas suas casas antes do início dessa celebração. É evidente que, para além do acto em si mesmo, tal acto tem um profundo significado espiritual, pois YHWH queria que Israel fosse um povo santo (o fermento sempre foi um sinónimo de pecado - Mat. 16:6-12; Marc. 8:15; Luc. 12:1) que caminhasse em obediência, justiça e confiança em todos os mandamentos do Senhor YHWH.
c) Assinala-se ainda que a passagem do Mar Vermelho a pé enxuto tenha ocorrido no último dia da semana dos asmos. Após a exterminação dos exércitos do faraó nas águas, YHWH completou a libertação deste povo, cumprindo a Sua promessa de libertação do jugo da servidão (no nosso caso, o jugo da servidão ao pecado do qual fomos libertados pelo sangue do Cristo).
d) Após peregrinar durante 40 anos no deserto, a nação de Israel (a congregação do deserto) entrou na terra que o Senhor YHWH lhe havia prometido, onde, no período dos asmos se produziu a miraculosa conquista da cidade de Jericó – o “Anjo de YHWH”, entregou esta cidade nas mãos de Israel. No dia 10 do mês primeiro Israel atravessou o Rio Jordão a pé enxuto também – Jos. 4:19. O mesmo livro de Jos. 5:10-12 revela-nos que o povo celebrou a Páscoa aos 14 à tarde, conforme ao preceito de YHWH, frente a Jericó, tendo também comido pães asmos e espigas tostadas, apanhadas no campo. Aqui terminou o período em que foram alimentados com o maná dos céus. Nos primeiros seis dias dos asmos cercaram a cidade tocando 7 buzinas e ao sétimo dia, YHWH derrubou os muros da cidade, como lemos em Jos. 6:3-4:
“Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, cercando-a uma vez; assim fareis por seis dias. E sete sacerdotes levarão sete buzinas de chifres de carneiros adiante da arca, e no sétimo dia rodeareis a cidade sete vezes, e os sacerdotes tocarão as buzinas”.
e) No 7º dia dos asmos Jericó foi entregue na mão de Israel) Ao tempo determinado por YHWH, o povo de Israel cumpriu o preceito que lhe foi dado, conforme a Êx. 13:6-10:
“Sete dias comerás pães ázimos, e ao sétimo dia haverá festa a YHWH. Sete dias se comerá pães ázimos, e o levedado não se verá contigo, nem ainda fermento será visto em todos os teus termos. E naquele mesmo dia farás saber a teu filho, dizendo: Isto é pelo que YHWH me tem feito, quando eu saí do Egipto. E te será por sinal sobre tua mão e por lembrança entre teus olhos, para que a lei de YHWH esteja em tua boca; porquanto com mão forte YHWH te tirou do Egipto. Portanto tu guardarás este estatuto a seu tempo, de ano em ano”.
f) Quando YHWH indica aos filhos de Israel que três vezes no ano deveriam celebrar festa, Ele repete:
“A festa dos pães ázimos guardarás; sete dias comerás pães ázimos, como te tenho ordenado, ao tempo apontado no mês de Abibe; porque nele saíste do Egipto; e ninguém apareça vazio perante mim” – Êx. 23:15; Deut.o 16:16; 2.Cró. 8:13; 35:17.
g) De resto, muitas das ofertas ao Senhor sobre o altar eram feitas com pães ou bolos ázimos, i.e. sem fermento: Êx. 29;2, 23; Lev. 2:4, 7:12, Juíz. 6:19-21, etc..
h) Outro grande acontecimento histórico ligado à semana dos pães asmos ocorreu com a reedificação do povo de Israel ao Senhor YHWH no tempo dos reis Ezequias (2.Cró. cap. 29 a 31) e Josias (2.Cró. cap. 34 e 35).
i) No entanto, o maior acontecimento histórico que se repercute até hoje e também no futuro na vida de todos os que abraçam o concerto com YHWH, através do Seu Ungido, O Messias Yeshua, é a Sua ressurreição, ocorrida precisamente durante a semana dos asmos. A Sua ressurreição ocorreu no final do dia do Sábado semanal (antes da alvorada do 1º dia da semana), após ter cumprido o sinal dado através do profeta Jonas: 3 dias e 3 noites no seio da terra. Jesus é-nos também apresentado como o “pão do céu”, o “pão da vida” sem fermento.
j) Os Seus discípulos cumpriram igualmente o estatuto dado a Israel, como nos revela At. 12:3 e 20:6.
k) Não nos podemos ainda esquecer que o Senhor YHWH instituiu estas solenidades como “um memorial” entre Ele e o Seu povo de Israel. Memorial de tudo o que este povo passou no Egipto e memorial da sua libertação. Todos hoje aspiramos também a entrar na “terra prometida” se formos fiéis até ao fim, i.e. a fazermos parte da Jerusalém celestial. É pois um memorial das promessas do Senhor YHWH. Estas promessas partem de Abraão e cumprir-se-ão quando O Rei Eterno for entronizado em Jerusalém e, no final do Milénio, quando Ele entregar o reino ao Pai.
l) Por último, e também do ponto de vista histórico, lembremos que antes da primeira Páscoa ter sido ordenada por YHWH ao Seu povo na noite em que foi libertado com mão forte do Egipto, da escravidão, já a prática dos pães/bolos ázimos existia.
Leiamos o que se passou com Lot quando recebeu em sua casa, em Sodoma, os dois anjos enviados por YHWH: Gén.19:3
“E porfiou com eles muito, e vieram com ele, e entraram em sua casa; e fez-lhes banquete, e cozeu bolos sem levedura, e comeram”.
Ora, sendo Lot um homem abastado e tendo preparado banquete para os seus hóspedes (anjos), que razão poderia haver para oferecer bolos sem levedura?
Deixamos esta questão em aberto pois a Bíblia não especifica a razão de tal acontecimento. Só nos diz que aqueles bolos eram ázimos.
m) Se dúvidas houvesse da continuidade da observância deste preceito nos tempos apostólicos, leiamos as palavras de Paulo à Igreja em Corinto, em 1.Cor. 5:8: “Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade”. Paulo sem dúvida que espiritualiza esta ordenança, tal como Deus quer que a celebremos. Mas não deixa de dizer: “façamos a festa”. Este é um encorajamento a que cada um viva uma vida sem pecado, pois só assim podemos agradar a Deus.
O ESTATUTO DE YHWH ACERCA DO FERMENTO NA SEMANA DOS ASMOS E O SEU SIGNIFICADO ESPIRITUAL NAS NOSSAS VIDAS
Como já antes vimos, o estatuto de YHWH estabelece que a celebração da semana dos pães asmos tem carácter perpétuo. A duração dessa celebração é de uma semana, começando na própria noite em que se come a páscoa do Senhor, sendo já esse dia o correspondente ao 1º dia da semana dos asmos, por a ceia ocorrer após o pôr do sol de 14 de Abib, i.e. no dia a seguir àquele em que o cordeiro é sacrificado.
Diz-nos então em Êx. 12:15: “Sete dias comereis pães ázimos; ao primeiro dia tirareis o fermento [SH’OR] das vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado [CHAMETZ], desde o primeiro até ao sétimo dia, aquela alma será cortada de Israel”. Ora, o mandamento de YHWH não aponta para que não devemos comer pão ázimo somente no primeiro dia desta semana mas em todos os sete dias desta semana especial. Tal preceito é-nos transmitido também com toda a clareza em Êx. 12:18:
“No primeiro mês, aos catorze dias do mês, à tarde, comereis pães ázimos até vinte e um do mês à tarde”.
De resto, devemos perguntar com toda a legitimidade escritural: porque razão haveríamos de comer pão ázimo no primeiro dia desta solenidade instituída pelo nosso Deus YHWH a qual celebra a nossa libertação do Egipto espiritual em que vivemos hoje e não o comer nos restantes dias desta semana? Em todo o período pascal no qual esta semana se insere, lembramos também o sacrifício de Yeshua e o sangue inocente por Ele derramado em nosso favor. Somos instruídos a comer pão sem fermento (sem pecado), símbolo do Verdadeiro Pão do Céu, O Cristo. Até o local do Seu nascimento adquire particular importância: tal como estava profetizado, Ele nasceu em Belém que significa “Casa do Pão” (Beit-Lechem).
Embora digamos que queremos viver pelos ázimos da sinceridade (e nenhum homem tem condições para colocar em causa a sinceridade que pode estar no coração de cada um), negamos o mandamento de Deus, que é tão explícito, se pretendermos comer esse pão especial somente no primeiro dia, acabando assim por invalidar o que YHWH instituiu.
Êx. 34:18 confirma-nos o entendimento de que se devem comer pães ázimos durante os sete dias da festa:
“A festa dos pães ázimos guardarás; sete dias comerás pães ázimos, como te tenho ordenado, ao tempo apontado do mês de Abibe; porque no mês de Abibe saíste do Egipto”.
Igual ensino nos é dado em Deut. 16:1-8; 2Cró. 30:21. Este mesmo entendimento perpassa pelas palavras dos profetas também. Vejamos o que nos ensina Ez. 45:21:
“No primeiro mês, no dia catorze do mês, tereis a páscoa, uma festa de sete dias; pão ázimo se comerá”.
Ora, como vemos, o pão ázimo era comido durante toda a festa dos sete dias.
Vamos agora analisar melhor o conceito da palavra fermento segundo o seu significado em hebraico: SH’OR deriva de SHAW’AR que significa “deixar de fora, sobras, restos”.
Esta expressão descreve a porção de massa com fermento activo que era deixada de fora para utilização no próximo fabrico de pão. A expressão referida na passagem de Êx. 12:15 acima transcrita é tashbitu sh’or. TASHBITU vem de SHABBAT e significa “parar, deixar de”. Daí o significado: “Parar de, deixar de fora”, ou seja deixar de pôr de lado a dose de fermento activo para o fabrico de pão do dia seguinte. Sem esta dose de fermento a massa para o fabrico de pão levaria muito mais tempo a fermentar – Êx. 12:34, 39:
“E o povo tomou a sua massa, antes que levedasse [CHAMETZ], e as suas amassadeiras atadas em suas roupas sobre seus ombros... E cozeram bolos ázimos da massa que levaram do Egipto, porque não se tinha levedado [CHAMETZ], porquanto foram lançados do Egipto; e não se puderam deter, nem prepararam comida”.
SH’OR é muitas vezes confundido com CHAMETZ, mas CHAMETZ não é o fermento em si, mas sim qualquer massa já levedada – neste caso o pão ou a massa do mesmo. A palavra CHAMETZ, como é normal nas palavras hebraicas é uma palavra que assume vários significados. Um deles é “ser azedo”. É esse o sentido que se aplica quando falamos de massa CHAMETZ. Esta massa diz-se azeda porque sofreu a acção da fermentação. Aliás, SH’OR também não é fermento, não no sentido em que nós hoje o entendemos, mas sim o pedaço de massa “azeda” que era posto de parte para iniciar a fermentação da massa correspondente ao fabrico de pão seguinte. Hoje sabemos que aquilo que se entende por fermento é um conjunto de bactérias que existem no ar. Este conceito não existia nos tempos antigos. A própria Palavra de Deus nos dá a entender que o SH’OR era algo que era visível. Tinha de o ser para que pudesse ser posto fora de casa.
“Sete dias se comerá pães ázimos, e o levedado [CHAMETZ] não se verá contigo, nem ainda fermento [SH’OR] será visto em todos os teus termos.” (Êx. 13:7)
Como é evidente por esta passagem o próprio SH’OR era algo visível o que nos leva a concluir que a sua tradução por fermento é um tanto ou quanto infeliz na medida em que o fermento não se vê. Não vamos agora pensar que os israelitas tinham uma latinha de fermento Royal nas despensas e que era a isso que a passagem se refere. Aliás, o “fermento” Royal não é fermento activo.
Note-se que não é apenas o SH’OR que temos de pôr fora de casa mas também o CHAMETZ. Esta é a única passagem que o refere, pois todas as outras falam apenas em pôr o SH’OR. No entanto, o princípio por detrás de pôr quer o CHAMETZ quer o SH’OR fora de casa conforme os judeus fazem é compreensível e é quase universalmente entendido como uma questão de precaução para evitar que, por distracção ou tentação comamos CHAMETZ*
*Vemos isto claramente em Êx. 12:15 que diz: “ao primeiro dia tirareis o fermento [SH’OR] das vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado [CHAMETZ]..” Claramente o objectivo por detrás da remoção do SH’OR, era evitar que se viesse a comer CHAMETZ.
Afinal, se não tivermos CHAMETZ em casa não o podemos comer, da mesma maneira que sem SH’OR não se pode fazer CHAMETZ. O mandamento consiste em que se coma MATZAH (pão feito de massa não levedada). Diga-se de passagem que a palavra MATZAH, contrariamente à palavra CHAMETZ que significa “ser azedo”, significa “ser doce”. Esta designação apenas é válida quando aplicado à massa, porque se trata de uma massa que não levedou. Lembremos que este MATZAH é uma imagem do próprio corpo do Mashiach, o pão da vida, sem fermento, i.e. sem pecado – Jo. 6:35, 48-51; Luc. 22:19.
Lembremos ainda que o significado das palavras hebraicas MATZAH (pão ázimo) e MITZVOT (mandamentos) estão intimamente ligados, sendo mesmo sinónimos, pois significam o ensino puro, não adulterado da Torá que nos é dada por YHWH (O Messias é a Palavra, a Torá encarnada) pelo que podemos dizer que Yeshua é o Pão não levedado da Torá.
Uma vez cozida, qualquer massa de pão que tivesse contido fermento deixa de o ter na sua forma activa, pois o fermento morre com a cozedura. Porém, os “restos mortais” desse fermento permanecem na massa e são indissociáveis dela; daí que YHWH nos diga para comermos pão sem fermento para não ingerirmos esses “restos mortais”.
Segundo o ensino rabínico, a preparação da massa sem fermento deve ser feita até ao máximo de 18 minutos, momento em que deve ser cozida pois, se não for logo cozida, começam a produzir-se certos processos químicos que conduzem à fermentação da mesma - o calor elevado pára o processo de fermentação. O tempo é o ingrediente principal que leva a massa a fermentar e este tempo é escasso.
Um outro ensino que podemos retirar da semana dos pães asmos é que nós somos a farinha (o pó da terra) e a água com que este pão é preparado é sinónimo do Espírito de Deus. A mistura dos dois produz um pão sem fermento, sem pecado.
O ASPECTO ESPIRITUAL
Espiritualmente, muitas são as formas de fermento que o homem pode abrigar no seu coração. Entre outras, podemos identificar as seguintes:
• O fermento dos fariseus que é a hipocrisia, a descrença, a resistência à Palavra de Deus, os ritualismos mortos (entendamos que a observação da semana dos asmos não é um ritualismo morto), etc.
• O fermento da sensualidade carnal que busca, em primeiro lugar, os prazeres desta vida, tal como foi revelado na igreja de Corinto
• O fermento do orgulho e da desobediência
Muitas mais poderiam ser enumerados ainda. Repudiando estes e outros fermentos velhos, ou do velho homem que ainda não nasceu de novo, somos ensinados a viver com os asmos da sinceridade e da verdade, os quais envolvem um coração humilde e sincero perante Deus, um coração que já se entregou à Sua vontade.
Como nos diz em Jos. 24:14 – “Agora, pois, temei a YHWH, e servi-O com sinceridade e com verdade”, isto é, “fazei o que eu vos digo”, como nos diz também em 1Cor. 5:7-8. Estas duas passagens centram a nossa atenção no temor à vontade de YHWH, reverenciando-O, e servindo-O em sinceridade e verdade, i.e. “com os ázimos da sinceridade e da verdade”.
Nós somos o Templo de Deus e, por isso mesmo, temos que colocar diligência em nos limparmos de tudo o que pode desagradar ao nosso Deus. Através da fé nas Suas promessas e do amor que já Lhe retribuímos (por tudo o que Ele fez por nós), devemos revelar a nossa obediência à Sua vontade (para isso Ele nos legou um cânone escrito), a qual se encontra expressa nos Seus mandamentos e Estatutos, como nos instrui também Jos. 1:8: “Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido”. A expressão física de não comermos nada levedado durante essa semana não deve representar mais do que a nossa resposta espiritual (a que parte do nosso coração agradecido), a qual é reveladora também da nossa entrega, desejando, assim, limparmo-nos do fermento velho (toda a sombra de pecado e desobediência que ainda possam existir nas nossas vidas). Podemos ainda encontrar importantes analogias espirituais na observação desta solenidade do Senhor. De entre elas, destacamos:
- Que
devemos viver as nossas vidas sem fermento, portanto, sem pecado ou corrupção.
Isto é, não viver pecando. E isto não é somente válido para os dias apontados
por YHWH na semana dos pães asmos como em todos os dias da nossa vida, após
termos aceite O Ungido de YHWH como nosso Salvador. Na realidade, ao
rejeitarmos o pão levedado nesta semana estamos a assumir um símbolo importante
que o nosso Deus YHWH nos apontou: deitarmos fora o fermento velho é
renovarmo-nos em Cristo, tornando-nos novas criaturas (nascidas de novo) e,
vivendo como Paulo nos ensina em Gál. 2:20: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em
mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me
amou, e se entregou a si mesmo por mim”, vivendo assim pelo amor, pela fé e
pela obediência, pois aceitarmos Cristo implica uma transformação profunda nas
nossas vidas.
- Espiritualmente
falando, o fermento teve sempre um significado negativo (significa pecado,
desobediência às Leis do Senhor), pois é o pecado que faz levedar toda amassa. 1Cor. 5:7-8: “Alimpai-vos,
pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem
fermento. Porque Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós. Por isso
façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da
malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade". Na primeira Páscoa, por falta de tempo, foi dito aos Israelitas que
deveriam comer os Pães Ázimos apressadamente e com prontidão. A massa deveria
ser imediatamente cozida pois qualquer demora daria início ao processo de
fermentação. O mesmo se aplica à Tora de YHWH. Obediência adiada traduz-se em
pecado do qual sabemos que a massa levedada é um símbolo.
- Deitar fora o fermento velho significa também tornarmo-nos numa criatura regenerada pela Palavra e pelo Espírito do Senhor, celebrando a nossa dependência no Senhor YHWH certos de que Ele nos proverá todas as coisas.
- Tomar o
pão ázimo na celebração da Páscoa do Senhor assume-se como o tomar o “corpo do Mashiach”, corpo incontaminado, tal como Ele próprio refere nas Sagradas
Escrituras quando se chama a Si próprio “o pão da vida”, “o pão vivo”, “o maná
do céu”. É, no entanto, de salientar que muito embora os aspectos espirituais que se
podem e devem extrair de qualquer das Solenidades de YHWH e onde reside, na
realidade, a sua essência, os mandamentos em si incidem sobre o aspecto formal
dos mesmos. Não é portanto, justificável que se defenda o incumprimento de um
mandamento pelo entendimento que se possa ter dos aspectos espirituais.
O apóstolo Paulo disse-nos a respeito das Solenidades que elas são sombras das coisas futuras (Col. 2:16-17*) e que ninguém nos deve julgar pelo seu cumprimento. Isto é uma clara defesa do cumprimento formal das mesmas pois só podemos entender a realidade futura que elas representam se cumprirmos os aspectos formais (a que ele chama sombras).
* Curiosamente esta passagem é usada por muitos, para defender exactamente o contrário, que estas festas foram abolidas mas isso é o exacto oposto do que ela diz. Mesmo a parte final deve ser traduzida “sombras das coisas futuras para o corpo do Cristo” e não: “sombras das coisas futuras mas o corpo é do Cristo”
COMO DEVEMOS CELEBRAR A FESTA NOS DIAS DE HOJE
Retirando das nossas casas quaisquer tipos de massa com fermento (levedura) quer activo (SH’OR) quer inactivo (CHAMETZ) e não comendo quaisquer massas levedadas. Digo particularmente ‘massas’ porque este preceito não se deve aplicar ao vinho (podemos estudar este assunto separadamente) nem a quaisquer outros alimentos que sofram a acção de leveduras como sejam, iogurtes, queijos, cerveja, etc.
Ao examinarmos passagens relativas às Leis sacrificais vemos que Chametz era proibido (Êx.23:18,34:25, Lv.2:11,6:17, Lv.7:13,23:17) ao mesmo tempo que vinho e cervejas eram permitidos (Núm. 28)
As palavras SH’OR e CHAMETZ são bem específicas na sua aplicação a massas, logo os alimentos abrangidos por estas palavras são apenas o pão, bolos e bolachas que, de uma maneira geral são CHAMETZ, ou seja fabricados a partir de massa levedada. O povo de Israel ainda hoje come a sua Páscoa (a refeição tradicional, o “seder”, tal como Jesus e os apóstolos o fizeram) com base no cordeiro com ervas amargas, no MATZAH (pão sem fermento) e no vinho. Um outro aspecto prático acerca do cumprimento deste mandamento é o que fazer a coisas como as já referidas latinhas de “fermento” Royal ou bicarbonato de soda uma vez que claramente não estão literalmente abrangidas pelo mandamento. Porém, como qualquer destas coisas pode ser usada para fazer levedar uma massa, não faria muito sentido ter a preocupação de colocar o SH’OR fora de casa (algo que aliás poucos terão em casa hoje em dia uma vez que o pão se compra já feito) e deixar estes produtos que podem ser usados para o mesmo efeito. No caso particular das populações urbanas podemos dizer que estes produtos modernos são o SH’OR dos nossos dias. Logo, tal como o SH’OR, devem ser igualmente excluídos.
No entanto, convém reforçar aquilo que já dissemos anteriormente. O mandamento central por detrás desta solenidade é que não se coma CHAMETZ. Colocar o SH’OR e o CHAMETZ fora de casa eram meios para evitar que se viesse a comer CHAMETZ. Por essa razão, é normal assistirmos a duas posturas distintas quanto ao cumprimento deste mandamento. A primeira é a daquelas pessoas que retiram e deitam fora quaisquer vestígios de SH’OR e CHAMETZ de suas casas durante o período da Festa. A segunda é a daquelas pessoas que simplesmente guardam esses artigos numa arrecadação ou garagem de forma a garantir que não os comem durante o período da festa voltando a repô-los no final.
É evidente que a primeira postura é a mais literal e a que cumpre mais fielmente o mandamento, mas a segunda também é justificável uma vez que cumpre o propósito de evitar que se coma CHAMETZ durante o período dos Asmos. Ainda assim, é nossa opinião que a primeira opção é a mais fiel às Escrituras e como tal preferível à segunda. Nos casos em que um crente se veja impossibilitado de cumprir o mandamento na íntegra (por estar casado com um cônjuge descrente, por exemplo), nada o deve impedir de o cumprir na sua essência, não comendo CHAMETZ durante esse período (ainda que mantendo-o em casa), porque assim está a colocar no seu coração o preceito que YHWH estabeleceu, e a não ingerir alimentos levedados.
Reparemos agora que a semana dos asmos é iniciada com um Sábado anual e encerrada com outro. Para além da nossa preocupação de obediência em todos os dias da nossa vida, nesta semana com dois Sábados anuais e em que recaiu a ressurreição de Yeshua e se celebra a Festa das Primícias da qual queremos ser parte integrante para a vida eterna, YHWH chama-nos para um exercício especial de purificação. Em 1Ped. 1:16, o Senhor recomenda-nos: “Sede santos, porque Eu Sou santo”. Ora sermos santificados é o verdadeiro propósito das nossas vidas em Yeshua para que morramos para o pecado e passemos a viver para a justiça (Leis) de Deus, como nos diz Paulo.
O Senhor YHWH atribuiu uma importância tão grande a esta Sua solenidade (assinale-se que todas as solenidades instituídas por YHWH são igualmente importantes para o crente), que determinou que o 1º e o 7º dias deste período fossem celebrados como Sábados santos, anuais, como santas convocações.
Êx. 12:15-18: “Sete dias comereis pães ázimos; ao primeiro dia tirareis o fermento das vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, desde o primeiro até ao sétimo dia, aquela alma será cortada de Israel. E ao primeiro dia haverá santa convocação; também ao sétimo dia tereis santa convocação; nenhuma obra se fará neles, senão o que cada alma houver de comer; isso somente aprontareis para vós. Guardai pois a festa dos pães ázimos, porque naquele mesmo dia tirei vossos exércitos da terra do Egipto; pelo que guardareis a este dia nas vossas gerações por estatuto perpétuo. No primeiro mês, aos catorze dias do mês, à tarde, comereis pães ázimos até vinte e um do mês à tarde”.
Apegando-nos à verdade e ao ensino da Palavra de Deus podemos concluir que o não cumprimento desta vontade de YHWH pode ter sérias consequências na vida de cada um. Cada um deve pois meditar no seu coração acerca do peso destas palavras na sua vida presente.
YHWH vai mesmo mais além, instruindo-nos para que durante este período de 7 dias não só não devemos comer pão levedado como não devemos comer quaisquer outras massas levedadas, conforme nos diz nos versos 19 e 20:
“Por sete dias não se ache nenhum fermento [SH’OR] nas vossas casas; porque qualquer que comer pão* levedado [CHAMETZ], aquela alma será cortada da congregação de Israel, assim o estrangeiro como o natural da terra. Nenhuma coisa levedada [CHAMETZ] comereis; em todas as vossas habitações comereis pães ázimos”.
*A palavra “pão” não se encontra no texto original sendo uma liberdade do tradutor. O que lá está é somente CHAMETZ que, conforme já vimos, significa apenas massa azeda, ou seja, levedada. Essa massa tanto se pode aplicar a pão como a bolos, bolachas ou quaisquer outros produtos feitos de massa levedada.
O preceito de comermos pães asmos durante os 7 dias é também reiterado em Lev. 23:6:
“E aos quinze dias deste mês é a festa dos pães ázimos de YHWH; sete dias comereis pães ázimos”, tal como em Núm. 28:17. E em Deut. 16:3-4 diz também:
“Nela não comerás levedado [CHAMETZ]; sete dias nela comerás pães ázimos, pão de aflição (porquanto apressadamente saíste da terra do Egipto), para que te lembres do dia da tua saída da terra do Egipto, todos os dias da tua vida. Levedado [CHAMETZ] não aparecerá contigo por sete dias em todos os teus termos”, e no verso 16:8 diz-nos “seis dias comerás pães ázimos e no sétimo dia é solenidade a YHWH teu Deus; nenhum trabalho farás”.
Se pois nos consideramos parte da Israel de YHWH, então este preceito divino ainda hoje tem validade nas nossas vidas, pois o seu significado irá permitir criar raízes mais fortes entre nós e o nosso Deus, revelando o amor e respeito que temos pela Sua Palavra e pelo Seu ensino.
Estudo do irmão Vítor Quinta, responsável do site Kol-Shofar- A Voz da Trombeta.