Yom Kippur (o Dia da Expiação)
Que grande significado tem este dia para o crente em
Yeshua!
Se o Dia das Trombetas aponta para um chamamento ao arrependimento mas, mesmo assim, havendo entrega ao Senhor, há alegria e esperança de salvação por Yeshua no seu coração, já o Dia da Expiação é um dia em que, segundo o mandamento, o crente deve afligir a sua alma (jejum, começar antes do pôr-do-sol e terminar depois do pôr-do-sol, do dia a seguir), como iremos ver de seguida.
Na língua hebraica: “Yom Kippur” (é também conhecido como o Dia do Jejum) e aponta para o julgamento sobre as nações que será exercido pelo Grande Rei vindouro. Ocorre dez dias após o Dia da Festa das Trombetas. Este período designado por Teshuva em hebraico é o período em que os fiéis devem reflectir sobre as suas faltas, orar insistentemente a YHWH pedindo perdão pelas suas fraquezas. É um período para um sincero arrependimento (de resto, o crente sincero não deve guardar o momento para se arrepender só para este dia, porque amanhã não sabe se estará cá), devendo também obedecer conforme ao mandamento.
Se o arrependimento não for sincero não poderá haver perdão. Prov. 28:13: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia”.
Relembramos Lev. 23:1-2: “Depois falou YHWH a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: As solenidades de YHWH, que convocareis, serão santas convocações; estas são as minhas solenidades”, que deve ser celebrada ao dia 10 do 7º mês, segundo o Calendário divino e não o dos homens, conforme a Lev. 23:27-32:
“Mas aos dez dias desse sétimo mês será o dia da expiação; tereis santa convocação, e afligireis as vossas almas; e oferecereis oferta queimada a YHWH. E naquele mesmo dia nenhum trabalho fareis, porque é o dia da expiação, para fazer expiação por vós perante YHWH vosso Deus. Porque toda a alma, que naquele mesmo dia se não afligir, será extirpada do seu povo. Também toda a alma, que naquele mesmo dia fizer algum trabalho, eu a destruirei do meio do seu povo. Nenhum trabalho fareis; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações em todas as vossas habitações. Sábado de descanso vos será; então afligireis as vossas almas; aos nove do mês à tarde, de uma tarde a outra tarde, celebrareis o vosso sábado”.
(Comparar com Is. 58:3)
Hoje, a “oferta queimada” faz-se no Templo de Deus, que é o nosso coração, onde habita O Espírito Santo. Este é o único jejum ordenado por Deus ao Seu povo.
Em Lev. 16:29-31 diz-nos: “E isto vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez do mês, afligireis as vossas almas, e nenhum trabalho fareis nem o natural nem o estrangeiro que peregrina entre vós. Porque naquele dia se fará expiação por vós, para purificar-vos; e sereis purificados de todos os vossos pecados perante YHWH. É um sábado de descanso para vós, e afligireis as vossas almas; isto é estatuto perpétuo” (Há uma referência a este dia em At. 27:9).
A palavra de Deus não pode ser mais clara quanto à importância e solenidade que Deus atribui a este dia. Trata-se de um dia especial – Sábado de Sábados, em que cada um deve examinar-se a si próprio e avaliar a sua condição perante Deus, arrependendo-se do que esteja mal em si aos olhos de Deus. A palavra “expiação” significa corrigir, reconciliar, restaurar, reparar, tornar a ser um só, de novo, prefigurando o que virá a acontecer a todos os remidos que O Senhor Yeshua, O nosso Sumo-Sacerdote pela Ordem de Melquisedeque, apresentará ao Pai Celestial, para se tornarem num só, com O Senhor Deus YHWH.
Na realidade, torna-se necessário que cada um de nós cumpra esta vontade de Deus, para termos a possibilidade de virmos a ter uma verdadeira identidade espiritual com Ele e a sermos um só com Ele.
Ainda hoje (...lembremos que Deus disse que esta solenidade foi instituída por estatuto perpétuo), o povo de Israel considera este o dia mais importante do calendário das festas anuais do Senhor, o dia mais sagrado do ano, ao qual se chama o povo a limpar os seus pecados perante Deus, a arrepender-se e a reconciliar-se com Ele (dia de julgamento). O povo deve afligir as suas almas e jejuar.
Profeticamente, este dia aponta também para a futura salvação de todo o Israel de Deus, quando YHWH limpar esta nação de todos os seus pecados – Rom. 11:26- 27.
Era somente neste dia que o Sumo-Sacerdote podia entrar na área mais sagrada do Templo (O Santo dos santos), uma vez ao ano e espalhar o sangue do sacrifício sobre a Arca do Concerto para limpeza dos pecados do povo. E, somente neste dia e, também uma só vez por ano, ele podia pronunciar O Santo Nome do Deus de Israel: YHWH.
Do ponto de vista escatológico, acreditamos que será também neste dia (no futuro) que se concretizará “O Dia do Senhor”, e nele será derramada a Sua ira sobre todos os filhos da desobediência deste mundo. Este convencimento assenta nas profecias que se encontram em Is. 13:6, 9, 13, Ez. 30:3, Mat. 24:29.
Antes que a ira de Deus caia sobre a humanidade desobediente, Deus fará sinais terríveis nos céus, avisando da chegada do castigo. Muitos profetas nos falam destes dias terríveis – e.g. Joel 2:31, vs Ap. 6:12. Todos estes acontecimentos sucederão durante os últimos 42 meses (3,5 anos)* antes da vinda gloriosa de Yeshua como Rei eterno.
*Não confundir o período da chamada “grande tribulação” ou “tribulação de Jacob”, os últimos 42 meses ou 3,5 anos, com o chamado período da ira de Deus. Os sinais da proximidade da ira de Deus serão dados antes que a Sua ira seja derramada, como nos diz em Sofonias 2:1-2. Todas as nações da Terra lamentarão, porque é vindo o grande dia da Sua ira e quem poderá subsistir? – Apocalipse 6:17.
Essa Israel que ainda hoje não reconhece O Messias de há 2.000 anos pranteará quando virem Aquele a Quem trespassaram; chorarão por não O terem reconhecido e aceitado no tempo da sua visitação – Zac. 12:10-14. Este será um dia de grande arrependimento desta nação.
Ao tempo em que Israel tinha o Templo para fazer as suas ofertas queimadas ao Senhor, só o Sumo-Sacerdote podia entrar no lugar Santíssimo (o Santo dos Santos) – Heb. 9:7-8: “Mas, no segundo, só o Sumo-Sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, que oferecia por si mesmo e pelas culpas do povo; dando nisto a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do santuário não estava descoberto enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo”.
Esta era contudo uma imagem do papel que viria a ser assumido por Yeshua, nosso Sumo-Sacerdote (Heb. 9) quando entrou no lugar Santíssimo, no santuário celeste, após a Sua glorificação. No entanto, no Dia da Expiação, o Sumo-Sacerdote deveria realizar dois sacrifícios especiais**:
**Lembremos que é o sangue que faz expiação pelas almas, conforme está escrito em Lev. 17:11. Ora o sangue que foi derramado pela salvação das nossas almas (os que se arrependeram e entregaram a Deus como novas criaturas em Yeshua) é o sangue de Yeshua, O Cordeiro de Deus.
• Um para purificação do santuário, purgando alguma profanação que o Sumo-Sacerdote pudesse ter feito, ele ou a sua casa, e para o qual deveria sacrificar um novilho e um carneiro, prefigurando a mudança do sacerdócio Levítico para o sacerdócio do Messias, da ordem de Melquisedeque (Lev. 16:3, 6); e
• Dois bodes, idênticos e sem mácula; em que:
i) Um deles, tirado à sorte (escolhido por YHWH), era sacrificado no altar para purificação do santuário e dos pecados do povo (Lev. 16:5, 7-8) e era sacrificado ao Senhor.
ii) Enquanto o outro não era sacrificado no Templo mas levado vivo perante O Senhor e depois enviado para o deserto, para “Azazel”***
***Azazel – esta expressão não aparece na tradução em Português de JFAlmeida. A expressão ali usada é bode emissário
(Lev. 16:10, 26). Antes de ser enviado para o deserto, o Sumo-Sacerdote, também confessava os pecados do povo sobre a cabeça do bode emissário (Lev. 16:20-22) e assim o animal era depois deixado no deserto (ou atirado de um penhasco).
Torna-se assim claro que estes dois bodes serviam dois propósitos diferentes na intenção de YHWH. Enquanto o primeiro bode, o que é sacrificado no altar de YHWH é um tipo de Yeshua, O Messias que haveria de vir, o segundo, que é banido para o deserto prefigura o anti-tipo de Cristo, Satanás, quando for amarrado por 1.000 anos e depois destruído para sempre, i.e. afastada a sua influência nefasta sobre os povos (Ap. 20:1-3); mas ele leva sobre si, também os pecados do povo, pois ele é o causador dos males que estão no mundo.
A expressão de “bode expiatório” ainda hoje tão utilizada por todos os povos é uma alusão muito clara a este animal que era sacrificado neste dia. Este bode é visto como “um tipo” de Satanás sobre quem recairá a destruição (Ez. 28:12-19), aquele cujo sacrifício no Templo não é aceite. O ser enviado para o deserto pode ser visto como uma antecipação do seu castigo no lago de fogo (Ap. 19:20).
A palavra “Azazel” é considerada na literatura hebraica como uma terra inabitada, ou lixeira da destruição espiritual (“geena”), símbolo da morada dos espíritos imundos.
Figurativamente, o deserto é o lugar de habitação dos espíritos decaídos: Is. 13: 21-22; 34:14; Mat. 12:43.
De acordo ainda com a tradição hebraica, o bode emissário era levado para uma zona deserta onde era atirado num precipício escarpado (do Hebraico: “azaz”). Não era um sacrifício ao Senhor, por isso não poderia ser um tipo do Messias. Era ainda entendido por Israel como uma forma de Deus atirar os pecados do povo para fora do arraial.
O significado espiritual desta separação dos bodes aponta para a separação que será feita durante o julgamento de Deus e que ocorrerá antes do Milénio. As nações serão julgadas pela forma como trataram o povo de Deus através dos tempos e como andaram nos caminhos propostos por YHWH (Mat. 25:31-46).
Na sua primeira vinda, O Senhor Yeshua foi considerado como O bode que foi entregue para sacrifício a Deus, carregando sobre si os pecados de toda a humanidade (Is. 53:1-6; Rom. 3:22-23; 1Cor. 15:3; Gál. 1:3-4; Heb. 2:17; 1Jo. 2:1-2; 4:10). Ele foi e permanece O Único sacrifício pelo qual o homem se pode chegar a YHWH.
O Dia da Expiação representa para nós, hoje, um dia de grande interiorização, de reconciliação com Deus e purificação dos nossos corações, pela aflição das nossas almas através de um renovado arrependimento e da busca do perdão de YHWH, reconhecendo-nos como humanos, criaturas que nos devemos humilhar perante a Majestade do Deus do Universo. Representa, ainda, a renovação da nossa esperança no dia da redenção, quando O Messias vier para reinar eternamente sobre todas as nações.
O DIA DA EXPIAÇÃO E O JUBILEU
De 50 em 50 anos YHWH manda celebrar o ano do Jubileu. O anúncio do ano do Jubileu era feito precisamente no Dia da Expiação através do soar de trombetas. Tal implicava a libertação de escravos e o retorno das propriedades aos seus proprietários originais. Isto não nos faz lembrar nada? Vamos ver de seguida.
Nesse dia futuro, o Dia da vinda do nossO Senhor e Rei YHWH, celebrar-se-á:
• A libertação do estado de pecado em que todo o mundo vive, libertando o homem da escravidão a que tem estado amarrado.
• A prisão de Satanás e dos seus anjos (o bode emissário que era enviado para o deserto, para Azazel).
• A glorificação dos remidos em Yeshua (quer os que já dormem quer os que estejam vivos no momento da Sua vinda) através da 1ª ressurreição, com o soar da última Trombeta de Deus, a 7ª – 1Cor. 15:52.
• A passagem dos reinos deste mundo para o domínio do Senhor YHWH (o retorno dos reinos ao seu legítimo e original proprietário). É como diz Deus: a terra é minha e toda a sua plenitude – Salmo 24:1; 89:11. Tudo Lhe pertence e tudo voltará para Ele. Esta passagem dar-se-á quando soar a 7ª trombeta de Deus e Cristo regressar para recolher os Seus escolhidos, os salvos pelo Seu sangue.
• Mas o Dia da Expiação corresponderá ao derramamento da ira de Deus sobre as nações rebeldes – Mal. 4:1.
Conforme manda O Senhor em Lev. 25:8-10, o ano do Jubileu era contado para anunciar a liberdade a todos os moradores da terra: “Também contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos; de maneira que os dias das sete semanas de anos te serão quarenta e nove anos. Então no mês sétimo, aos dez do mês, farás passar a trombeta do jubileu; no dia da expiação fareis passar a trombeta por toda a vossa terra, e santificareis o ano quinquagésimo, e apregoareis liberdade na terra a todos os seus moradores; ano de jubileu vos será, e tornareis, cada um à sua possessão, e cada um à sua família”. Eis o dia e o ano que virá: o Dia da Libertação e regresso do nosso Rei Eterno.
Estudo do irmão Vítor Quinta, responsável pelo site Kol-Shofar, A Voz da Trombeta.
Se o Dia das Trombetas aponta para um chamamento ao arrependimento mas, mesmo assim, havendo entrega ao Senhor, há alegria e esperança de salvação por Yeshua no seu coração, já o Dia da Expiação é um dia em que, segundo o mandamento, o crente deve afligir a sua alma (jejum, começar antes do pôr-do-sol e terminar depois do pôr-do-sol, do dia a seguir), como iremos ver de seguida.
Na língua hebraica: “Yom Kippur” (é também conhecido como o Dia do Jejum) e aponta para o julgamento sobre as nações que será exercido pelo Grande Rei vindouro. Ocorre dez dias após o Dia da Festa das Trombetas. Este período designado por Teshuva em hebraico é o período em que os fiéis devem reflectir sobre as suas faltas, orar insistentemente a YHWH pedindo perdão pelas suas fraquezas. É um período para um sincero arrependimento (de resto, o crente sincero não deve guardar o momento para se arrepender só para este dia, porque amanhã não sabe se estará cá), devendo também obedecer conforme ao mandamento.
Se o arrependimento não for sincero não poderá haver perdão. Prov. 28:13: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia”.
Relembramos Lev. 23:1-2: “Depois falou YHWH a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: As solenidades de YHWH, que convocareis, serão santas convocações; estas são as minhas solenidades”, que deve ser celebrada ao dia 10 do 7º mês, segundo o Calendário divino e não o dos homens, conforme a Lev. 23:27-32:
“Mas aos dez dias desse sétimo mês será o dia da expiação; tereis santa convocação, e afligireis as vossas almas; e oferecereis oferta queimada a YHWH. E naquele mesmo dia nenhum trabalho fareis, porque é o dia da expiação, para fazer expiação por vós perante YHWH vosso Deus. Porque toda a alma, que naquele mesmo dia se não afligir, será extirpada do seu povo. Também toda a alma, que naquele mesmo dia fizer algum trabalho, eu a destruirei do meio do seu povo. Nenhum trabalho fareis; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações em todas as vossas habitações. Sábado de descanso vos será; então afligireis as vossas almas; aos nove do mês à tarde, de uma tarde a outra tarde, celebrareis o vosso sábado”.
(Comparar com Is. 58:3)
Hoje, a “oferta queimada” faz-se no Templo de Deus, que é o nosso coração, onde habita O Espírito Santo. Este é o único jejum ordenado por Deus ao Seu povo.
Em Lev. 16:29-31 diz-nos: “E isto vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez do mês, afligireis as vossas almas, e nenhum trabalho fareis nem o natural nem o estrangeiro que peregrina entre vós. Porque naquele dia se fará expiação por vós, para purificar-vos; e sereis purificados de todos os vossos pecados perante YHWH. É um sábado de descanso para vós, e afligireis as vossas almas; isto é estatuto perpétuo” (Há uma referência a este dia em At. 27:9).
A palavra de Deus não pode ser mais clara quanto à importância e solenidade que Deus atribui a este dia. Trata-se de um dia especial – Sábado de Sábados, em que cada um deve examinar-se a si próprio e avaliar a sua condição perante Deus, arrependendo-se do que esteja mal em si aos olhos de Deus. A palavra “expiação” significa corrigir, reconciliar, restaurar, reparar, tornar a ser um só, de novo, prefigurando o que virá a acontecer a todos os remidos que O Senhor Yeshua, O nosso Sumo-Sacerdote pela Ordem de Melquisedeque, apresentará ao Pai Celestial, para se tornarem num só, com O Senhor Deus YHWH.
Na realidade, torna-se necessário que cada um de nós cumpra esta vontade de Deus, para termos a possibilidade de virmos a ter uma verdadeira identidade espiritual com Ele e a sermos um só com Ele.
Ainda hoje (...lembremos que Deus disse que esta solenidade foi instituída por estatuto perpétuo), o povo de Israel considera este o dia mais importante do calendário das festas anuais do Senhor, o dia mais sagrado do ano, ao qual se chama o povo a limpar os seus pecados perante Deus, a arrepender-se e a reconciliar-se com Ele (dia de julgamento). O povo deve afligir as suas almas e jejuar.
Profeticamente, este dia aponta também para a futura salvação de todo o Israel de Deus, quando YHWH limpar esta nação de todos os seus pecados – Rom. 11:26- 27.
Era somente neste dia que o Sumo-Sacerdote podia entrar na área mais sagrada do Templo (O Santo dos santos), uma vez ao ano e espalhar o sangue do sacrifício sobre a Arca do Concerto para limpeza dos pecados do povo. E, somente neste dia e, também uma só vez por ano, ele podia pronunciar O Santo Nome do Deus de Israel: YHWH.
Do ponto de vista escatológico, acreditamos que será também neste dia (no futuro) que se concretizará “O Dia do Senhor”, e nele será derramada a Sua ira sobre todos os filhos da desobediência deste mundo. Este convencimento assenta nas profecias que se encontram em Is. 13:6, 9, 13, Ez. 30:3, Mat. 24:29.
Antes que a ira de Deus caia sobre a humanidade desobediente, Deus fará sinais terríveis nos céus, avisando da chegada do castigo. Muitos profetas nos falam destes dias terríveis – e.g. Joel 2:31, vs Ap. 6:12. Todos estes acontecimentos sucederão durante os últimos 42 meses (3,5 anos)* antes da vinda gloriosa de Yeshua como Rei eterno.
*Não confundir o período da chamada “grande tribulação” ou “tribulação de Jacob”, os últimos 42 meses ou 3,5 anos, com o chamado período da ira de Deus. Os sinais da proximidade da ira de Deus serão dados antes que a Sua ira seja derramada, como nos diz em Sofonias 2:1-2. Todas as nações da Terra lamentarão, porque é vindo o grande dia da Sua ira e quem poderá subsistir? – Apocalipse 6:17.
Essa Israel que ainda hoje não reconhece O Messias de há 2.000 anos pranteará quando virem Aquele a Quem trespassaram; chorarão por não O terem reconhecido e aceitado no tempo da sua visitação – Zac. 12:10-14. Este será um dia de grande arrependimento desta nação.
Ao tempo em que Israel tinha o Templo para fazer as suas ofertas queimadas ao Senhor, só o Sumo-Sacerdote podia entrar no lugar Santíssimo (o Santo dos Santos) – Heb. 9:7-8: “Mas, no segundo, só o Sumo-Sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, que oferecia por si mesmo e pelas culpas do povo; dando nisto a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do santuário não estava descoberto enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo”.
Esta era contudo uma imagem do papel que viria a ser assumido por Yeshua, nosso Sumo-Sacerdote (Heb. 9) quando entrou no lugar Santíssimo, no santuário celeste, após a Sua glorificação. No entanto, no Dia da Expiação, o Sumo-Sacerdote deveria realizar dois sacrifícios especiais**:
**Lembremos que é o sangue que faz expiação pelas almas, conforme está escrito em Lev. 17:11. Ora o sangue que foi derramado pela salvação das nossas almas (os que se arrependeram e entregaram a Deus como novas criaturas em Yeshua) é o sangue de Yeshua, O Cordeiro de Deus.
• Um para purificação do santuário, purgando alguma profanação que o Sumo-Sacerdote pudesse ter feito, ele ou a sua casa, e para o qual deveria sacrificar um novilho e um carneiro, prefigurando a mudança do sacerdócio Levítico para o sacerdócio do Messias, da ordem de Melquisedeque (Lev. 16:3, 6); e
• Dois bodes, idênticos e sem mácula; em que:
i) Um deles, tirado à sorte (escolhido por YHWH), era sacrificado no altar para purificação do santuário e dos pecados do povo (Lev. 16:5, 7-8) e era sacrificado ao Senhor.
ii) Enquanto o outro não era sacrificado no Templo mas levado vivo perante O Senhor e depois enviado para o deserto, para “Azazel”***
***Azazel – esta expressão não aparece na tradução em Português de JFAlmeida. A expressão ali usada é bode emissário
(Lev. 16:10, 26). Antes de ser enviado para o deserto, o Sumo-Sacerdote, também confessava os pecados do povo sobre a cabeça do bode emissário (Lev. 16:20-22) e assim o animal era depois deixado no deserto (ou atirado de um penhasco).
Torna-se assim claro que estes dois bodes serviam dois propósitos diferentes na intenção de YHWH. Enquanto o primeiro bode, o que é sacrificado no altar de YHWH é um tipo de Yeshua, O Messias que haveria de vir, o segundo, que é banido para o deserto prefigura o anti-tipo de Cristo, Satanás, quando for amarrado por 1.000 anos e depois destruído para sempre, i.e. afastada a sua influência nefasta sobre os povos (Ap. 20:1-3); mas ele leva sobre si, também os pecados do povo, pois ele é o causador dos males que estão no mundo.
A expressão de “bode expiatório” ainda hoje tão utilizada por todos os povos é uma alusão muito clara a este animal que era sacrificado neste dia. Este bode é visto como “um tipo” de Satanás sobre quem recairá a destruição (Ez. 28:12-19), aquele cujo sacrifício no Templo não é aceite. O ser enviado para o deserto pode ser visto como uma antecipação do seu castigo no lago de fogo (Ap. 19:20).
A palavra “Azazel” é considerada na literatura hebraica como uma terra inabitada, ou lixeira da destruição espiritual (“geena”), símbolo da morada dos espíritos imundos.
Figurativamente, o deserto é o lugar de habitação dos espíritos decaídos: Is. 13: 21-22; 34:14; Mat. 12:43.
De acordo ainda com a tradição hebraica, o bode emissário era levado para uma zona deserta onde era atirado num precipício escarpado (do Hebraico: “azaz”). Não era um sacrifício ao Senhor, por isso não poderia ser um tipo do Messias. Era ainda entendido por Israel como uma forma de Deus atirar os pecados do povo para fora do arraial.
O significado espiritual desta separação dos bodes aponta para a separação que será feita durante o julgamento de Deus e que ocorrerá antes do Milénio. As nações serão julgadas pela forma como trataram o povo de Deus através dos tempos e como andaram nos caminhos propostos por YHWH (Mat. 25:31-46).
Na sua primeira vinda, O Senhor Yeshua foi considerado como O bode que foi entregue para sacrifício a Deus, carregando sobre si os pecados de toda a humanidade (Is. 53:1-6; Rom. 3:22-23; 1Cor. 15:3; Gál. 1:3-4; Heb. 2:17; 1Jo. 2:1-2; 4:10). Ele foi e permanece O Único sacrifício pelo qual o homem se pode chegar a YHWH.
O Dia da Expiação representa para nós, hoje, um dia de grande interiorização, de reconciliação com Deus e purificação dos nossos corações, pela aflição das nossas almas através de um renovado arrependimento e da busca do perdão de YHWH, reconhecendo-nos como humanos, criaturas que nos devemos humilhar perante a Majestade do Deus do Universo. Representa, ainda, a renovação da nossa esperança no dia da redenção, quando O Messias vier para reinar eternamente sobre todas as nações.
O DIA DA EXPIAÇÃO E O JUBILEU
De 50 em 50 anos YHWH manda celebrar o ano do Jubileu. O anúncio do ano do Jubileu era feito precisamente no Dia da Expiação através do soar de trombetas. Tal implicava a libertação de escravos e o retorno das propriedades aos seus proprietários originais. Isto não nos faz lembrar nada? Vamos ver de seguida.
Nesse dia futuro, o Dia da vinda do nossO Senhor e Rei YHWH, celebrar-se-á:
• A libertação do estado de pecado em que todo o mundo vive, libertando o homem da escravidão a que tem estado amarrado.
• A prisão de Satanás e dos seus anjos (o bode emissário que era enviado para o deserto, para Azazel).
• A glorificação dos remidos em Yeshua (quer os que já dormem quer os que estejam vivos no momento da Sua vinda) através da 1ª ressurreição, com o soar da última Trombeta de Deus, a 7ª – 1Cor. 15:52.
• A passagem dos reinos deste mundo para o domínio do Senhor YHWH (o retorno dos reinos ao seu legítimo e original proprietário). É como diz Deus: a terra é minha e toda a sua plenitude – Salmo 24:1; 89:11. Tudo Lhe pertence e tudo voltará para Ele. Esta passagem dar-se-á quando soar a 7ª trombeta de Deus e Cristo regressar para recolher os Seus escolhidos, os salvos pelo Seu sangue.
• Mas o Dia da Expiação corresponderá ao derramamento da ira de Deus sobre as nações rebeldes – Mal. 4:1.
Conforme manda O Senhor em Lev. 25:8-10, o ano do Jubileu era contado para anunciar a liberdade a todos os moradores da terra: “Também contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos; de maneira que os dias das sete semanas de anos te serão quarenta e nove anos. Então no mês sétimo, aos dez do mês, farás passar a trombeta do jubileu; no dia da expiação fareis passar a trombeta por toda a vossa terra, e santificareis o ano quinquagésimo, e apregoareis liberdade na terra a todos os seus moradores; ano de jubileu vos será, e tornareis, cada um à sua possessão, e cada um à sua família”. Eis o dia e o ano que virá: o Dia da Libertação e regresso do nosso Rei Eterno.
Estudo do irmão Vítor Quinta, responsável pelo site Kol-Shofar, A Voz da Trombeta.