O Oitavo e Último Grande Dia (Shemini Atzerêt)
Significado literal: Reunião; Ajuntamento.
O Oitao e Último dia da Festa (também um Sábado anual), pode ser visto como um memorial da entrada do povo na Terra Prometida, embora aponte já para a entrega do Reino ao Pai, quando já todos os inimigos de Deus, do Seu Mashiach e dos remidos, tiverem sido destruídos no final do sétimo Milénio e o povo santo verdadeiramente entrar na “terra prometida” – a eternidade. Este dia vem assinalado como um Sábado grande por YHWH em Lev. 23:36, 39; Núm. 29:35.
Este dia simboliza a entrada dos escolhidos de Deus naquela que será a sua “Terra Prometida”, a habitação final, a eterna – os novos céus e a nova terra, após o Milénio. É o tempo da nossa redenção do povo escolhido, em Yeshua. Para compreendermos as palavras que Yeshua pronunciou nas cerimónias da última Festa dos Tabernáculos que aqui passou enquanto homem, temos que tentar visualizar as cerimónias que esta festa comportava ao tempo de Yeshua e dos apóstolos.
As cerimónias que se realizavam durante a Festa dos Tabernáculos -O retrato destas festividades foi extraído da obra “King of the Jews”, escrito por D.Thomas Lancaster (2006)
Em primeiro lugar, devemos dizer que este 8º dia está intimamente ligado à celebração da Festa dos 7 dias dos Tabernáculos. Podemos dizer que encerram a semana dos Tabernáculos e dela fazem parte. E é no decurso destas festividades que O Senhor diz que estes dias são “o tempo da nossa alegria” (Lev. 23:40). Compreende-se porquê. Porque estes dias prefiguram dias felizes e eternos que aí virão debaixo do governo eterno do Rei Messias, o Leão da tribo de Judá.
Naqueles dias, em Jerusalém, o povo alegrava-se, tocando música, cantando e dançando, comendo e bebendo e estudando a Lei com os mestres de Israel. O ambiente era festivo, a que ajudava toda a encenação das luzes que os sacerdotes montavam no Templo (erigiam 4 grandes colunas onde colocavam 4 grandes lâmpadas de ouro em cada um, e onde ardia o óleo durante toda a Festa) e a grande multidão de peregrinos. Segundo o mandamento (Deut. 16:15-16), os homens vinham de toda a parte em direcção a Jerusalém com ofertas nas suas mãos e com alegria pelas colheitas obtidas segundo a bênção de YHWH e aí construíam cabanas (sukkot), onde habitavam durante 7 dias. O que também ajudava a que o povo se alegrasse era que Deus também mandava que os dízimos daqueles dias fossem gastos com o próprio, para que este comprasse e comesse e bebesse o que agradasse ao seu coração (Deut. 14:23-29).
De salientar que, para além das ofertas e sacrifícios habituais no Tempo realizados duas vezes no dia, o sacrifício da manhã e o da tarde, havia uma cerimónia em particular que fazia reunir todo o povo que ali celebrava ao Senhor. Tratava-se da cerimónia do derramamento de águas vivas 2 sobre o altar.
2 Porquê “águas vivas”? Porque o tanque de Siloé era um tanque onde as águas fluíam naturalmente, não sendo por isso canalizadas. De resto, a Bíblia chama de águas vivas as águas dos rios, oceanos, fontes e nascentes.
Esta cerimónia era realizada uma vez por dia, em cada um dos 7 dias da Festa, ainda de madrugada e consistia no seguinte:
• Dois sacerdotes tocavam as trombetas para chamar o povo ainda de madrugada anunciando o início da cerimónia
• Depois, saía do Tempo (no Monte Moriah) uma coluna de sacerdotes levando à frente um jarro de ouro
• Ao saírem do perímetro do Templo, esta procissão, acompanhada do toque das trombetas a intervalos, dirigia-se para a cidade de David em direcção ao tanque de Siloé (que significa “O Enviado”), onde recolhiam enchiam o jarro de ouro, regressando de seguida ao Templo
• Uma vez chegados ao Templo, o povo dava sete voltas ao altar entoando Hossanas (“Salva-nos agora” referência ao Salmo 118:25-27) e os sacerdotes, depois de um último toque de trombetas para que o povo se calasse, derramavam a água do jarro de ouro sobre a pedra do altar
• Nesta altura terminava a cerimónia e o povo estava pronto para ir comer e beber e poder assistir ao sacrifício da manhã, logo a seguir ao nascer do sol. Eram dias intensos em que o povo quase não dormia.
E, foi na sequência destas cerimónias que Yeshua, no último dia da Festa 3, o oitavo, (Jo. 7:14-26), começou a pregar no Templo; no grande dia da Festa, podemos ler em Jo. 7:37-39 4: “E no último dia, o grande dia da festa, Yeshua pós-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre”. Este discurso de Yeshua fazia uma ligação directa entre Ele próprio (A Fonte das águas vivas) e a cerimónia das águas que eram colhidas no tanque de Siloé (O Enviado, que era Ele próprio) e derramadas depois sobre o altar.
3 De lembrar que esta foi a última Festa dos Tabernáculos a que Yeshua assistiu antes do Seu sacrifício como Cordeiro de Deus na Páscoa do ano seguinte. Tal como aqui lhe cantaram “Hossanas”, também lhas cantaram quando entrou em Jerusalém montado num burrinho para depois ser sacrificado – Mc. 11:9-10.
4 Em cumprimento da profecia que se encontra em Is. 12:2-3.
Desta maravilha já o profeta nos falava em Is. 12:3 – “E vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação”. Ora esta fonte de salvação é Yeshua (Ler também Is. 44:3-4; 55:1)
O apóstolo João explica-nos depois que estes “rios de água viva” que hão-de correr do ventre de cada um dos que aceitarem Yeshua como O Messias Salvador, corresponderia ao derramamento do Espírito Santo, vendo-O como um profeta ou mesmo como O Messias prometido: João 7:39-43 – “E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado. Então muitos da multidão, ouvindo esta palavra, diziam: Verdadeiramente este é o Profeta. Outros diziam: Este é o Cristo; mas diziam outros: Vem, pois, o Cristo da Galileia? Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de David, e de Belém, da aldeia de onde era David? Assim entre o povo havia dissensão por causa dele”.
Não é surpreendente que Yeshua usasse esta imagem neste dia, pois em Apocalipse, ao falar deste 8º dia é usada uma imagem semelhante (Ap. 22:1-5,17): “E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça, e de um e de outro lado do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para a saúde das nações. E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão. E verão o seu rosto, e nas suas testas estará o seu nome. E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque O Senhor Deus os ilumina; e reinarão para todo o sempre”.
Este rio puro da água da vida é A Palavra que flui do Cordeiro de Deus, Rei Eterno, o mesmo rio de que nos fala o Salmo 46:4 – “Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo” e que estará centrado no trono do Altíssimo em Jerusalém. Este é o rio da vida eterna. O Senhor YHWH aponta-Se a Si mesmo como o manancial das águas da vida: Salmo 36:9 – “Porque em ti está o manancial da vida; na tua luz veremos a luz”, palavras que são corroboradas pelo próprio Deus através da boca de Jer. 2:13 – “Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas…” e em 17:13 – “os que se apartam de mim serão escritos sobre a terra; porque abandonam a YHWH, a fonte das águas vivas”. Este manancial de vida eterna emana do Cordeiro que há-de reinar eternamente.
O próprio Cristo confirma esta verdade quando fala com a mulher samaritana, em Jo. 4:14 – “Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna”. Quem beber desta água terá a Vida em si mesmo.
O 8º grande dia, como Sábado santo, aponta para a eternidade de YHWH com o Seu povo, na Sua glória eterna a todos aqueles que beberem desta água que O Cristo tem para lhes dar: a Sua Palavra redenTorá.
Estas são Palavras de Vida.
Muitas passagens bíblicas revelam-nos a importância das Festas de YHWH, particularmente as Festas dos Tabernáculos e o 8º Grande Dia, ambos Sábados anuais a serem celebrados nas datas apontadas pelo nosso Deus.
Estas duas celebrações encerram o plano das solenidades anuais do Deus YHWH. A primeira evoca o período do 7º Milénio, do governo de Cristo sobre todas as nações da terra, sendo que o último dia desta semana, o 7º aponta para o último dia da Ceifa ou Recolha, o que nos é retratado pelo julgamento perante o Grande Trono Branco (a 2ª Ressurreição, a de todos os que viveram e que serão julgados pelas suas obras no final do Milénio – Ap. 20:11-15), enquanto o 8º Dia, encerra o ciclo anual das solenidades de YHWH e aponta para a entrega do Reino ao Pai e a eternidade dos remidos com O seu Deus YHWH.
Este é um dia separado dos anteriores sete. Para além disso, este dia tem a particularidade de não ser necessário praticar quaisquer ritos. Porquê? Porque nesse tempo futuro já passámos da condição física para a espiritual, de algo concreto e palpável para algo sublime e eterno, para algo que não podemos ainda ver mas que é bem real, como nos diz Paulo em 2Cor. 4:18: “Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas”.
Esse reino eterno, perfeito, culminará com a criação de novos céus e nova terra – Ap. 21:5: “E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis”. Esta revelação de Yeshua ao profeta João confirma o que Ele mesmo como Verbo Divino já havia anunciado a Isaías – Is. 65:17 e 66:22:
“Porque, eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão... Porque, como os novos céus, e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante da minha face, diz YHWH, assim também há de estar a vossa posteridade e o vosso nome”.
Eis a nossa esperança retratada nestas palavras verdadeiras e fiéis como é próprio do Deus YHWH. Essa mesma certeza de fé também nos aparece retratada nas palavras de Pedro – 2Pe. 3:13: “Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça”.
Eis o quadro completo do que ainda falta acontecer para que a figura do 8º Grande Dia venha a ser uma realidade:
1. que o mundo sofra a grande tribulação que virá antes da 2ª vinda de Yeshua, e que a rebeldia seja castigada;
2. que, com a vinda de Yeshua, seja retirado todo o poder a Satanás e aos seus anjos durante os mil anos do governo de Cristo e todas as coisas sejam restauradas;
3. que Satanás seja solto no final do milénio por um pouco de tempo e saia novamente a enganar as nações e as congregue de novo contra o arraial dos santos;
4. que os inimigos do Altíssimo sejam totalmente destruídos no lago de fogo (Satanás e seus anjos o falso profeta);
5. que o último inimigo seja destruído – a morte, para que então todo o plano de YHWH seja finalmente concretizado na entrega ao Pai de um reino e um povo eternos.
Por isso mesmo, após a celebração da Festa dos Tabernáculos durante a qual eram sacrificados 70 touros (figurando as 70 nações, para expiação dos seus pecados), devemos procurar entender o significado desta solenidade que YHWH manda guardar como um Sábado santo – o 8º Grande Dia, durante o qual somente UM animal era sacrificado, em benefício de UMA só nação - Israel. Por vezes não alcançamos o significado destes dias santificados por Deus.
Atentemos agora para o ensino que nos é transmitido no Livro de Hebreus e nas cartas dos Apóstolos; pela fé, muitos servos da antiguidade observaram toda a vontade de YHWH vendo, de longe, todo o plano de Deus e a recompensa que está reservada para os fiéis:
• Moisés abandonou honrarias humanas no Egipto para abraçar o concerto com YHWH, almejando uma recompensa maior, eterna - Heb. 11:24-28.
• Pedro na sua primeira carta às 12 Tribos de Israel também nos dá uma clara visão da glória que espera todos aqueles que se convertem e se entregam ao caminho da verdade, que é Yeshua e a Lei de YHWH – 1Pe. 1:9-16.
• Heb. 12:22-24 revela-nos quem são os primogénitos de Israel.
Como primogénitos de YHWH em Yeshua, O Messias, somos filhos de Abraão pela promessa e, como tal, herdeiros pela fé nas mesmas promessas e no sangue do Cordeiro; membros da assembleia universal dos santos, parte das 12 Tribos de Israel (Ele não foi enviado senão às ovelhas perdidas da Casa de Israel, para que das duas casas faça uma só, eternamente – Gál. 3:7, 29: “Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão... E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa”. Palavras de Paulo que não deixam dúvidas e que confirmam as que se encontram em todo o Capítulo 11 da sua carta aos Romanos.
Nesta carta é-nos dito que se não estivermos enxertados na boa oliveira (Israel) cuja raiz é Yeshua não teremos possibilidade de salvação. Ora, sabemos também que só temos possibilidade de saber se na realidade estamos enxertados na boa oliveira se andarmos nos Seus mandamentos, juízos, testemunhos, estatutos (dos quais um bom exemplo são as Santas Festas Anuais de YHWH), e guardarmos a fé de Yeshua, com sinceridade e humildade nos nossos corações, não sendo somente ouvintes (esquecediços), mas fazedores da obra que Ele nos entregou.
Será que nos estamos a preparar para estar ali, naquele Dia?
Ao ler um estudo sobre o significado das Festas Santas encontrei o seguinte pensamento: “Não são os acontecimentos [do mundo] que governam as Solenidades de YHWH, nem estas foram colocadas no lugar de um acontecimento histórico, mas antes, são as Solenidades de YHWH que governam os acontecimentos e nos guiam no Caminho que Ele próprio traçou”. Exemplo: vimos o cumprimento parcial da Páscoa através do relato de Êxodo. Mas, o verdadeiro cumprimento do Êxodo há-de vir com o regresso do povo de YHWH à terra prometida aos patriarcas, dos quatro cantos do mundo, e esse vem-nos relatado em Apocalipse.
O êxodo do Egipto foi uma sombra do grandioso êxodo que está para vir. Veja-se a grandiosidade da restauração da Casa de Israel – Jer. 31:1, 3-10: “Naquele tempo, diz YHWH, serei o Deus de todas as famílias de Israel, e elas serão o meu povo... Há muito que YHWH me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí. Ainda te edificarei, e serás edificada, ó virgem de Israel! Ainda serás adornada com os teus tamboris, e sairás nas danças dos que se alegram. Ainda plantarás vinhas nos montes de Samaria; os plantadores as plantarão e comerão como coisas comuns. Porque haverá um dia em que gritarão os vigias sobre o monte de Efraim: Levantai-vos, e subamos a Sião, a YHWH nosso Deus. Porque assim diz YHWH: Cantai sobre Jacob com alegria, e exultai por causa do chefe das nações; proclamai, cantai louvores, e dizei: Salva, YHWH, ao teu povo, o restante de Israel. Eis que os trarei da terra do norte, e os congregarei das extremidades da terra; entre os quais haverá cegos e aleijados, grávidas e as de parto juntamente; em grande congregação voltarão para aqui. Virão com choro, e com súplicas os levarei; guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho direito, no qual não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogénito. Ouvi a palavra de YHWH, ó nações, e anunciai-a nas ilhas longínquas, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como o pastor ao seu rebanho”.
O NOIVO E A NOIVA
Se nos consideramos parte da Israel de Deus (quer como descendência genética de Abraão, quer como gentios que já nos convertemos a Cristo e, por isso mesmo, fomos enxertados na boa oliveira), todas estas festas acima apontadas são para nós.
Desde os tempos bíblicos que o casamento é uma festa de alegria e celebração, tanto para os noivos como para os convidados, com alegria, canto, música e dança. Os próprios noivos eram tratados como rei e rainha, sendo-lhes colocadas coroas nas suas cabeças; eram sentados nuns tronos e iniciavam-se as alegres celebrações. Os costumes hebraicos do casamento consistiam no seguinte:
1. O noivo ía preparar o lugar da habitação. Aqui o noivo é o Mashiach – Jo. 14:2: “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar”.
2. Quando O Pai (YHWH) entendia que a habitação do Filho estava concluída e em condições, dava então autorização a que se celebrasse o casamento e este fosse buscar a noiva – Jo. 14:3: “E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também”.
3. Porém, daquele dia e hora, somente O Pai sabe quando será – Mat. 24:36: “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai”.
4. Após uma separação inicial de 7 dias, também correspondentes ao período da Festa dos Tabernáculos ou “Sukkot” (os 7 milénios que precederão a união eterna), os noivos tomavam uma refeição com os seus convidados, os remidos no sangue do Cordeiro de YHWH (nas Bodas do Cordeiro) e eram depois conduzidos aos seus aposentos, consumando-se, assim o casamento – Ap. 19:7, 9: “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus”.
5. Podemos encontrar uma expressão dos cânticos de amor, louvor e alegria que serão entoados nesse glorioso dia em Cantares de Salomão, trocados entre O Noivo e a Noiva – Cristo e a Israel de YHWH. Ao lermos o Salmo 45 encontramos também o cântico sobre as Bodas do Cordeiro.
Após 6000 anos de governo do homem (e de Satanás) sobre a terra, virá o 7º milénio, o tempo do repouso, o tempo de refrigério e da restauração de todas as coisas, o que virá a ser uma realidade debaixo do governo de Yeshua e dos Seus santos sobre todas as nações da terra, como já se disse antes, após o que O Messias apresentará a Sua noiva pura e sem mancha (pecado) a YHWH.
Na antiga Israel, o 8º Grande Dia era dedicado a orações pela chuva, pelas águas.
Ora como sabemos, do ponto de vista profético, chuva também tem como significado o derramamento do Espírito Santo de YHWH. Oremos pois por um grande derramamento do Espírito Santo sobre nós, os que crêem e esperam a vinda do Noivo.
Ap. 22:17: “E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida”.
Para terminar este capítulo ligado às solenidade de YHWH aqui fica mais uma reflexão sobre o seu grande significado, nos dias e tempos por Ele determinados, e o quanto esses dias santos reflectem o Plano de YHWH para a humanidade, tanto no passado como ainda no futuro:
O Messias nasceu no 1º dia da Festa dos Tabernáculos (seus pais ficaram alojados numa cabana “sukkah”*, por não haver lugar na estalagem)
*“sukkah” no Dicionário Strong’s # 5521: cabana, tenda, tabernáculo (habitação temporária) –Gén. 33:17. Tanto a Terra que habitamos como os nossos corpos são “habitações temporárias”: Is. 51:6; Jo. 2:19; 2Cor. 5:1; 2Ped. 1:13-14.
O Messias foi circuncidado ao 8º dia da Festa dos Tabernáculo
O Messias morreu durante a Festa da Páscoa
O Messias ressuscitou e foi as Primícias (o “feixe movido” perante o altar de YHWH)
O Messias derramou o Seu Espírito Santo durante a Festa do Pentecostes;
O Messias chama os homens ao arrependimento todos os dias, mas dedicou a esse propósito um dia especial: o Dia das Trombetas
O Messias, voltará, segundo se crê, no Dia das Trombetas, com o toque da 7ª trombeta
O Messias castigará exemplarmente a humanidade rebelde no Dia da Expiação (O Dia do Senhor)
O Rei Eterno Jesus governará as nações da Terra durante mil anos no que corresponde à Festa dos Tabernáculos, o 7º milénio
O Messias entregará o Reino a Seu Pai YHWH no final do 7º. Milénio, portanto no 8º Grande Dia que aponta para a eternidade.
Acordai, vós que estais dormindo (i.e. sem O conhecimento do Senhor Yeshua).
Estudo do irmão Vítor Quinta, responsável pelo site Kol-Shofar, A Voz da Trombeta.
O Oitao e Último dia da Festa (também um Sábado anual), pode ser visto como um memorial da entrada do povo na Terra Prometida, embora aponte já para a entrega do Reino ao Pai, quando já todos os inimigos de Deus, do Seu Mashiach e dos remidos, tiverem sido destruídos no final do sétimo Milénio e o povo santo verdadeiramente entrar na “terra prometida” – a eternidade. Este dia vem assinalado como um Sábado grande por YHWH em Lev. 23:36, 39; Núm. 29:35.
Este dia simboliza a entrada dos escolhidos de Deus naquela que será a sua “Terra Prometida”, a habitação final, a eterna – os novos céus e a nova terra, após o Milénio. É o tempo da nossa redenção do povo escolhido, em Yeshua. Para compreendermos as palavras que Yeshua pronunciou nas cerimónias da última Festa dos Tabernáculos que aqui passou enquanto homem, temos que tentar visualizar as cerimónias que esta festa comportava ao tempo de Yeshua e dos apóstolos.
As cerimónias que se realizavam durante a Festa dos Tabernáculos -O retrato destas festividades foi extraído da obra “King of the Jews”, escrito por D.Thomas Lancaster (2006)
Em primeiro lugar, devemos dizer que este 8º dia está intimamente ligado à celebração da Festa dos 7 dias dos Tabernáculos. Podemos dizer que encerram a semana dos Tabernáculos e dela fazem parte. E é no decurso destas festividades que O Senhor diz que estes dias são “o tempo da nossa alegria” (Lev. 23:40). Compreende-se porquê. Porque estes dias prefiguram dias felizes e eternos que aí virão debaixo do governo eterno do Rei Messias, o Leão da tribo de Judá.
Naqueles dias, em Jerusalém, o povo alegrava-se, tocando música, cantando e dançando, comendo e bebendo e estudando a Lei com os mestres de Israel. O ambiente era festivo, a que ajudava toda a encenação das luzes que os sacerdotes montavam no Templo (erigiam 4 grandes colunas onde colocavam 4 grandes lâmpadas de ouro em cada um, e onde ardia o óleo durante toda a Festa) e a grande multidão de peregrinos. Segundo o mandamento (Deut. 16:15-16), os homens vinham de toda a parte em direcção a Jerusalém com ofertas nas suas mãos e com alegria pelas colheitas obtidas segundo a bênção de YHWH e aí construíam cabanas (sukkot), onde habitavam durante 7 dias. O que também ajudava a que o povo se alegrasse era que Deus também mandava que os dízimos daqueles dias fossem gastos com o próprio, para que este comprasse e comesse e bebesse o que agradasse ao seu coração (Deut. 14:23-29).
De salientar que, para além das ofertas e sacrifícios habituais no Tempo realizados duas vezes no dia, o sacrifício da manhã e o da tarde, havia uma cerimónia em particular que fazia reunir todo o povo que ali celebrava ao Senhor. Tratava-se da cerimónia do derramamento de águas vivas 2 sobre o altar.
2 Porquê “águas vivas”? Porque o tanque de Siloé era um tanque onde as águas fluíam naturalmente, não sendo por isso canalizadas. De resto, a Bíblia chama de águas vivas as águas dos rios, oceanos, fontes e nascentes.
Esta cerimónia era realizada uma vez por dia, em cada um dos 7 dias da Festa, ainda de madrugada e consistia no seguinte:
• Dois sacerdotes tocavam as trombetas para chamar o povo ainda de madrugada anunciando o início da cerimónia
• Depois, saía do Tempo (no Monte Moriah) uma coluna de sacerdotes levando à frente um jarro de ouro
• Ao saírem do perímetro do Templo, esta procissão, acompanhada do toque das trombetas a intervalos, dirigia-se para a cidade de David em direcção ao tanque de Siloé (que significa “O Enviado”), onde recolhiam enchiam o jarro de ouro, regressando de seguida ao Templo
• Uma vez chegados ao Templo, o povo dava sete voltas ao altar entoando Hossanas (“Salva-nos agora” referência ao Salmo 118:25-27) e os sacerdotes, depois de um último toque de trombetas para que o povo se calasse, derramavam a água do jarro de ouro sobre a pedra do altar
• Nesta altura terminava a cerimónia e o povo estava pronto para ir comer e beber e poder assistir ao sacrifício da manhã, logo a seguir ao nascer do sol. Eram dias intensos em que o povo quase não dormia.
E, foi na sequência destas cerimónias que Yeshua, no último dia da Festa 3, o oitavo, (Jo. 7:14-26), começou a pregar no Templo; no grande dia da Festa, podemos ler em Jo. 7:37-39 4: “E no último dia, o grande dia da festa, Yeshua pós-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre”. Este discurso de Yeshua fazia uma ligação directa entre Ele próprio (A Fonte das águas vivas) e a cerimónia das águas que eram colhidas no tanque de Siloé (O Enviado, que era Ele próprio) e derramadas depois sobre o altar.
3 De lembrar que esta foi a última Festa dos Tabernáculos a que Yeshua assistiu antes do Seu sacrifício como Cordeiro de Deus na Páscoa do ano seguinte. Tal como aqui lhe cantaram “Hossanas”, também lhas cantaram quando entrou em Jerusalém montado num burrinho para depois ser sacrificado – Mc. 11:9-10.
4 Em cumprimento da profecia que se encontra em Is. 12:2-3.
Desta maravilha já o profeta nos falava em Is. 12:3 – “E vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação”. Ora esta fonte de salvação é Yeshua (Ler também Is. 44:3-4; 55:1)
O apóstolo João explica-nos depois que estes “rios de água viva” que hão-de correr do ventre de cada um dos que aceitarem Yeshua como O Messias Salvador, corresponderia ao derramamento do Espírito Santo, vendo-O como um profeta ou mesmo como O Messias prometido: João 7:39-43 – “E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado. Então muitos da multidão, ouvindo esta palavra, diziam: Verdadeiramente este é o Profeta. Outros diziam: Este é o Cristo; mas diziam outros: Vem, pois, o Cristo da Galileia? Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de David, e de Belém, da aldeia de onde era David? Assim entre o povo havia dissensão por causa dele”.
Não é surpreendente que Yeshua usasse esta imagem neste dia, pois em Apocalipse, ao falar deste 8º dia é usada uma imagem semelhante (Ap. 22:1-5,17): “E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça, e de um e de outro lado do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para a saúde das nações. E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão. E verão o seu rosto, e nas suas testas estará o seu nome. E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque O Senhor Deus os ilumina; e reinarão para todo o sempre”.
Este rio puro da água da vida é A Palavra que flui do Cordeiro de Deus, Rei Eterno, o mesmo rio de que nos fala o Salmo 46:4 – “Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo” e que estará centrado no trono do Altíssimo em Jerusalém. Este é o rio da vida eterna. O Senhor YHWH aponta-Se a Si mesmo como o manancial das águas da vida: Salmo 36:9 – “Porque em ti está o manancial da vida; na tua luz veremos a luz”, palavras que são corroboradas pelo próprio Deus através da boca de Jer. 2:13 – “Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas…” e em 17:13 – “os que se apartam de mim serão escritos sobre a terra; porque abandonam a YHWH, a fonte das águas vivas”. Este manancial de vida eterna emana do Cordeiro que há-de reinar eternamente.
O próprio Cristo confirma esta verdade quando fala com a mulher samaritana, em Jo. 4:14 – “Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna”. Quem beber desta água terá a Vida em si mesmo.
O 8º grande dia, como Sábado santo, aponta para a eternidade de YHWH com o Seu povo, na Sua glória eterna a todos aqueles que beberem desta água que O Cristo tem para lhes dar: a Sua Palavra redenTorá.
Estas são Palavras de Vida.
Muitas passagens bíblicas revelam-nos a importância das Festas de YHWH, particularmente as Festas dos Tabernáculos e o 8º Grande Dia, ambos Sábados anuais a serem celebrados nas datas apontadas pelo nosso Deus.
Estas duas celebrações encerram o plano das solenidades anuais do Deus YHWH. A primeira evoca o período do 7º Milénio, do governo de Cristo sobre todas as nações da terra, sendo que o último dia desta semana, o 7º aponta para o último dia da Ceifa ou Recolha, o que nos é retratado pelo julgamento perante o Grande Trono Branco (a 2ª Ressurreição, a de todos os que viveram e que serão julgados pelas suas obras no final do Milénio – Ap. 20:11-15), enquanto o 8º Dia, encerra o ciclo anual das solenidades de YHWH e aponta para a entrega do Reino ao Pai e a eternidade dos remidos com O seu Deus YHWH.
Este é um dia separado dos anteriores sete. Para além disso, este dia tem a particularidade de não ser necessário praticar quaisquer ritos. Porquê? Porque nesse tempo futuro já passámos da condição física para a espiritual, de algo concreto e palpável para algo sublime e eterno, para algo que não podemos ainda ver mas que é bem real, como nos diz Paulo em 2Cor. 4:18: “Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas”.
Esse reino eterno, perfeito, culminará com a criação de novos céus e nova terra – Ap. 21:5: “E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis”. Esta revelação de Yeshua ao profeta João confirma o que Ele mesmo como Verbo Divino já havia anunciado a Isaías – Is. 65:17 e 66:22:
“Porque, eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão... Porque, como os novos céus, e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante da minha face, diz YHWH, assim também há de estar a vossa posteridade e o vosso nome”.
Eis a nossa esperança retratada nestas palavras verdadeiras e fiéis como é próprio do Deus YHWH. Essa mesma certeza de fé também nos aparece retratada nas palavras de Pedro – 2Pe. 3:13: “Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça”.
Eis o quadro completo do que ainda falta acontecer para que a figura do 8º Grande Dia venha a ser uma realidade:
1. que o mundo sofra a grande tribulação que virá antes da 2ª vinda de Yeshua, e que a rebeldia seja castigada;
2. que, com a vinda de Yeshua, seja retirado todo o poder a Satanás e aos seus anjos durante os mil anos do governo de Cristo e todas as coisas sejam restauradas;
3. que Satanás seja solto no final do milénio por um pouco de tempo e saia novamente a enganar as nações e as congregue de novo contra o arraial dos santos;
4. que os inimigos do Altíssimo sejam totalmente destruídos no lago de fogo (Satanás e seus anjos o falso profeta);
5. que o último inimigo seja destruído – a morte, para que então todo o plano de YHWH seja finalmente concretizado na entrega ao Pai de um reino e um povo eternos.
Por isso mesmo, após a celebração da Festa dos Tabernáculos durante a qual eram sacrificados 70 touros (figurando as 70 nações, para expiação dos seus pecados), devemos procurar entender o significado desta solenidade que YHWH manda guardar como um Sábado santo – o 8º Grande Dia, durante o qual somente UM animal era sacrificado, em benefício de UMA só nação - Israel. Por vezes não alcançamos o significado destes dias santificados por Deus.
Atentemos agora para o ensino que nos é transmitido no Livro de Hebreus e nas cartas dos Apóstolos; pela fé, muitos servos da antiguidade observaram toda a vontade de YHWH vendo, de longe, todo o plano de Deus e a recompensa que está reservada para os fiéis:
• Moisés abandonou honrarias humanas no Egipto para abraçar o concerto com YHWH, almejando uma recompensa maior, eterna - Heb. 11:24-28.
• Pedro na sua primeira carta às 12 Tribos de Israel também nos dá uma clara visão da glória que espera todos aqueles que se convertem e se entregam ao caminho da verdade, que é Yeshua e a Lei de YHWH – 1Pe. 1:9-16.
• Heb. 12:22-24 revela-nos quem são os primogénitos de Israel.
Como primogénitos de YHWH em Yeshua, O Messias, somos filhos de Abraão pela promessa e, como tal, herdeiros pela fé nas mesmas promessas e no sangue do Cordeiro; membros da assembleia universal dos santos, parte das 12 Tribos de Israel (Ele não foi enviado senão às ovelhas perdidas da Casa de Israel, para que das duas casas faça uma só, eternamente – Gál. 3:7, 29: “Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão... E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa”. Palavras de Paulo que não deixam dúvidas e que confirmam as que se encontram em todo o Capítulo 11 da sua carta aos Romanos.
Nesta carta é-nos dito que se não estivermos enxertados na boa oliveira (Israel) cuja raiz é Yeshua não teremos possibilidade de salvação. Ora, sabemos também que só temos possibilidade de saber se na realidade estamos enxertados na boa oliveira se andarmos nos Seus mandamentos, juízos, testemunhos, estatutos (dos quais um bom exemplo são as Santas Festas Anuais de YHWH), e guardarmos a fé de Yeshua, com sinceridade e humildade nos nossos corações, não sendo somente ouvintes (esquecediços), mas fazedores da obra que Ele nos entregou.
Será que nos estamos a preparar para estar ali, naquele Dia?
Ao ler um estudo sobre o significado das Festas Santas encontrei o seguinte pensamento: “Não são os acontecimentos [do mundo] que governam as Solenidades de YHWH, nem estas foram colocadas no lugar de um acontecimento histórico, mas antes, são as Solenidades de YHWH que governam os acontecimentos e nos guiam no Caminho que Ele próprio traçou”. Exemplo: vimos o cumprimento parcial da Páscoa através do relato de Êxodo. Mas, o verdadeiro cumprimento do Êxodo há-de vir com o regresso do povo de YHWH à terra prometida aos patriarcas, dos quatro cantos do mundo, e esse vem-nos relatado em Apocalipse.
O êxodo do Egipto foi uma sombra do grandioso êxodo que está para vir. Veja-se a grandiosidade da restauração da Casa de Israel – Jer. 31:1, 3-10: “Naquele tempo, diz YHWH, serei o Deus de todas as famílias de Israel, e elas serão o meu povo... Há muito que YHWH me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí. Ainda te edificarei, e serás edificada, ó virgem de Israel! Ainda serás adornada com os teus tamboris, e sairás nas danças dos que se alegram. Ainda plantarás vinhas nos montes de Samaria; os plantadores as plantarão e comerão como coisas comuns. Porque haverá um dia em que gritarão os vigias sobre o monte de Efraim: Levantai-vos, e subamos a Sião, a YHWH nosso Deus. Porque assim diz YHWH: Cantai sobre Jacob com alegria, e exultai por causa do chefe das nações; proclamai, cantai louvores, e dizei: Salva, YHWH, ao teu povo, o restante de Israel. Eis que os trarei da terra do norte, e os congregarei das extremidades da terra; entre os quais haverá cegos e aleijados, grávidas e as de parto juntamente; em grande congregação voltarão para aqui. Virão com choro, e com súplicas os levarei; guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho direito, no qual não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogénito. Ouvi a palavra de YHWH, ó nações, e anunciai-a nas ilhas longínquas, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como o pastor ao seu rebanho”.
O NOIVO E A NOIVA
Se nos consideramos parte da Israel de Deus (quer como descendência genética de Abraão, quer como gentios que já nos convertemos a Cristo e, por isso mesmo, fomos enxertados na boa oliveira), todas estas festas acima apontadas são para nós.
Desde os tempos bíblicos que o casamento é uma festa de alegria e celebração, tanto para os noivos como para os convidados, com alegria, canto, música e dança. Os próprios noivos eram tratados como rei e rainha, sendo-lhes colocadas coroas nas suas cabeças; eram sentados nuns tronos e iniciavam-se as alegres celebrações. Os costumes hebraicos do casamento consistiam no seguinte:
1. O noivo ía preparar o lugar da habitação. Aqui o noivo é o Mashiach – Jo. 14:2: “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar”.
2. Quando O Pai (YHWH) entendia que a habitação do Filho estava concluída e em condições, dava então autorização a que se celebrasse o casamento e este fosse buscar a noiva – Jo. 14:3: “E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também”.
3. Porém, daquele dia e hora, somente O Pai sabe quando será – Mat. 24:36: “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai”.
4. Após uma separação inicial de 7 dias, também correspondentes ao período da Festa dos Tabernáculos ou “Sukkot” (os 7 milénios que precederão a união eterna), os noivos tomavam uma refeição com os seus convidados, os remidos no sangue do Cordeiro de YHWH (nas Bodas do Cordeiro) e eram depois conduzidos aos seus aposentos, consumando-se, assim o casamento – Ap. 19:7, 9: “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus”.
5. Podemos encontrar uma expressão dos cânticos de amor, louvor e alegria que serão entoados nesse glorioso dia em Cantares de Salomão, trocados entre O Noivo e a Noiva – Cristo e a Israel de YHWH. Ao lermos o Salmo 45 encontramos também o cântico sobre as Bodas do Cordeiro.
Após 6000 anos de governo do homem (e de Satanás) sobre a terra, virá o 7º milénio, o tempo do repouso, o tempo de refrigério e da restauração de todas as coisas, o que virá a ser uma realidade debaixo do governo de Yeshua e dos Seus santos sobre todas as nações da terra, como já se disse antes, após o que O Messias apresentará a Sua noiva pura e sem mancha (pecado) a YHWH.
Na antiga Israel, o 8º Grande Dia era dedicado a orações pela chuva, pelas águas.
Ora como sabemos, do ponto de vista profético, chuva também tem como significado o derramamento do Espírito Santo de YHWH. Oremos pois por um grande derramamento do Espírito Santo sobre nós, os que crêem e esperam a vinda do Noivo.
Ap. 22:17: “E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida”.
Para terminar este capítulo ligado às solenidade de YHWH aqui fica mais uma reflexão sobre o seu grande significado, nos dias e tempos por Ele determinados, e o quanto esses dias santos reflectem o Plano de YHWH para a humanidade, tanto no passado como ainda no futuro:
O Messias nasceu no 1º dia da Festa dos Tabernáculos (seus pais ficaram alojados numa cabana “sukkah”*, por não haver lugar na estalagem)
*“sukkah” no Dicionário Strong’s # 5521: cabana, tenda, tabernáculo (habitação temporária) –Gén. 33:17. Tanto a Terra que habitamos como os nossos corpos são “habitações temporárias”: Is. 51:6; Jo. 2:19; 2Cor. 5:1; 2Ped. 1:13-14.
O Messias foi circuncidado ao 8º dia da Festa dos Tabernáculo
O Messias morreu durante a Festa da Páscoa
O Messias ressuscitou e foi as Primícias (o “feixe movido” perante o altar de YHWH)
O Messias derramou o Seu Espírito Santo durante a Festa do Pentecostes;
O Messias chama os homens ao arrependimento todos os dias, mas dedicou a esse propósito um dia especial: o Dia das Trombetas
O Messias, voltará, segundo se crê, no Dia das Trombetas, com o toque da 7ª trombeta
O Messias castigará exemplarmente a humanidade rebelde no Dia da Expiação (O Dia do Senhor)
O Rei Eterno Jesus governará as nações da Terra durante mil anos no que corresponde à Festa dos Tabernáculos, o 7º milénio
O Messias entregará o Reino a Seu Pai YHWH no final do 7º. Milénio, portanto no 8º Grande Dia que aponta para a eternidade.
Acordai, vós que estais dormindo (i.e. sem O conhecimento do Senhor Yeshua).
Estudo do irmão Vítor Quinta, responsável pelo site Kol-Shofar, A Voz da Trombeta.