"Disse-lhes Yeshua: E vós, quem dizeis que eu sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Mashiach, o Filho do Deus vivo."
Mateus 16:15-16
QUEM É YESHUA
Nós somos feitos à imagem e semelhança de Deus através do Seu Filho, que serviu de modelo para a nossa criação. Por isso ele é chamado do Filho do Homem, pois de facto ele é o primeiro homem espiritual e o único gerado nos céus. Nós somos feitos à imagem e semelhança de YHWH a partir do “DNA” espiritual do Seu Filho Yeshua, e é por isto que quando nascemos de novo espiritualmente não nos tornamos deus ou deuses, mas filhos de Deus. Em outras palavras, somos todos potencialmente filhos de Deus e não deuses. Quando nós recebemos o testemunho de Yeshua, o Messias, e o aceitamos como Senhor e Salvador de nossas vidas, somos agraciados com uma espécie de adopção espiritual que nos torna filhos de Deus e o Filho de Deus, Yeshua, passa a ser o nosso irmão mais velho.
A B'rit Chadashá (Novo Testamento) é muita clara a respeito disto quando diz: “Porque os que dantes conheceu, também predeterminou para que sejam conforme a imagem do Seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Romanos 8:29).
Ele, como primogénito, recebe o título de Senhor, pois tem autoridade sobre as nossas vidas e também uma porção dupla de herança. A porção dupla do Messias tornou-se na verdade multiplicadora, não só porque ele é incomparavelmente maior do que nós, mas em razão do seu testemunho, cuja grandeza excedeu em muito a qualquer outro exemplo de um homem terreno. Através de Yeshua foi aberta uma grande e única porta para a salvação.
A relação do Filho de Deus com aqueles que se tornaram seus irmãos é explicada na B’rit Chadashá, tendo como referencial o Tanach (Velho testamento). Acerca disto lemos:
“Disse: Tornarei conhecido o Teu Nome aos meus irmãos, no meio da congregação cantarei louvores a Ti... O qual em tudo devia ser feito semelhante aos irmãos, a fim de se tornar misericordioso e um verdadeiro sumo sacerdote para com Deus, a fim de expiar os pecados do povo” (Hebreus 2:12,17).
Ao revestir-se de homem terreno, o Filho de Deus estava na verdade a abrir uma porta para os homens terrenos transformarem-se em homens espirituais e celestiais. Assim, todos os que depositam confiança nele, tornam-se semelhantes a ele, ou seja, homens e mulheres espirituais.
O sacrifício do Messias serviu de pagamento pela dívida contraída por Israel e por toda a humanidade em razão do pecado, que é a transgressão das leis do Eterno. Em razão disto o Filho de Elohim recebeu o título de Salvador, pois foi através dele que a Salvação do Eterno alcançou Israel e por extensão, toda a humanidade. Ele também recebeu do Eterno o título de Senhor sobre nós e sobre a própria terra. O domínio sobre a terra foi dado originalmente ao homem, mas perdido em razão da sua desobediência. Assim, antes da vinda do Messias, a terra estava à mercê da influência opressora exercida pelo império das trevas. Mas o Filho de haShem foi o resgatador da terra, aquele que a reconquistou, assumindo assim o direito de propriedade e domínio sobre ela. Herdaremos, reinaremos e venceremos se estivermos associados ao Messias, que por sua vez terá domínio sobre nós, e Este por sua vez agirá segundo a vontade do Eterno YHWH, onde apos o milénio entregará o Reino ao Pai (1Cor. 15:28). Resumidadamente, a festa das cabanas/tabernáculos apontam para o Governo milenar de Yeshua, e o último grande dia para a derrota final do adversário, e a entrega do reino Aquele que tudo lhe sujeitou.
Yeshua também recebe o título de Filho unigénito de Deus, porque foi gerado directamente pelo Eterno tendo sido formado com substância Divina, e assim ele é o único do seu tipo.
Em outras palavras, o Filho de Elohim foi o único gerado a partir do DNA espiritual do Eterno. Ele é na verdade o único que no sentido pleno foi gerado segundo a imagem e semelhança de Deus, enquanto nós somos a imagem e semelhança do Eterno através dele, Yeshua, o Messias. Porém, ele nunca usurpou a posição de igualdade para com Deus, mas sempre se posicionou como Filho de Deus e submisso ao Pai, isto é, servo do Eterno. Acerca disto lemos na B'rit Chadashá (texto entre parêntesis acrescentado por nós, para reforço do sentido do texto):
“O qual tendo a aparência de Deus [aparência externa, forma como é percebido pela visão] não julgou por usurpação o ser igual à Deus, todavia ele mesmo se esvaziou, não recusando ter a aparência de servo [aparência externa, forma como é percebido pela visão], tornando-se parecido com os homens [terrenos]”. (Filipenses 2:6,7).
Tendo sido gerado com substância Divina, Yeshua nunca usurpou ser igual ao Eterno, pois embora tenha a aparência de Elohim, ele não é o Pai. Por outro lado ao manifestar-se num corpo carnal, não se importou em ficar parecido connosco, homens terrenos, embora ele não seja igual a nós, pois como já foi dito, ele é o primeiro homem espiritual, que teve origem nos céus e por isto é chamado também de homem celestial. Em outras palavras, Yeshua teve todo o cuidado de não usurpar a posição do Pai, que é o Senhor do universo, mas não se envergonhou de parecer conosco, embora seja incomparavelmente maior do que nós.
Na continuação do versículo constatamos como esta atitude do Messias agradou o Eterno, que lhe deu um nome que está acima de todo nome. Yeshua recebeu esta honra especial por ter cumprido com perfeição a sua penosa missão. Mas, para que jamais nos desviemos da verdade, quem dá é maior do que quem recebe, e assim o Eterno está acima de todos.
Reforçando a afirmação de que somos criados por excelência a partir do Filho de Elohim, Yeshua certa vez disse:
“Naquele dia conhecereis que estou em Meu Pai” (João 14:20).
Ele disse isto porque saiu do Pai, ou seja, a sua origem está no Eterno. Na continuação do texto ele disse: “e vós em mim, e Eu em vós”, porque saímos dele e nos tornamos filhos de Deus quando ele vem a nós e nos desperta espiritualmente. Quando ele diz: “vós em mim”, revela que tivemos origem nele, e ao dizer “eu em vós”, refere-se ao facto de que nos tornamos filhos legítimos de Deus se o seu espírito (do Messias) habitar em nós e isto ocorre por uma operação sobrenatural, a qual é activada pelo Ruach HaKodesh (o Espírito do Santo).
Por isto, quando o Eterno olha para nós, Ele lembra-se do próprio Filho e isto o comove, pois potencialmente todos os seres humanos são Seus filhos, embora nem todos despertem para esta realidade. Assim, tornamo-nos de facto filhos de Deus quando o espírito do Eterno faz habitar em nós o espírito do Seu Filho, mudando assim a nossa espécie de homem terreno para homem celestial, tornando-nos semelhantes ao Filho de Deus, como está escrito na B’rit Chadashá: “Vós, porém, não estás na carne, mas no espírito, se, de fato o espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o espírito do Messias, esse tal não é Dele” (Romanos 8:9).
A capacidade de chamar o Eterno de Pai é gerada pelo espírito do Filho de YHWH que vem até nós, e acerca disto lemos: “E porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o espírito do Seu Filho, que clama: Aba Pai” (Gálatas 4:6). Esta operação sobrenatural só se torna real quando o homem aceita o testemunho do Filho de Elohim, Yeshua, o qual abre a única porta para a vida eterna.
O motivo porque o diabo, “haSatan”, odeia tanto o ser humano, é porque cada um de nós somos potencialmente filhos de Deus. É justamente por isto que os espíritos malignos fazem de tudo para escravizarem e oprimirem os seres humanos. Por trás de toda a opressão maligna está a revolta dos demónios em relação a Deus e o ciúme e a inveja que eles têm do Filho Dele.
Se eles não podem atingir o Eterno e o Seu Filho, fazem de tudo para nos atingir, pois afinal de contas somos semelhantes ao Filho de Deus. Por outro lado o Eterno ama-nos de uma maneira muito especial, e nunca deixa de ver a nossa verdadeira essência, apesar daquilo que nos tornamos em razão do pecado e da desobediência. Este amor do Eterno por nós se manifestou de uma forma inquestionável e maravilhosa ao enviar o Seu próprio Filho para nos salvar. Na B'rit Chadashá há dois textos que revelam isto de uma forma muito clara:
“Visto que, desta maneira amou Deus o mundo de tal modo, que deu o Seu Filho unigénito, a fim de que todos os que colocam a confiança em direcção a ele não sejam destruídos, mas tenham vida eterna” –
“Mas, todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de D'us, aqueles que depositam confiança no seu nome” (João 3:16 e 1:12).
Todo este plano de salvação que começou com a Torah e foi plenificado com a vinda do Filho de Deus, foi direccionado àqueles que sempre buscaram o Eterno e nunca se resignaram à mera busca de satisfação neste mundo. Homens como Abel, Enoque, Noé e os descendentes do seu filho Shem (Sem), Abraão e seus descendentes, o nosso povo, o povo de Israel, sem esquecer de Moisés, David e tantos outros, e após a primeira vinda do Messias, pessoas de todas as nações, os quais foram chamados a salvação através do testemunho do Filho de YHWH. A todos estes a porta da salvação foi aberta. Salvação que começou com Israel, alcançou todas as nações e será concluída com a restauração espiritual de Israel nos últimos dias.
Shalom