O Mundo olha para uma Igreja Falsa
É estranho que se diga que quase todo o mundo, durante séculos, esteja enganado quanto ao lugar em que se encontra a Igreja que Yeshua edificou. O que aconteceu realmente à Igreja depois do ano 70 DC? Como é que a Igreja chegou até nós?
Existe um abismo intransponível e que separa a fé Apostólica das Igrejas de hoje. Quase todos os escritos daquele período até ao ano 70 foram extraviados, mas a profecia bíblica permanece e com ela as injúrias dos inimigos.
Por onde andou a Verdadeira Igreja durante estes quase 2000 anos? Poucas pessoas perceberam que nas vagas de anotações ao pé da página das histórias e crónicas, e dentro dos primeiros 3 capitulos do livro de Apocalipse está um espantoso relato de cerca de 2000 anos da História da Igreja.
A Congregação do Eterno é um corpo Espiritual. É constituída por aqueles nos quais o espírito santo habita, e os que obedecem aos mandamentos de YHWH. (Apoc 14:12)
Ela não nasceu grande, como uma poderosa organização. Ela é mostrada na profecia do capítulo 12 de Apocalipse (ou Revelação) como uma igreja perseguida.
A organização que está visível, e que se denomina a si mesma “cristã”, e governou as nações da Idade Média, não era a Congregação de Deus, mas a Igreja revelada no capitulo 17 do Apocalipse, sob o símbolo de uma mulher decaída, que domina os governos políticos deste mundo.
A verdadeira Israel continuou, como sendo um pequeno rebanho, não sendo notada nem conhecida pelos historiadores. A Congregação de Deus menciona firmemente que a mensagem dirigida a cada uma das igrejas nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse, destina-se a toda a Igreja através dos séculos.
Isto é, a condição e ou atitude de cada uma das sete igrejas serve de lição para todas elas. “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas” (Apoc 2:7, 11, 17, 29; 3:6, 13, 22).
Também se afirma que as cartas às setes igrejas referidas nesses capítulos, não constituem uma página morta da História como supõem alguns teólogos- Elas transmitem uma mensagem à congregação de cada século, pois registam a história profética da experiência do povo de Deus durante estes 2000 anos de Boas Novas.
História profética da Igreja do sec I
A Igreja Apostólica de Jerusalém começou como a igreja-mãe, ou igreja matriz- No ano de 69 DC., pôs-se em fuga por causa da revolta judaica e do cerco romano (História das Guerras Judaicas de Flavio Josefo), assim como outras procedentes de toda a Judeia, e foram para a cidade de Pela, que ficava a leste do Jordão.
A congregação de Pela ainda tinha o nome da igreja de Jerusalém e o seu líder principal ainda era o “pastor” de Jerusalém, no exílio.
Nos primeiros 38 anos, quando as congregações e os convertidos se multiplicavam, as igrejas mais distantes recorriam frequentemente à igreja de Jerusalém. Mas já nessa altura a igreja passava por um período de declínio no seu zelo. Mas porquê? Justamente porque Yeshua não tinha retornado no ápice das crises que se abateram sobre Jerusalém nos anos 66 a 70 DC., como muitos esperavam. Esse estado havia sido predito nas mensagens proféticas às sete igrejas.
Enquanto isso, no mundo grego para o qual Paulo foi enviado, Antioquia tornou-se na sede secundária, e igualmente com acesso para Jerusalém e Síria bem como para a área dos países de língua grega no ocidente da Ásia Menor (actual Turquia). De Antioquia. Paulo e Barnabé e outros líderes continuaram a trabalhar nas terras dos gentios na Ásia Menor. Mesmo assim, muito tempo depois dos tempos apostólicos, esta cidade teve sempre muita importância.
Mais tarde, quando Paulo foi para a Europa, em que cidade estabeleceu ela a sua sede? Foi na cidade de Éfeso! Actos 19:1-10 e I Coríntios 16:8. Seria de Éfeso que se cumpriria a advertência profética de Paulo, Actos 20:30.
Éfeso era uma cidade muito importante, situada à margem do mar Egeu, que naturalmente veio a servir como sede na era dos efésios, que tomou o mesmo nome. Não foi por coincidência que Yeshua escolheu Éfeso (Apoc 2:1) para prefigurar como a primeira igreja.
João, ultimo sobrevivente dos primeiros 12 Apóstolos, e Filipe que foi o primeiro dos diáconos, morreram na cidade de Éfeso, segundo a tradição grega.
Aproximadamente, no ano 90 DC, o imperador romano Domiciano desencadeou a segunda perseguição. João estava preso na ilha de Patmos, no mar Egeu, onde recebeu a revelação e a ordem para escrever ou de tomar nota de tudo que ouvia. Finalmente ele foi libertado.
O Messias escolheu a cidade de Éfeso, para representar a primeira igreja, por causa da sua obra e paciência e bondade (Apoc. 2:2-3.)
A era da igreja de Éfeso, teve que enfrentar muito cedo os falsos apóstolos – aqueles que procuravam levantar uma igreja apóstata.
Mas Yeshua também tinha alguma coisa a dizer contra a igreja dessa era, pois eles deixaram o primeiro amor (v. 4), Yeshua então ameaçou removê-la do seu lugar!
Isto foi feito com um tipo físico –mesmo antes de que a profecia fosse escrita, quando a sede da igreja foi transferida de Jerusalém para Pela. E espiritualmente, quando a igreja-matriz foi despojada de autoridade e do respeito no ano 135 DC depois de terminada a segunda guerra maior entre judeus e romanos, onde se tornou célebre o Rabi Akiva, que apontava que Bar Kochba seria o Messias que muitos judeus ainda hoje continuam a aguardar.
Na época que João escreveu estas palavras por volta do ano de 96 DC, Yeshua já sabia do resultado do registo da congregação em Éfeso. Essa congregação foi escolhida por Yeshua, Cabeça da Igreja, como um tipo de toda a Congregação dos tempos apostólicos . O Messias não usou a igreja de Jerusalém com este propósito, porque o lugar onde João estava não era em Jerusalém ou Pela, mas sim em Éfeso.
A igreja de Éfeso caiu. Não perseverou na obra a favor de todas as nações depois do ano de 69 DC Mat 28:19. É muito significativo referir que, depois de libertado, João treinou Policarpo para ser o bispo de Esmirna, uma cidade próxima de Éfeso segundo Apoc 2:8-11, Esmirna seguiu os passos de Éfeso.
Policarpo e Policrates, bispos de Esmirna, no segundo século são os últimos líderes da igreja nesta parte do mundo, de cujos factos se tem algum registo.
Curiosamente a cidade de forma literal, de Éfeso também sofreu os efeitos severos da sentença do Messias vivo “Quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependertes”.
Anos mais tarde, o lugar ficou completamente deserto- A população local foi transferida para outro lugar mais para nordeste, hoje chamado na Turquia de Ayassoluk. Este nome é uma deturpação das palavras gregas traduzidas como “João, porta-voz de Deus”!
A liderança transfere-se para Esmirna
Perto de Esmirna, Policarpo dirigiu a Igreja, durante meio século, depois da morte de João. Policarpo permaneceu fiel na verdade enquanto muitos abandonaram a fé e passaram a ter relacionamento com o bispo católico de Roma.
A História relata que, seguindo o exemplo de Pedro, Paulo e de João, Policarpo escrevia muitas cartas às congregações e às pessoas em particular. Embora todas tivessem sido extraviadas, uma sobreviveu em forma editada.
Já idoso (pois já estava com 85 anos de idade) Policarpo viajou para Roma a fim de tratar do assunto relacionado com a Páscoa. A sua missão não teve sucesso. O bispo de Roma, Aniceto observava a comunhão no domingo, e não desistiu desse propósito. http://en.wikipedia.org/wiki/Quartodecimanism
No ano seguinte Policarpo morreu em Esmirna. O nome de Esmirna significa amargo. E amarga foi a era da Igreja que Esmirna simbolizou.
1260 Anos no deserto
Na sua carta profética, o nosso irmão mais velho, Yeshua, o Messias revelou à Igreja de Esmirna, que era o tipo da era da obra de Deus – que a perseguição viria num tempo determinado que duraria dez anos (Apoc 2:10) – mas aqui fala em dias e não em anos, por isso vejamos o princípio equivalente de um ano por um dia em Números 14:34.
Esta profecia não tem sido entendida pela maioria das pessoas. A maioria tem aplicado à Igreja Falsa (Eusébio, historiador predilecto do Imperador Constantino, em Historias Eclesiásticas, VIII 15 e 16) menciona que esses dez anos já foram cumpridos com a última grande perseguição antes de Constantino (de Diocleciano e Galério, no inicio do sec IV, nos anos de 303 a 313). Em Roma a perseguição durou apenas 3 anos. Mas no Império Romano oriental durou 10 anos. E era lá onde os da verdadeira igreja estavam.
Mas a verdadeira Congregação não tinha a marca do Império Romano. Isso foi realizado quando Constantino estabeleceu o “cristianismo“ como religião estatal pelo Concílio de Nicéia, no ano de 325 DC, emitindo decretos que favoreciam a marca do seu “cristianismo” em detrimento das outras correntes, das quais se encontrava ainda uns poucos na verdade.
Eusébio, que sempre foi o braço forte de Constantino, declarou explicitamente que o imperador iria expulsar ou exterminar todas as outras igrejas sediadas no Imperio Romano a partir do ano 325 DC.
Nos 1260 anos seguintes a Igreja Verdadeira refugiou-se na Arménia, uma região a leste da Turquia, e mais tarde na Europa Alpina que antecedeu o movimento da Reforma.
Aproximadamente no ano 650 DC, Deus levanta um homem, um líder inspirado para esclarecer o seu povo e pregar o verdeiro Evangelho. Foi Constantino de Mananali (não confundir com o imperador) homem educado que recebeu da Bíblia uma parte do conhecimento que possuía.
Depois dos seus estudos bíblicos, ele ficou impressionado com a verdade encontrada. Imediatamente passou a pregar e com ajuda de outros evangelistas bem treinados, ensinava a milhares que se convertiam e se filiavam na igreja.
O mundo chamou-os de cristãos paulinos, cujos antepassados tinham viajado para a Arménia – assim como também chamavam os cristãos de Esmirna de Ebionistas, e aos de Éfeso, de Nazarenos e heréticos. Na língua oficial da Arménia, a palavra Paulino significava “um seguidor do desventurado Paulo“.
Depois de os Árabes começaram a contestar o poder bizantino sobre a Arménia, por volta do ano 650, a perseguição obrigou a alguns paulinos a se esconderem em território islâmico. No ano 750, o Imperador Constantino V (de Bizâncio) chamado Coprómio, reconquistou toda a região do Eufrates da Arménia e expulsou muitos dos adeptos de Paulo, que povoaram as cidades desertas da Trácia.
A partir daqui podemos então a começar a traçar o perfil do desenvolvimento das igrejas com a doutrina não alterada na Europa.
Por causa das constantes perseguições e fugas, era duvidoso que qualquer destes dois grupos acreditasse exactamente nas mesmas doutrinas. Mas o nosso Salvador preservou entre estes grupos um remanescente da Sua Igreja (como sempre o fez em toda a história humana) formando das poucas pessoas que permanecem fiéis ao Seu governo sobre eles.
No séc. XIX houve um grande avivamento, após a pregação do pastor baptista William Miller sobre a questão do fim do mundo para 1844, mas quando as suas previsões não aconteceram, houve varias reuniões nos Estados Unidos e estes estudos deram origem aos Adventistas da Ellen White e a outros grupos, que um deles na década de 70 do sec XIX pela mão do Juiz Russel deu origem às Testemunhas de Jeová. E também foi por esta altura que se definiram por um caminho paralelo a Igreja de Deus que em 1931 o Sr. Amstrong passou a ser líder. Isto é uma breve resenha.
No entanto o que se pretende transmitir, é que os Adventistas são oriundos essencialmente dos baptistas do Sétimo dia, estes dos baptistas regulares – estes dos metodistas – estes dos evangélicos gerais de Inglaterra e estes dos anglicanos que por sua vez têm influências da reforma e saíram do catolicismo.
Tudo isto para concluirmos que a História Universal conta-nos a história oficial da Igreja deste mundo mas não da espiritual. E esta vem pelas profecias e da identificação dos sinais, que estão sempre ligados a Israel. Não há nenhuma congregação que foi iniciada em Yeshua. Yeshua veio essencialmente com uma missão, a de restaurar a Congregação de YHWH, Israel. Esta não foi, nem nunca será substituída por uma suposta igreja. Aqueles que se chegam à fé através de Yeshua, devem lembrar que ele pagou pelas nossas transgressões, e a Palavra define que o pecado é a transgressão da Torá. Aceitemos Yeshua como Nosso Salvador, como aquele que nos reconcilia com YHWH, e nos exorta a voltar à fé que uma vez foi dada aos Santos (Israel).