Primeiramente porque não são as "festas dos Judeus", mas sim as festas do Soberano Todo Poderoso YHWH (Levítico 23:2)
Em segundo lugar porque as festas não foram dadas só aos judeus mas sim a Todo o Israel (Malaquias 4:4).
Em terceiro lugar, e essa é a razão primordial, porque o Eterno YHWH Criador de todas as coisas assim determinou, e basta apenas esse aspecto, para ser razão mais do que suficiente para observá-las.
É importante esclarecer um ponto; não existem mandamentos para judeus e mandamentos para gentios (Números 9:14; 15:15-16, 29; Levítico 24:22;). Existe sim uma instrução que foi dada ao Povo de Israel, para que este servisse de exemplo e de luz para as nações (Salmo 119:5; Isaías 60:1-3; Isaías 61:6-7; Zacarias 8:23). Israel foi o povo escolhido para ser separado e ser santo (Lev. 20:24-26; Deut. 7:7-9), um povo que fosse uma referência para as nações, e desse povo iria sair o Messias.
Mas por que razão foi o Povo de Israel enaltecido entre os povos? Porque Deus é fiel às suas promessas, e prometeu a Abraão que em si seriam benditas todas as famílias da terra (Génesis 12:3; Gálatas 12:3).
Abraão, um homem justo numa terra corrompida, foi escolhido por Deus, para ser o pai de muitas nações, e isso foi-lhe imputado por justiça (Romanos 4:3).
A Lei de Deus foi outorgada ao Povo de Israel pois este foi chamado para ser povo santo (Deut. 14:2), para que este servisse de testemunho às nações. Logo todo aquele que se volta para YHWH e aceita seguir a sua instrução, é contado como parte do Povo de Israel (Êxodo 12:49; Números 15:15-16 Gálatas 3:29);
Um dos propósitos da vinda de Yeshua, foi reunir as ovelhas perdidas que se dispersaram entre as nações (Mat. 10:6; 15:24). Yeshua veio abrir a porta que nos reconcilia com o Eterno (João 10:7-9), e se Israel estava desligado de YHWH, foi devido ao facto de transgredirem a Lei de YHWH, como tal, a Porta que Yeshua abre, é uma porta que só pode ser acedida através do arrependimento, e após passar essa porta, existe um caminho de santificação, sem o qual ninguém poderá ver Elohim.
Ou seja, o arrependimento permite que passemos essa porta, mas depois existe um caminho estreito que nos leva ao Eterno.
Porquê um caminho estreito? Porque a nossa carnalidade é propícia ao erro, devido ao pecado original, temos sempre inclinação para o pecado, e por isso mesmo é necessário que se observe a Lei do Eterno, pois ela instrui-nos de como nos podemos afastar do pecado.
O argumento de que a Lei se tornou inútil depois do sacrifício de Yeshua, além de pouco razoável, não tem qualquer tipo de fundamento, pois Yeshua não derramou o seu sangue em vão, ele fê-lo com o propósito de nós voltarmos para o Eterno, para atentarmos para a palavra que Deus desde o princípio deu através dos seus profetas e nos últimos tempos pela boca do Seu filho (1 João 2:24; Judas 1:3; Hebreus 1:1).
AS FESTAS DE LEVÍTICO 23 SÃO SÓ PARA OS JUDEUS?
Como já vimos, as Festas de Levítico 23 são para o Povo de Israel por estatuto perpétuo. É de salientar também, que juntamente com os descendentes directos de Jacob (Israel), saíram do Egipto uma multidão de gentios que foram contados como parte de Israel.
A Palavra ensina-nos que o Povo de Israel é composto por ramos naturais e enxertados, e que todos esses fazem parte da Oliveira (congregação) cuja raiz é o Messias (Yeshua). Não há como criar diferenciação entre Judeus e Gentios quando nos referimos a pessoas que abraçam a verdadeira fé no Soberano Eterno Elohim de Israel, ou que se chegam à fé em YHWH através de Yeshua, e essa não é uma ideia avançada pelo Apóstolo Paulo , pois em toda a história do Povo Santo sempre existiram gentios que eram contados como parte desse mesmo povo (vejamos o exemplo de Raab; Rute etc.) Não há como dizer que seguimos a vontade de YHWH se rejeitamos a sua instrução, ou pelo menos partes desta.
ENTÃO E O QUE DIZER DE ACTOS 15? NÃO SÃO APENAS 4 OS MANDAMENTOS PARA GENTIOS?
Quando analisado esse capítulo de uma forma isolada sim, mas quando a Palavra é encarada como um todo não. Actos 15 lida com um tema específico, e deve ser analisado dentro do contexto correcto. O vs. 5 de Actos 15 diz:
“Alguns, porém, da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés.”
O foco aqui eram os novos convertidos, e os fariseus exigiam que estes só deveriam comungar na congregação se fossem primeiro circuncidados e daí vem a resposta:
19’ Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus. 20’ Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue. 21’ Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue, e cada sábado é lido nas sinagogas.
Vejamos a harmonia do texto. Tiago considerou que a circuncisão não deveria ser critério de admissão na congregação, pois existiam instruções mais urgentes que deveriam ser dadas a esses novos crentes, visto que eram práticas comuns entre eles e por isso era urgente exortá-los a que deixassem essas práticas que grassavam no mundo gentio, eram urgente abandonar práticas como:
- a idolatria;
- a imoralidade sexual;
- o sufocado;
- e o sangue.
E porquê apenas essas quatro instruções específicas? Não há instruções mais importantes como por exemplo o NÃO MATAR? A razão é simples, porque como já dissemos, as proibições avançadas por Tiago, eram práticas comuns entre os novos convertidos, que era urgente que abandonassem, e o vs. 21 de Actos conclui a linha de pensamento:
“21’ Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue, e cada sábado é lido nas sinagogas”.
Ou seja, porque todos os outros preceitos da Lei eles poderiam aprender à medida que iriam frequentando os cultos aos sábados nas sinagogas. Porque o processo de santificação não é imediato, mas sim gradual, e era sumamente importante que gradualmente fossem abandonando as práticas contrárias à lei, e a circuncisão não deveria ser motivo de dissensões naqueles casos específicos, pois haveriam coisas mais importantes a ser tratadas em primeiro lugar.
Não fugindo ao tema. Muitos dizem que muitos preceitos da Lei (como é o caso das Festas de Levítico 23) foram cravados na cruz e não precisam de ser observados. Tal premissa baseia-se na errada interpretação do texto bíblico, pois pela boca do próprio Yeshua foram pronunciadas as seguintes palavras: Não pensem que vim anular a Torá ou os profetas; não vim anular, mas cumprir; pois até que os céus e a terra passem; nem um yud ou um traço se omitirá da lei até que tudo seja cumprido.
Na verdade algo foi cravado na cruz, e o que foi cravado na cruz, foi tudo aquilo que falava contra nós (Col. 2:14) e o que é que falava contra nós? O que é que nos acusava? Claramente que foram as nossas transgressões. Todas essas foram cravadas na cruz em cumprimento da profecia de Jeremias 31:34: “e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.”
PAULO, O APÓSTOLO DOS GENTIOS, NÃO NOS EXORTOU A GUARDAR TODAS AS FESTAS, SOMENTE A PÁSCOA E O PENTECOSTES?
Essa pergunta leva-nos a outra pergunta mais importante; seguimos a YHWH ou a Paulo? Não precisamos que Paulo confirme todas as instruções de YHWH, porque a Bíblia é um todo, e o Eterno exorta-nos a guardarmos as suas festas identificando-as como sendo AS MINHAS SOLENIDADES;
Em segundo lugar, além da Páscoa e do Pentecostes, Paulo exorta-nos a observar também a guardar Festa dos Pães Asmos (1 Coríntios 5:8).
Em terceiro lugar, Paulo é o apóstolo mais mal interpretado de todos, visto que é muitas vezes, erroneamente associado como aquele que nos instrui a abandonar a Lei. Paulo não faz isso, mas é crucial destacar que se caso Paulo o fizesse certamente seria um herége, logo não seria uma referência para fundamentar doutrinas, pois diz-nos a palavra:
“Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade”. 1 João 2:4
“Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.” Apocalipse 14:12
Mas não, Paulo não era um herége, foi sim usado como "bode expiatório" para que os verdadeiros hereges deturpassem as suas palavras. Pedro sabia que isso iria acontecer, como lemos na sua segunda epístola:
“E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição.” 2 Pedro 3:15-16
E como a Palavra não se contradiz, então há algo que não está a ser visto como um todo pois o próprio Paulo diz-nos:
“Mas confesso-te isto que, conforme aquele caminho que chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na lei e nos profetas.” Actos 24:14
“Mas ele, em sua defesa, disse: Eu não pequei em coisa alguma contra a lei dos judeus, nem contra o templo, nem contra César.” Actos 25:8
Se Paulo serve a Deus com base na Lei e nos profetas, como é que ele pode ser visto como alguém que prega contra a lei?
Se Paulo não pecou em coisa alguma contra a lei dos judeus (Torá) então não poderia andar a transgredir a Torá, logo se ele não o fazia como poderia induzir outros a fazê-lo?
Daí poderá vir a argumentação de que Paulo não induzia outros a fazê-lo visto que respeitava as festas apesar de não as observar. Mas esse argumento também cai por terra, pois não havia forma de Paulo servir a Deus com base na Lei e nos profetas, se não guardasse o mandamento de observar as festas.
Somente uma análise muito limitada ou isolada de versículos bíblicos, ou a herança paupérrima que foi herdada do "cristianismo romano", poderá levar a essas doutrinas heréges.
Como vemos Paulo nada fala contrário à Torá, logo nunca poderia ensinar a não observar as Festas Bíblicas, mas ainda que Paulo o fizesse, essa não seria razão suficiente para deixar de as observar, pois a Palavra várias vezes, inclusive o próprio Paulo, ensina-nos que toda a palavra é confirmada pela boca de duas ou três testemunhas (2 Coríntios 3:1). Isto para dizer que, basear-se somente em Paulo para fundamentar doutrinas, não é suficiente.
PAULO SÓ DÁ ENFASE A DUAS FESTAS?
Muitos dizem que Paulo só instrui-nos a guardar duas festas porque foram as únicas que Cristo cumpriu profeticamente. Mas vejamos, é necessário que Cristo lhes dê cumprimento profético para passarem a ser observadas? Claro que não.
Os seguidores de Cristo, antes de saberem que o derramamento do Espírito Santo se daria naquele dia específico de Pentecostes, estavam de antemão todos juntos (judeus e gentios) em concordância no mesmo lugar a observar aquela Festa Solene em Santa Convocação. Se Cristo ainda não tinha dado cumprimento profético aquele dia, e os crentes em Yeshua só devem observar as festas que foram espiritualizadas por Cristo, então porque razão estavam todos reunidos naquele dia? Exactamente porque era um mandamento de Deus, e isso era razão mais do que suficiente para o observar.
"NÃO HÁ NADA NO NOVO TESTAMENTO QUE DIGA QUE DEVEMOS OBSERVAR AS FESTAS."
Essa afirmação é irresponsável se dita por parte daqueles que vêm na Bíblia a sua única regra de fé, pois essa premissa baseia-se então no pressuposto de que só o NOVO TESTAMENTO TEM VALIDADE.
Quando Paulo escreveu estas palavras a Timóteo “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça;” as únicas escrituras até então conhecidas como divinamente inspiradas eram o Tanach (Velho Testamento) e como tal Paulo afirma que essas são proveitosas para ensinar, corrigir e instruir em justiça.
Paulo chama Nobres aqueles que confirmam na escritura (Antigo Testamento) se aquilo que está a ser ensinado está em conformidade com as Escrituras (Actos 17:11).
Penso que esta breve análise esclarece muitos preconceitos que existem entre algumas denominações cristãs, e rompe com muitos dogmas firmados na errada interpretação que é feita nas cartas de Paulo.
As Festas ordenadas pelo Eterno estão descritas em Levítico 23.
Shabbat Shalom!!
Malaquias 4:4.
Tiago Casimiro.
Em segundo lugar porque as festas não foram dadas só aos judeus mas sim a Todo o Israel (Malaquias 4:4).
Em terceiro lugar, e essa é a razão primordial, porque o Eterno YHWH Criador de todas as coisas assim determinou, e basta apenas esse aspecto, para ser razão mais do que suficiente para observá-las.
É importante esclarecer um ponto; não existem mandamentos para judeus e mandamentos para gentios (Números 9:14; 15:15-16, 29; Levítico 24:22;). Existe sim uma instrução que foi dada ao Povo de Israel, para que este servisse de exemplo e de luz para as nações (Salmo 119:5; Isaías 60:1-3; Isaías 61:6-7; Zacarias 8:23). Israel foi o povo escolhido para ser separado e ser santo (Lev. 20:24-26; Deut. 7:7-9), um povo que fosse uma referência para as nações, e desse povo iria sair o Messias.
Mas por que razão foi o Povo de Israel enaltecido entre os povos? Porque Deus é fiel às suas promessas, e prometeu a Abraão que em si seriam benditas todas as famílias da terra (Génesis 12:3; Gálatas 12:3).
Abraão, um homem justo numa terra corrompida, foi escolhido por Deus, para ser o pai de muitas nações, e isso foi-lhe imputado por justiça (Romanos 4:3).
A Lei de Deus foi outorgada ao Povo de Israel pois este foi chamado para ser povo santo (Deut. 14:2), para que este servisse de testemunho às nações. Logo todo aquele que se volta para YHWH e aceita seguir a sua instrução, é contado como parte do Povo de Israel (Êxodo 12:49; Números 15:15-16 Gálatas 3:29);
Um dos propósitos da vinda de Yeshua, foi reunir as ovelhas perdidas que se dispersaram entre as nações (Mat. 10:6; 15:24). Yeshua veio abrir a porta que nos reconcilia com o Eterno (João 10:7-9), e se Israel estava desligado de YHWH, foi devido ao facto de transgredirem a Lei de YHWH, como tal, a Porta que Yeshua abre, é uma porta que só pode ser acedida através do arrependimento, e após passar essa porta, existe um caminho de santificação, sem o qual ninguém poderá ver Elohim.
Ou seja, o arrependimento permite que passemos essa porta, mas depois existe um caminho estreito que nos leva ao Eterno.
Porquê um caminho estreito? Porque a nossa carnalidade é propícia ao erro, devido ao pecado original, temos sempre inclinação para o pecado, e por isso mesmo é necessário que se observe a Lei do Eterno, pois ela instrui-nos de como nos podemos afastar do pecado.
O argumento de que a Lei se tornou inútil depois do sacrifício de Yeshua, além de pouco razoável, não tem qualquer tipo de fundamento, pois Yeshua não derramou o seu sangue em vão, ele fê-lo com o propósito de nós voltarmos para o Eterno, para atentarmos para a palavra que Deus desde o princípio deu através dos seus profetas e nos últimos tempos pela boca do Seu filho (1 João 2:24; Judas 1:3; Hebreus 1:1).
AS FESTAS DE LEVÍTICO 23 SÃO SÓ PARA OS JUDEUS?
Como já vimos, as Festas de Levítico 23 são para o Povo de Israel por estatuto perpétuo. É de salientar também, que juntamente com os descendentes directos de Jacob (Israel), saíram do Egipto uma multidão de gentios que foram contados como parte de Israel.
A Palavra ensina-nos que o Povo de Israel é composto por ramos naturais e enxertados, e que todos esses fazem parte da Oliveira (congregação) cuja raiz é o Messias (Yeshua). Não há como criar diferenciação entre Judeus e Gentios quando nos referimos a pessoas que abraçam a verdadeira fé no Soberano Eterno Elohim de Israel, ou que se chegam à fé em YHWH através de Yeshua, e essa não é uma ideia avançada pelo Apóstolo Paulo , pois em toda a história do Povo Santo sempre existiram gentios que eram contados como parte desse mesmo povo (vejamos o exemplo de Raab; Rute etc.) Não há como dizer que seguimos a vontade de YHWH se rejeitamos a sua instrução, ou pelo menos partes desta.
ENTÃO E O QUE DIZER DE ACTOS 15? NÃO SÃO APENAS 4 OS MANDAMENTOS PARA GENTIOS?
Quando analisado esse capítulo de uma forma isolada sim, mas quando a Palavra é encarada como um todo não. Actos 15 lida com um tema específico, e deve ser analisado dentro do contexto correcto. O vs. 5 de Actos 15 diz:
“Alguns, porém, da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés.”
O foco aqui eram os novos convertidos, e os fariseus exigiam que estes só deveriam comungar na congregação se fossem primeiro circuncidados e daí vem a resposta:
19’ Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus. 20’ Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue. 21’ Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue, e cada sábado é lido nas sinagogas.
Vejamos a harmonia do texto. Tiago considerou que a circuncisão não deveria ser critério de admissão na congregação, pois existiam instruções mais urgentes que deveriam ser dadas a esses novos crentes, visto que eram práticas comuns entre eles e por isso era urgente exortá-los a que deixassem essas práticas que grassavam no mundo gentio, eram urgente abandonar práticas como:
- a idolatria;
- a imoralidade sexual;
- o sufocado;
- e o sangue.
E porquê apenas essas quatro instruções específicas? Não há instruções mais importantes como por exemplo o NÃO MATAR? A razão é simples, porque como já dissemos, as proibições avançadas por Tiago, eram práticas comuns entre os novos convertidos, que era urgente que abandonassem, e o vs. 21 de Actos conclui a linha de pensamento:
“21’ Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue, e cada sábado é lido nas sinagogas”.
Ou seja, porque todos os outros preceitos da Lei eles poderiam aprender à medida que iriam frequentando os cultos aos sábados nas sinagogas. Porque o processo de santificação não é imediato, mas sim gradual, e era sumamente importante que gradualmente fossem abandonando as práticas contrárias à lei, e a circuncisão não deveria ser motivo de dissensões naqueles casos específicos, pois haveriam coisas mais importantes a ser tratadas em primeiro lugar.
Não fugindo ao tema. Muitos dizem que muitos preceitos da Lei (como é o caso das Festas de Levítico 23) foram cravados na cruz e não precisam de ser observados. Tal premissa baseia-se na errada interpretação do texto bíblico, pois pela boca do próprio Yeshua foram pronunciadas as seguintes palavras: Não pensem que vim anular a Torá ou os profetas; não vim anular, mas cumprir; pois até que os céus e a terra passem; nem um yud ou um traço se omitirá da lei até que tudo seja cumprido.
Na verdade algo foi cravado na cruz, e o que foi cravado na cruz, foi tudo aquilo que falava contra nós (Col. 2:14) e o que é que falava contra nós? O que é que nos acusava? Claramente que foram as nossas transgressões. Todas essas foram cravadas na cruz em cumprimento da profecia de Jeremias 31:34: “e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.”
PAULO, O APÓSTOLO DOS GENTIOS, NÃO NOS EXORTOU A GUARDAR TODAS AS FESTAS, SOMENTE A PÁSCOA E O PENTECOSTES?
Essa pergunta leva-nos a outra pergunta mais importante; seguimos a YHWH ou a Paulo? Não precisamos que Paulo confirme todas as instruções de YHWH, porque a Bíblia é um todo, e o Eterno exorta-nos a guardarmos as suas festas identificando-as como sendo AS MINHAS SOLENIDADES;
Em segundo lugar, além da Páscoa e do Pentecostes, Paulo exorta-nos a observar também a guardar Festa dos Pães Asmos (1 Coríntios 5:8).
Em terceiro lugar, Paulo é o apóstolo mais mal interpretado de todos, visto que é muitas vezes, erroneamente associado como aquele que nos instrui a abandonar a Lei. Paulo não faz isso, mas é crucial destacar que se caso Paulo o fizesse certamente seria um herége, logo não seria uma referência para fundamentar doutrinas, pois diz-nos a palavra:
“Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade”. 1 João 2:4
“Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.” Apocalipse 14:12
Mas não, Paulo não era um herége, foi sim usado como "bode expiatório" para que os verdadeiros hereges deturpassem as suas palavras. Pedro sabia que isso iria acontecer, como lemos na sua segunda epístola:
“E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição.” 2 Pedro 3:15-16
E como a Palavra não se contradiz, então há algo que não está a ser visto como um todo pois o próprio Paulo diz-nos:
“Mas confesso-te isto que, conforme aquele caminho que chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na lei e nos profetas.” Actos 24:14
“Mas ele, em sua defesa, disse: Eu não pequei em coisa alguma contra a lei dos judeus, nem contra o templo, nem contra César.” Actos 25:8
Se Paulo serve a Deus com base na Lei e nos profetas, como é que ele pode ser visto como alguém que prega contra a lei?
Se Paulo não pecou em coisa alguma contra a lei dos judeus (Torá) então não poderia andar a transgredir a Torá, logo se ele não o fazia como poderia induzir outros a fazê-lo?
Daí poderá vir a argumentação de que Paulo não induzia outros a fazê-lo visto que respeitava as festas apesar de não as observar. Mas esse argumento também cai por terra, pois não havia forma de Paulo servir a Deus com base na Lei e nos profetas, se não guardasse o mandamento de observar as festas.
Somente uma análise muito limitada ou isolada de versículos bíblicos, ou a herança paupérrima que foi herdada do "cristianismo romano", poderá levar a essas doutrinas heréges.
Como vemos Paulo nada fala contrário à Torá, logo nunca poderia ensinar a não observar as Festas Bíblicas, mas ainda que Paulo o fizesse, essa não seria razão suficiente para deixar de as observar, pois a Palavra várias vezes, inclusive o próprio Paulo, ensina-nos que toda a palavra é confirmada pela boca de duas ou três testemunhas (2 Coríntios 3:1). Isto para dizer que, basear-se somente em Paulo para fundamentar doutrinas, não é suficiente.
PAULO SÓ DÁ ENFASE A DUAS FESTAS?
Muitos dizem que Paulo só instrui-nos a guardar duas festas porque foram as únicas que Cristo cumpriu profeticamente. Mas vejamos, é necessário que Cristo lhes dê cumprimento profético para passarem a ser observadas? Claro que não.
Os seguidores de Cristo, antes de saberem que o derramamento do Espírito Santo se daria naquele dia específico de Pentecostes, estavam de antemão todos juntos (judeus e gentios) em concordância no mesmo lugar a observar aquela Festa Solene em Santa Convocação. Se Cristo ainda não tinha dado cumprimento profético aquele dia, e os crentes em Yeshua só devem observar as festas que foram espiritualizadas por Cristo, então porque razão estavam todos reunidos naquele dia? Exactamente porque era um mandamento de Deus, e isso era razão mais do que suficiente para o observar.
"NÃO HÁ NADA NO NOVO TESTAMENTO QUE DIGA QUE DEVEMOS OBSERVAR AS FESTAS."
Essa afirmação é irresponsável se dita por parte daqueles que vêm na Bíblia a sua única regra de fé, pois essa premissa baseia-se então no pressuposto de que só o NOVO TESTAMENTO TEM VALIDADE.
Quando Paulo escreveu estas palavras a Timóteo “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça;” as únicas escrituras até então conhecidas como divinamente inspiradas eram o Tanach (Velho Testamento) e como tal Paulo afirma que essas são proveitosas para ensinar, corrigir e instruir em justiça.
Paulo chama Nobres aqueles que confirmam na escritura (Antigo Testamento) se aquilo que está a ser ensinado está em conformidade com as Escrituras (Actos 17:11).
Penso que esta breve análise esclarece muitos preconceitos que existem entre algumas denominações cristãs, e rompe com muitos dogmas firmados na errada interpretação que é feita nas cartas de Paulo.
As Festas ordenadas pelo Eterno estão descritas em Levítico 23.
Shabbat Shalom!!
Malaquias 4:4.
Tiago Casimiro.