Análise sobre Gálatas: Afastar-se do Messias
Paulo começa, no versículo seis do primeiro capítulo, a dizer que está admirado de os gálatas por “tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça do Mashiach para outro evangelho;” Isto demonstra que eles procuravam viver uma vida religiosa (judaica) sem a presença de Yeshua e que alguns procuravam afastá-los das “Boas Novas do Messias”.Mais adiante ele comenta como era zeloso das “tradições” dos seus pais, que diversas vezes acrescentavam ou subtraíam algo da Torah. Estas mesmas tradições pareciam fascinar os gálatas.
No versículo 14 do capítulo 2 há algo intrigante: Paulo descreve a forma como repreendeu a Pedro:
“se tu, sendo judeu, vive como gentio e não como os judeus, como é que obrigas aos gentios a viverem como judeus?”.
Muitos antinomianos (anti-lei) dão “pulos” de alegria e satisfação, porque Paulo está a defender um ponto de vista semelhante aos seus. Porém, ao ler o versículo seguinte – se é que o fazem – logo os seus “pulos” se transformam em tropeços, pois Paulo, surpreendentemente diz:
“Nós somos judeus por natureza e não os pecadores de entre os gentios”.
Mas o que estava a dizer Paulo afinal? Ele repreende Pedro por este querer fazer passar por um “que vive como judeu” na presença de judeus, mas que vivia “como um gentio” na ausência dos judeus... ele condena a atitude de Pedro por querer viver como judeu – como grande parte da Cristandade alega?
A resposta é “não é bem isso”.
Se lermos bem, ele diz a Pedro que ele “vive como gentio e não como os judeus”, referindo-se, pelo contexto, aos judeus que viviam de forma legalista, segundo as tradições rabínicas dos seus pais como, aliás, ocorre até hoje.
Seria, por exemplo, o caso de Pedro, se vivesse hoje entre nós, todos os Sábados aquecesse a sua comida no micro-ondas, porém, ao chegarem alguns “dos judeus” ele, além de desligar o microondas e até guardá-lo numa caixa, retiraria a lâmpada do frigorífico para agradar àqueles judeus e provar que vivia como um deles, ou mesmo que, ao invés de usar o microfone na sinagoga como de costume (quando tais judeus não estivessem perto, claro...) ele gritasse mais alto, naquele Sábado pelo menos (só para agradar aos mais “ortodoxos”, isto falando a título de exemplo).
Seria como se Paulo então chega-se a ele e dissesse: “Pedro, porque é que ages dessa forma? porque não usas o microfone como o fazes todos os Sábados e porque escondeste o micro-ondas? (Isto porque os Judeus rabínicos ao Sábado nem sequer acendem a luz ou a televisão porque consideram que isso é uma violação do Sábado, apesar da Torah nada mencionar sobre isso, para perceber melhor o contexto da questão ler o texto o artigo o “Fogo ao Sábado”)
Paulo completa então ao dizer que ele, pela Torah morreu para a lei (legalismo) (vs. 19).
No entanto a versão almeida (relembro que Almeida era evangélico, crente que a salvação pelo facto de ser pela graça anula a Lei do Eterno.) no vs. 19 do capítulo 2 diz:
“Porque eu pela Lei, estou morto pela lei, para viver para Deus.”
Vejamos o que diz o mesmo versículo nas traduções fiéis aos manuscritos originais hebraico/Aramaico das Cartas de Paulo:
Paulo começa, no versículo seis do primeiro capítulo, a dizer que está admirado de os gálatas por “tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça do Mashiach para outro evangelho;” Isto demonstra que eles procuravam viver uma vida religiosa (judaica) sem a presença de Yeshua e que alguns procuravam afastá-los das “Boas Novas do Messias”.Mais adiante ele comenta como era zeloso das “tradições” dos seus pais, que diversas vezes acrescentavam ou subtraíam algo da Torah. Estas mesmas tradições pareciam fascinar os gálatas.
No versículo 14 do capítulo 2 há algo intrigante: Paulo descreve a forma como repreendeu a Pedro:
“se tu, sendo judeu, vive como gentio e não como os judeus, como é que obrigas aos gentios a viverem como judeus?”.
Muitos antinomianos (anti-lei) dão “pulos” de alegria e satisfação, porque Paulo está a defender um ponto de vista semelhante aos seus. Porém, ao ler o versículo seguinte – se é que o fazem – logo os seus “pulos” se transformam em tropeços, pois Paulo, surpreendentemente diz:
“Nós somos judeus por natureza e não os pecadores de entre os gentios”.
Mas o que estava a dizer Paulo afinal? Ele repreende Pedro por este querer fazer passar por um “que vive como judeu” na presença de judeus, mas que vivia “como um gentio” na ausência dos judeus... ele condena a atitude de Pedro por querer viver como judeu – como grande parte da Cristandade alega?
A resposta é “não é bem isso”.
Se lermos bem, ele diz a Pedro que ele “vive como gentio e não como os judeus”, referindo-se, pelo contexto, aos judeus que viviam de forma legalista, segundo as tradições rabínicas dos seus pais como, aliás, ocorre até hoje.
Seria, por exemplo, o caso de Pedro, se vivesse hoje entre nós, todos os Sábados aquecesse a sua comida no micro-ondas, porém, ao chegarem alguns “dos judeus” ele, além de desligar o microondas e até guardá-lo numa caixa, retiraria a lâmpada do frigorífico para agradar àqueles judeus e provar que vivia como um deles, ou mesmo que, ao invés de usar o microfone na sinagoga como de costume (quando tais judeus não estivessem perto, claro...) ele gritasse mais alto, naquele Sábado pelo menos (só para agradar aos mais “ortodoxos”, isto falando a título de exemplo).
Seria como se Paulo então chega-se a ele e dissesse: “Pedro, porque é que ages dessa forma? porque não usas o microfone como o fazes todos os Sábados e porque escondeste o micro-ondas? (Isto porque os Judeus rabínicos ao Sábado nem sequer acendem a luz ou a televisão porque consideram que isso é uma violação do Sábado, apesar da Torah nada mencionar sobre isso, para perceber melhor o contexto da questão ler o texto o artigo o “Fogo ao Sábado”)
Paulo completa então ao dizer que ele, pela Torah morreu para a lei (legalismo) (vs. 19).
No entanto a versão almeida (relembro que Almeida era evangélico, crente que a salvação pelo facto de ser pela graça anula a Lei do Eterno.) no vs. 19 do capítulo 2 diz:
“Porque eu pela Lei, estou morto pela lei, para viver para Deus.”
Vejamos o que diz o mesmo versículo nas traduções fiéis aos manuscritos originais hebraico/Aramaico das Cartas de Paulo:
Reparem no ponto “interpretação legalista errónea” Os rabínicos acrescentaram diversos pontos e rituais à simplicidade da lei de Deus, Deus simplesmente diz que guardássemos o Sábado, e eles ao Sábado, acrescentaram a proibição de acender a luz, de andar de carro, entre outras (exemplos para perceber o contexto dos legalismos, na medida que naquela época nem havia carros nem tampouco electricidade). É contra esses legalismos que Paulo fala, nunca contra à Torah. Nem podia o fazer, porque o mesmo Paulo mostra como já referimos várias vezes:
“Mas confesso-te isto que, conforme aquele caminho que chamam seita, assim sirvo ao Elohim de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito nas leis e nos profetas.” At. 24:14.
Vejamos que nesta frase não há espaço para as leis rabínicas, visto que essas são transmitidas oralmente entre as gerações (tradições). Repare que assim deixa de existir qualquer tipo de contradições Bíblicas, os escritos de Paulo, sendo divinamente inspirados, e Paulo sendo um emissário de Yeshua, nunca iria falar contra a lei de Deus, porque aquele que diz que o ama, e não guarda os mandamentos, é mentiroso, e isso é nos dito pelo apóstolo João. No capítulo 3, Paulo diz que Abraão confiou em Deus e isto lhe foi imputado por justiça, e que os que são da fé são filhos de Abraão. Novamente, vejo os “pulos” dos antinomianos, achando então que ser “da fé” seja diferente de “cumprir a Torah” - mas rapidamente essa alegria esporádica vai deixar de fazer sentido
Acompanhando o raciocínio de Paulo, de que os que são da fé são filhos de Abraão, recordo-me do texto de Gén. 17, onde Deus fala com Abraão sobre a promessa e com Abraão faz uma Aliança. Vejamos o que diz esse texto:
Quando atingiu Abrão a idade de noventa e nove anos, apareceu-lhe o YHWH e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito. Farei uma aliança entre mim e ti e te multiplicarei extraordinariamente. Prostrou-se Abrão, rosto em terra, e Deus disse: Quanto a mim, será contigo a minha aliança; serás pai de numerosas nações. Abrão já não será o teu nome, e sim Abraão; porque por pai de numerosas nações te constituí.Far-te-ei fecundo extraordinariamente, de ti farei nações, e reis procederão de ti. Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua, para ser o teu Deus e da tua descendência. Dar-te-ei e à tua descendência a terra das tuas peregrinações, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua, e serei o seu Deus. Disse mais Deus a Abraão: Guardarás a minha aliança, tu e a tua descendência no decurso das suas gerações. Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós e a tua descendência: todo macho entre vós será circuncidado. Circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança entre mim e vós. O que tem oito dias será circuncidado entre vós, todo macho nas vossas gerações, tanto o escravo nascido em casa como o comprado a qualquer estrangeiro, que não for da tua estirpe. Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa e o comprado por teu dinheiro; a minha aliança estará na vossa carne e será aliança perpétua. O incircunciso, que não for circuncidado na carne do prepúcio, essa vida será eliminada do seu povo; já que quebrou a minha aliança.
Devemos guardar estas palavras, pois falaremos delas noutro estudo. Devemos também lembrar de que isto foi muito antes da outorga da lei no Sinai. Seguindo o raciocínio de Paulo, mais adiante ele diz que, aquelas partes que falam de castigo e maldição que estão descritas na Torah, recaíram sobre o Messias, que recebeu assim o “salário da transgressão à Torah”, ou seja, do pecado, que é a morte.
No capítulo 4 ele refere-se às práticas pagãs em que, outrora, os gálatas viviam. Vemos especialmente no versículo 8, quando ele diz que “Outrora, quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que, por natureza não são deuses” Pois bem, então o famoso “guardais dias, meses, tempos e anos” (vs. 10) refere-se a tais práticas pagãs, entendem meus caros amigos evangélicos?
Ele roga aos gálatas: “peço-vos que vos torneis como eu” - pensando que, se fossem como ele, estariam livres de qualquer extremo perigoso. Agora, vejamos novamente como ele era, segundo ele mesmo (a melhor e mais confiável fonte sobre “ele”):
“Mas, confesso-te isto: que, seguindo o Caminho, a que eles chamam seita, assim sirvo ao Elohim de nossos pais, confiando em tudo quanto está escrito na Torah e nos profetas,” At. 24:14
“Paulo, porém respondeu em sua defesa: nem contra a Torah (a versão almeida diz novamente Lei) dos judeus, nem contra o tempo, nem contra César, tenho pecado em coisa alguma.” At. 25:8
Paulo continua perplexo com os gálatas, pois ele repara que estes queriam viver de uma forma legalista na sua observância da Torah. Ele nos compara a Isaque, o herdeiro da promessa, livre da escravidão. O capítulo cinco é o ápice do delírio dos antinomianos que tiram-no sempre de todo o contexto em que está inserido, e fazem uma salada indigesta com ele, ao virar Paulo, invariavelmente contra si mesmo e contra o Messias (e contra toda a Bíblia..), ao afirmar que ele pregava “contra a circuncisão” que é um preceito da Torah.
Paulo afirma que o Messias nos libertou de um “jugo de escravidão” e, claramente pelo contexto lido, refere-se às tradições rabínicas e observância legalista da Torah - e não à Torah propriamente dita.
No versículo 2 ele diz:
“se vos deixardes circuncidar (por legalismo, ou com o intuito de ser salvo) o Messias de nada vos aproveitará.”
Se, como alguns querem fazer crer, Paulo estivesse a falar “contra a circuncisão”, ele teria caído em profunda contradição, até mesmo com o que escrevera antes na própria carta aos gálatas. Pois ele se refere aos que “são da fé” como filhos de Abraão e, uma vez filhos, cabe a eles tanto a promessa, quanto a obrigação da Aliança proposta por YHWH– em contrapartida, por assim dizer a essa promessa – que está explicitado em Gén. 17:10-14 que compreende literalmente a circuncisão! Para ler o estudo sobre a "circuncisão" clique AQUI.
Mas Paulo que não era homem de contradição, antes pelo contrário, refere-se aqui no versículo 2 à circuncisão legalista, uma circuncisão feita com o intuito de salvação, (como o ser baptizado com fins de salvação de hoje) sem sequer a pessoa ter o conhecimento da Torah e do porquê ou para quê estava a fazer aquilo e o que compreendia ser circuncidado, quais implicações em se fazer parte de uma aliança, etc.
No versículo 6 do capítulo cinco, muitas traduções trazem: “Porque, no Mashiach Yeshua, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que opera pelo amor.”
Este é um texto um tanto ou quanto abstracto demais (nestas traduções), no entanto, tem sido usado como base para os que afirmam que Paulo era contra a circuncisão e é levado absolutamente para fora do seu contexto original!l!
Eu, porém, irmãos, se ainda prego a circuncisão, por que continuo sendo perseguido?” Completando a “salada” na cabeça antinomiana.
Agora, (sem levar em consideração por agora a deficiência dessas traduções...) devemos recordar que, em Actos, Paulo defende-se dos seus adversários que o acusavam justamente disso, de pregar contra a Torah, e ele afirma:
“nem contra a Torah dos judeus, nem contra o templo, nem contra César, tenho pecado em coisa alguma.”
E o que os anciãos disseram a ele:
“toma contigo estes e santifica-te com eles e faz por eles a despesa para que raspem a cabeça; e saberão todos que é falso aquilo de que têm sido informados a teu respeito; mas que, também tu mesmo andas correctamente guardando a Torah.”
A própria Bíblia de Jerusalém traz, um comentário sobre At. 24:5-8: “(Paulo) explica sobre a a condição de “nazireu” que não o impedia de modo algum de ser fiel ao judaísmo..”
Logo, se ele andava correctamente a respeitar a Torah e se eram falsas as acusações de outrora contra ele a esse respeito, também hoje igualmente são falsas as acusações de que ele “pregava contra a Torah”! (Lembrando ainda que em Actos 16 O mesmo Paulo circuncida Timóteo).
Claro, temos a tradução “HaTeshuvá” onde lemos no versículo 6:
“Porque no Messias, a circuncisão e a incircuncisão nada são sem a fé que é tornada plena no amor”.
Muito mais coerente com a vida, prática e declarações de Paulo!!!!
Ele diz que “esta persuasão” não vem de Deus, a persuasão de achar que, através de uma vida de legalismo, de observância legalista da Torah – que, infelizmente mesmo hoje vemos infiltrar-se em muitos grupos de crentes, levando muitos até mesmo a negar a Yeshua - a vontade de, pelo legalismo ser justificado, leva muitos a se esquecer e a se afastar do Messias, já que, para estas pessoas, no seu legalismo e observância dos mandamentos rabínicos, supostamente alcançariam a justificação, ao mesmo tempo em que tentam agradar à linha mais ortodoxa e “oficial” actual.
Esta postura é o “fermento” que, estando presente irá, invariavelmente levedar toda a massa e, por fim, esta pessoa, ou este grupo se achará, diferentemente do que pretendia, cheios de “transgressão à Torah”, uma vez que eles não mais são “do Messias”, não sendo então “descendência de Abraão” e muito menos, “herdeiros conforme a promessa” (Gál. 1:6), eles “afastaram-se do Messias”.
Paulo não pregava mais os mandamentos rabínicos, a forma de observância legalista da Torah. Ele pregava a liberdade que o Messias nos trouxe quando nos ensinou a viver em obediência aos mandamentos de Elohim, apenas e tão-somente a eles.
Ele ainda afirmou que, “se andarmos no Espírito” teremos em nós os frutos do Espírito, “Paz, paciência, bondade, fidelidade, mansidão, temperança”...”contra estas coisas não há lei”.
Por que “não há lei”?
Porque “estas coisas” são o que quem vive uma vida de obediência e observância (não legalista) da Torah encontram na sua vida e desenvolvem no dia-a-dia no seu carácter! Por fim, no capítulo 6 versículo 1, ele exorta-nos dizendo “se um homem for surpreendido em algum delito, vós que sois espirituais, corrigi o tal”. Porém, só há “delito” se houver uma lei tipificando o delito, ou seja, só saberemos se alguém cometeu um “delito” se tivermos a Torah como parâmetro, pois é ela quem nos mostra o que é ou não transgressão, já que ela nos mostra qual é o alvo – Rom. 4:15 “...pois onde não há Lei, não há transgressão...”
O Capítulo 6 versículo 12 é muito claro sobre o quê e a quem Paulo se refere:
“Todos os que querem ostentar boa aparência na carne, estes vos constrangem a vos circuncidar, somente para não serem perseguidos por causa da cruz do Mashiach. Nem ainda estes mesmos que se circuncidam guardam a Torah, mas querem que vos circuncideis para se gloriarem na vossa carne. Porque a circuncisão e a incircuncisão não são nada mas sim ser uma nova criatura.”
O ser uma nova criatura implica servir ao Eterno (atentar para a sua instrução) por amor a Ele, não com o intuito de ser salvo.
Fim da parte 4, pressione o botão abaixo para continuar a ler.
“Mas confesso-te isto que, conforme aquele caminho que chamam seita, assim sirvo ao Elohim de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito nas leis e nos profetas.” At. 24:14.
Vejamos que nesta frase não há espaço para as leis rabínicas, visto que essas são transmitidas oralmente entre as gerações (tradições). Repare que assim deixa de existir qualquer tipo de contradições Bíblicas, os escritos de Paulo, sendo divinamente inspirados, e Paulo sendo um emissário de Yeshua, nunca iria falar contra a lei de Deus, porque aquele que diz que o ama, e não guarda os mandamentos, é mentiroso, e isso é nos dito pelo apóstolo João. No capítulo 3, Paulo diz que Abraão confiou em Deus e isto lhe foi imputado por justiça, e que os que são da fé são filhos de Abraão. Novamente, vejo os “pulos” dos antinomianos, achando então que ser “da fé” seja diferente de “cumprir a Torah” - mas rapidamente essa alegria esporádica vai deixar de fazer sentido
Acompanhando o raciocínio de Paulo, de que os que são da fé são filhos de Abraão, recordo-me do texto de Gén. 17, onde Deus fala com Abraão sobre a promessa e com Abraão faz uma Aliança. Vejamos o que diz esse texto:
Quando atingiu Abrão a idade de noventa e nove anos, apareceu-lhe o YHWH e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito. Farei uma aliança entre mim e ti e te multiplicarei extraordinariamente. Prostrou-se Abrão, rosto em terra, e Deus disse: Quanto a mim, será contigo a minha aliança; serás pai de numerosas nações. Abrão já não será o teu nome, e sim Abraão; porque por pai de numerosas nações te constituí.Far-te-ei fecundo extraordinariamente, de ti farei nações, e reis procederão de ti. Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua, para ser o teu Deus e da tua descendência. Dar-te-ei e à tua descendência a terra das tuas peregrinações, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua, e serei o seu Deus. Disse mais Deus a Abraão: Guardarás a minha aliança, tu e a tua descendência no decurso das suas gerações. Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós e a tua descendência: todo macho entre vós será circuncidado. Circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança entre mim e vós. O que tem oito dias será circuncidado entre vós, todo macho nas vossas gerações, tanto o escravo nascido em casa como o comprado a qualquer estrangeiro, que não for da tua estirpe. Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa e o comprado por teu dinheiro; a minha aliança estará na vossa carne e será aliança perpétua. O incircunciso, que não for circuncidado na carne do prepúcio, essa vida será eliminada do seu povo; já que quebrou a minha aliança.
Devemos guardar estas palavras, pois falaremos delas noutro estudo. Devemos também lembrar de que isto foi muito antes da outorga da lei no Sinai. Seguindo o raciocínio de Paulo, mais adiante ele diz que, aquelas partes que falam de castigo e maldição que estão descritas na Torah, recaíram sobre o Messias, que recebeu assim o “salário da transgressão à Torah”, ou seja, do pecado, que é a morte.
No capítulo 4 ele refere-se às práticas pagãs em que, outrora, os gálatas viviam. Vemos especialmente no versículo 8, quando ele diz que “Outrora, quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que, por natureza não são deuses” Pois bem, então o famoso “guardais dias, meses, tempos e anos” (vs. 10) refere-se a tais práticas pagãs, entendem meus caros amigos evangélicos?
Ele roga aos gálatas: “peço-vos que vos torneis como eu” - pensando que, se fossem como ele, estariam livres de qualquer extremo perigoso. Agora, vejamos novamente como ele era, segundo ele mesmo (a melhor e mais confiável fonte sobre “ele”):
“Mas, confesso-te isto: que, seguindo o Caminho, a que eles chamam seita, assim sirvo ao Elohim de nossos pais, confiando em tudo quanto está escrito na Torah e nos profetas,” At. 24:14
“Paulo, porém respondeu em sua defesa: nem contra a Torah (a versão almeida diz novamente Lei) dos judeus, nem contra o tempo, nem contra César, tenho pecado em coisa alguma.” At. 25:8
Paulo continua perplexo com os gálatas, pois ele repara que estes queriam viver de uma forma legalista na sua observância da Torah. Ele nos compara a Isaque, o herdeiro da promessa, livre da escravidão. O capítulo cinco é o ápice do delírio dos antinomianos que tiram-no sempre de todo o contexto em que está inserido, e fazem uma salada indigesta com ele, ao virar Paulo, invariavelmente contra si mesmo e contra o Messias (e contra toda a Bíblia..), ao afirmar que ele pregava “contra a circuncisão” que é um preceito da Torah.
Paulo afirma que o Messias nos libertou de um “jugo de escravidão” e, claramente pelo contexto lido, refere-se às tradições rabínicas e observância legalista da Torah - e não à Torah propriamente dita.
No versículo 2 ele diz:
“se vos deixardes circuncidar (por legalismo, ou com o intuito de ser salvo) o Messias de nada vos aproveitará.”
Se, como alguns querem fazer crer, Paulo estivesse a falar “contra a circuncisão”, ele teria caído em profunda contradição, até mesmo com o que escrevera antes na própria carta aos gálatas. Pois ele se refere aos que “são da fé” como filhos de Abraão e, uma vez filhos, cabe a eles tanto a promessa, quanto a obrigação da Aliança proposta por YHWH– em contrapartida, por assim dizer a essa promessa – que está explicitado em Gén. 17:10-14 que compreende literalmente a circuncisão! Para ler o estudo sobre a "circuncisão" clique AQUI.
Mas Paulo que não era homem de contradição, antes pelo contrário, refere-se aqui no versículo 2 à circuncisão legalista, uma circuncisão feita com o intuito de salvação, (como o ser baptizado com fins de salvação de hoje) sem sequer a pessoa ter o conhecimento da Torah e do porquê ou para quê estava a fazer aquilo e o que compreendia ser circuncidado, quais implicações em se fazer parte de uma aliança, etc.
No versículo 6 do capítulo cinco, muitas traduções trazem: “Porque, no Mashiach Yeshua, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que opera pelo amor.”
Este é um texto um tanto ou quanto abstracto demais (nestas traduções), no entanto, tem sido usado como base para os que afirmam que Paulo era contra a circuncisão e é levado absolutamente para fora do seu contexto original!l!
Eu, porém, irmãos, se ainda prego a circuncisão, por que continuo sendo perseguido?” Completando a “salada” na cabeça antinomiana.
Agora, (sem levar em consideração por agora a deficiência dessas traduções...) devemos recordar que, em Actos, Paulo defende-se dos seus adversários que o acusavam justamente disso, de pregar contra a Torah, e ele afirma:
“nem contra a Torah dos judeus, nem contra o templo, nem contra César, tenho pecado em coisa alguma.”
E o que os anciãos disseram a ele:
“toma contigo estes e santifica-te com eles e faz por eles a despesa para que raspem a cabeça; e saberão todos que é falso aquilo de que têm sido informados a teu respeito; mas que, também tu mesmo andas correctamente guardando a Torah.”
A própria Bíblia de Jerusalém traz, um comentário sobre At. 24:5-8: “(Paulo) explica sobre a a condição de “nazireu” que não o impedia de modo algum de ser fiel ao judaísmo..”
Logo, se ele andava correctamente a respeitar a Torah e se eram falsas as acusações de outrora contra ele a esse respeito, também hoje igualmente são falsas as acusações de que ele “pregava contra a Torah”! (Lembrando ainda que em Actos 16 O mesmo Paulo circuncida Timóteo).
Claro, temos a tradução “HaTeshuvá” onde lemos no versículo 6:
“Porque no Messias, a circuncisão e a incircuncisão nada são sem a fé que é tornada plena no amor”.
Muito mais coerente com a vida, prática e declarações de Paulo!!!!
Ele diz que “esta persuasão” não vem de Deus, a persuasão de achar que, através de uma vida de legalismo, de observância legalista da Torah – que, infelizmente mesmo hoje vemos infiltrar-se em muitos grupos de crentes, levando muitos até mesmo a negar a Yeshua - a vontade de, pelo legalismo ser justificado, leva muitos a se esquecer e a se afastar do Messias, já que, para estas pessoas, no seu legalismo e observância dos mandamentos rabínicos, supostamente alcançariam a justificação, ao mesmo tempo em que tentam agradar à linha mais ortodoxa e “oficial” actual.
Esta postura é o “fermento” que, estando presente irá, invariavelmente levedar toda a massa e, por fim, esta pessoa, ou este grupo se achará, diferentemente do que pretendia, cheios de “transgressão à Torah”, uma vez que eles não mais são “do Messias”, não sendo então “descendência de Abraão” e muito menos, “herdeiros conforme a promessa” (Gál. 1:6), eles “afastaram-se do Messias”.
Paulo não pregava mais os mandamentos rabínicos, a forma de observância legalista da Torah. Ele pregava a liberdade que o Messias nos trouxe quando nos ensinou a viver em obediência aos mandamentos de Elohim, apenas e tão-somente a eles.
Ele ainda afirmou que, “se andarmos no Espírito” teremos em nós os frutos do Espírito, “Paz, paciência, bondade, fidelidade, mansidão, temperança”...”contra estas coisas não há lei”.
Por que “não há lei”?
Porque “estas coisas” são o que quem vive uma vida de obediência e observância (não legalista) da Torah encontram na sua vida e desenvolvem no dia-a-dia no seu carácter! Por fim, no capítulo 6 versículo 1, ele exorta-nos dizendo “se um homem for surpreendido em algum delito, vós que sois espirituais, corrigi o tal”. Porém, só há “delito” se houver uma lei tipificando o delito, ou seja, só saberemos se alguém cometeu um “delito” se tivermos a Torah como parâmetro, pois é ela quem nos mostra o que é ou não transgressão, já que ela nos mostra qual é o alvo – Rom. 4:15 “...pois onde não há Lei, não há transgressão...”
O Capítulo 6 versículo 12 é muito claro sobre o quê e a quem Paulo se refere:
“Todos os que querem ostentar boa aparência na carne, estes vos constrangem a vos circuncidar, somente para não serem perseguidos por causa da cruz do Mashiach. Nem ainda estes mesmos que se circuncidam guardam a Torah, mas querem que vos circuncideis para se gloriarem na vossa carne. Porque a circuncisão e a incircuncisão não são nada mas sim ser uma nova criatura.”
O ser uma nova criatura implica servir ao Eterno (atentar para a sua instrução) por amor a Ele, não com o intuito de ser salvo.
Fim da parte 4, pressione o botão abaixo para continuar a ler.